fbpx

Como reconhecer Falsos profetas e falsos apóstolos?

oração

Um dos problemas comuns em todas as dispensações é o surgimento de homens que se dizem profetas, apóstolos, pastores ou mensageiros de Deus e não o são. O cerne da questão é a autoridade (GEE “Autoridade”).

Ordenanças

Deus ama todos os seus filhos, e deseja que todos voltem a viver com Ele (2 Néfi 26:24). O caminho para o lar celeste possui etapas ou “marcos”. Esses marcos são as ordenanças do evangelho e o cumprimento dos mandamentos. Sem as ordenanças ninguém entrará no Reino Celestial – salvo as criancinhas e os absolutamente incapazes de discernimento, que são isentos pela expiação de Cristo (Mosias 3:11 e 16, D&C 137:7-10). Ordenanças são ritos ou cerimônias sagradas, onde convênios entre Deus e o homem são firmados[1]. Essas ordenanças só podem ser realizadas por alguém que possua devida autoridade (D&C 42:11). O mesmo vale para os mandamentos – só podem ser pregados por quem possui devida autorização para fazê-lo [2]. A essa autoridade chamamos de sacerdócio (GEE “Sacerdócio”).

Adão, o primeiro homem, recebeu mandamentos de Deus. Ele também recebeu ordenanças e a autoridade necessária para realizar essas ordenanças à sua esposa e semente (Moisés 6:22-23, 50-52, 64-68). Se dês da Queda de Adão e Eva todos os homens escolhessem o bem, não haveria apostasia – e, portanto, uma linha cronológica de autoridade que poderia ser traçada de Adão até hoje. Assim os homens poderiam comprovar sua autoridade por uma linha sacerdotal genealógica inquestionável. Entretanto, por conta mau uso do arbítrio, o homem se afastou de Deus. Em períodos de escuridão espiritual homens que tinham o sacerdócio foram expulsos ou mortos, e a autoridade foi embora junto com eles. Assim, houve ocasiões (e foram muitas) em que civilizações inteiras ficaram privadas das bênçãos do sacerdócio (GEE “Apostasia”). Mesmo se um homem possuísse o sacerdócio real e procurasse usá-lo, sem ser digno para tal, de nada valeria. Isso porque é condição inerente a eficácia da autoridade (o poder de Deus) é a retidão. Sem retidão “amém para o sacerdócio” de qualquer homem (D&C 121:36-38).

Profeta

Depois dos períodos de Apostasia generalizada, Deus, que ama seus filhos, percebendo que as condições estavam propícias, restaurava seu evangelho e autoridade. Fazia isso chamando um profeta [3] (GEE “Profeta”).

Um ponto importante à salientar é que a autoridade (sacerdócio) se recebe de uma forma especifica: por imposição de mãos de quem já tenha autoridade (GEE “Mãos, imposição de”). Assim, se houvesse alguém com o sacerdócio verdadeiro na Terra em 1829, não seria necessário a aparição de João Batista e Pedro, Tiago e João para conceder o Sacerdócio de Deus à Joseph Smith.  E quando esses personagens apareceram, impuseram as mãos sobre o jovem profeta para lhe conceder autoridade (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, “A Origem do Livro de Mórmon e a Restauração do Sacerdócio”, pg. 55).

Se alguém quer pregar o evangelho e realizar ordenanças o simples desejo não qualifica instantaneamente essa pessoa. Nem mesmo a inteligência ímpar, um extenso conhecimento do conteúdo bíblico, um intensivo curso de teologia, ou mesmo uma visão da eternidade servem para conceder autoridade. A maneira do Senhor é por imposição de mãos (Atos 6:5-6). “E ninguém toma para si essa honra, se não o que é chamado por Deus, como Aarão” (Hebreus 5:4). E Aarão foi chamado por Deus e ordenado por imposição de mãos (Hebreus 6:1-2; D&C 27:28, Joseph Smith 1:68-69; D&C 68:19-20, 107:17; Moisés fez o mesmo fez com Josué: Números 27:23).

Compreender a necessidade da legitimidade para se ministrar e se administrar o evangelho nós ajuda a reconhecer os falsos mestres, falsos apóstolos e falsos Cristos. Satanás dês do inicio do mundo procura destruir o homem (2 Néfi 2:27), e por isso aparece como anjo de luz enganando os homens (Alma 30:53), incita os iníquos a pregarem meias-verdades a fim de confundirem os filhos de Deus (Alma 11:32-37). Há falsos mestres que desvirtuam a retidão a procura do lucro e da fama. Praticam, portanto, artimanhas sacerdotais (2 Néfi 26:29).

Como saber?

Resta saber: como podemos reconhecer os verdadeiros servos de Deus, que portam autoridade legítima? Como reconhecer os falsos profetas e falsos apóstolos?

Em Apocalipse 2:2 lemos: “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.” A escritura diz que os membros da Igreja de Éfeso “provaram” os falsos mestres (Apocalipse 2:2). O primeiro tipo de prova que poderíamos exigir é a da origem da autoridade. Se aquele líder recebeu autoridade de alguém que já o possuía, por imposição de mãos, é mais provável que seja um líder enviado por Deus. Ou seja, esse líder é capaz de comprovar sua linhagem do sacerdócio – demonstrando com clareza que recebeu o sacerdócio de alguém que já o receberá, numa regressão cronológica que findará em Joseph Smith e Oliver Cowdery, que receberam o sacerdócio de Pedro, Tiago e João – que o receberam do próprio Salvador. Esse líder também foi enviado pelo corpo dirigente da Igreja – aqueles que possuem as chaves da administração do reino de Deus na Terra. E foram apoiados pela congregação local ou mundial – a Igreja precisa se inteirar de quem são seus líderes (D&C 42:11).

Ainda podemos verificar se o ensinamento do líder esta de acordo com as escrituras e revelações. Se o líder emana poder espiritual é um representante de Deus. Se ele prega contra as revelações, incentiva a discórdia e a semeadura do mal – não vem de Deus.

Essas provas são suficientes. Entretanto para se obter a certeza de que não há um falso profeta disfarçado de ovelha entre nós (Mateus 7:15), precisamos de uma prova mais excelente. A maneira mais segura de reconhecer quem tem autoridade real é a prova do Espírito. O Espírito Santo pode nos ensinar a verdade de todas as coisas (Morôni 10:3-5). O Senhor disse: “pelos seus frutos os conhecereis”(Mateus 7:16). Se indagarmos com sinceridade e fé a Deus se o líder foi chamado por Ele, então teremos uma resposta concreta e certa. Assim “provamos” o líder e achamos o mentiroso, caso exista.

Testemunho

O Senhor pode responder à nós se o líder é seu servo ou não de várias maneiras. Quando Josué tomou o lugar de Moisés, o Jordão teve que se abrir para o povo reconhecê-lo como seu novo líder (Josué 3:7, 15-17). Elias passou sua capa para Eliseu e seus discípulos viram no novo profeta uma manifestação extraordinária (II Reis 2:11,14-15); e quando Brigham Young sucedeu Joseph Smith na liderança da Igreja, uma transfiguração incomum se deu (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, “Os Doze assumem a liderança do Reino”, pg. 291.). Na maioria das vezes, não obstante, apenas sentiremos serenamente o santo manto do chamado de liderança  pousar sobre os ungidos do Senhor durante seu ministério especial.

________

NOTAS

[1] As ordenanças para salvação são: batismo, dom do Espírito Santo, recebimento do sacerdócio, investidura e casamento eterno. Aprendemos isso nas regras de Fé (4a Regra de Fé) e nas obras-padrão: por exemplo, 2 Néfi 9:23-24, João 3:5 e Jeremias 31:36.

[2] Algumas pessoas supõem que a mera inteiração dos ditames de Deus os qualifica para pregar ministrar o evangelho. É verdade que a escritura diz que “quem for advertido deverá advertir o próximo” (D&C 88:81) e que o Salvador permitiu que outras pessoas, que não seus apóstolos, realizassem o bem em seu nome (Marcos 9:38-40). Todavia não podemos ignorar que o Senhor chamou e nomeou seus apóstolos (Lucas 9:1, João 15:16) e os setenta (Lucas 10:1) – comissionando-os a presidir a pregação o evangelho. Em nossa dispensação, revelações modernas esclarecem que embora todos os homens que já foram à Cristo devam amar seus semelhantes a ponto de convidá-los ao Senhor, há um limite que só pode ser superado por quem tenha autoridade. Alguém sem autoridade, por exemplo, pode falar sobre Deus e prestar seu testemunho, mas cabe àqueles que tem chaves ensinar “como alguém que tem autoridade” (Mateus 7:29) e convidar para o batismo do verdadeiro penitente (3 Néfi 11:25).

[3] Para saber mais sobre o assunto: Pregar Meu Evangelho, capítulo 3, “Lição 1 – A Restauração”, pg. 31; ou Sempre Fiéis, “Apostasia” e “Restauração do Evangelho”, pg. 19 e 151.

Saiba mais

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
Ministro Batista: "Eu Aceito e Acredito no Livro de Mórmon"
Minuto Mórmon - 21 de Janeiro de 2016

Comente

Seu endereço de e-mail não será divulgado. Os campos obrigatórios estão marcados com *