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4 Princípios espirituais para conhecer antes de se envolver em questões políticas

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é politicamente neutra [1] – e não apoia nenhum partido político. Entretanto, a Igreja incentiva e recomenda que seus membros participem amplamente do debate político. Neste sentido listamos quatro princípios, amparados pelas escrituras e pelos profetas:

1- O Senhor deseja que nos envolvamos com questões políticas.

Se não fosse assim Ele teria orado para que deixássemos o mundo, em vez disso, Ele rogou ao Pai na noite que antecedeu Sua Crucificação:

 “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. (…) Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (João 17:15–16, 18).

O Elder Dallin H. Oaks disse:

“Temos de viver no mundo, mas não ser do mundo. Temos de viver no mundo porque, como ensinou Jesus numa parábola, Seu reino é “semelhante ao fermento”, cuja função é levedar toda a massa com sua influência (ver Lucas 13:21; Mateus 13:33; ver também I Coríntios 5:6–8). Seus seguidores não podem fazer isso se as únicas pessoas com quem se relacionam compartilham de suas crenças e seus costumes.” [2]

O Élder Wilford W. Andersen, dos Setenta, ensinou:

“Embora a Igreja, como instituição, tenha repetidas vezes afirmado sua neutralidade política, os santos dos últimos dias são incentivados a se envolverem no processo político e a acrescentarem sua voz ao debate público. Faz parte de nossa religião ser bons cidadãos, onde quer que moremos.” [3]

2- Devemos nos inteirar ao máximo das situações de nosso tempo.

E isso certamente envolve questões políticas. Precisamos estudar, ler e ouvir opiniões variadas sobre temas políticos. Em Doutrina e Convênios há uma explicação sobre a “crença [dos santos dos últimos dias] com respeito aos governos da Terra e às leis em geral” (D&C 134, cabeçalho da seção). A seção inclui as seguintes declarações que mostram que precisamos estar cientes da política, Veja:

“Nós cremos que os governos foram instituídos por Deus em benefício do homem; e que ele considera os homens responsáveis por seus atos em relação aos mesmos, tanto na formulação de leis como em sua execução, para o bem e segurança da sociedade. (…) 

Cremos que todos os homens têm a responsabilidade de suster e apoiar o governo do lugar em que residem, desde que protegidos em seus direitos inerentes e inalienáveis pelas leis de tal governo; e que o motim e a rebelião são inadequados a todo cidadão assim protegido e devem ser punidos convenientemente; e que todos os governos têm o direito de estabelecer leis que, a seu ver, sejam mais adequadas para assegurar os interesses públicos; ao mesmo tempo, contudo, mantendo sagrada a liberdade de consciência. 

Cremos que todo homem deve ser respeitado em sua posição, governantes e magistrados como tais, sendo nomeados para proteção dos inocentes e punição dos culpados; (…) mas cremos que todos os homens são justificados por se defenderem e defenderem seus amigos e seus bens e o governo de ataques ilegais e de violações de direitos cometidos por qualquer pessoa, quando não se puder apelar de imediato às leis nem se puder obter auxílio.” (D&C 134:1, 5–6, 11).

3- É preciso respeitar nossos adversários, mas sem ceder nossos valores.

O Senhor Jesus Cristo, durante o Sermão da Montanha, ensinou a Lei Maior – e disse: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam” (Mateus 5:44). Mesmo que pessoas pensem de modo diferente – e até se tornem opositores ferrenhos a nossa visão e valores, é preciso respeitá-los. O Elder Dallin H. Oaks disse acrescentou brilhantemente:

“Mesmo ao procurarmos ser mansos e evitar a discórdia, não devemos fazer concessões ou diminuir nosso compromisso com a verdade que compreendemos. Não devemos abrir mão de nossa condição e de nossos valores. O evangelho de Jesus Cristo e os convênios que fizemos nos colocam inevitavelmente como combatentes na eterna disputa entre a verdade e o erro.

Não há terreno neutro nessa batalha (…) Sobre a questão do discurso público, todos nós deveríamos seguir os ensinamentos do evangelho de amar ao próximo e evitar a discórdia. Os seguidores de Cristo devem ser exemplos de civilidade. Devemos amar todas as pessoas, ser bons ouvintes e mostrar respeito por suas crenças genuínas.

Embora discordemos, não devemos ser desagradáveis. Nossa posição e comunicação em assuntos controversos não devem ser contenciosas. Devemos ser sábios ao explicar e seguir nossos padrões e em exercer nossa influência.

Dessa forma, pedimos que os outros não se ofendam com nossas sinceras crenças religiosas e o livre exercício de nossa religião. Incentivamos todos a praticar a Regra de Ouro do Salvador: “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós” (Mateus 7:12).” [4]

4- Oração e Ação fervorosa.

Às vezes tudo que podemos fazer é orar. Mas frequentemente podemos fazer mais do que rogar aso céus que abençoe nossa nação, podemos trabalhar para que isso se concretize. A ação que sucede a oração fervorosa é aquela que muda vida e muda um país. Alguns sentem o desejo de manifestar-se pacificamente nas ruas. Outros de fazer comentários nas redes sociais.

Somos todos gratos pelo sufrágio que desfrutamos: poder votar e ser votado. Devemos orar por nosso líderes comunitários e políticos, devemos apoiar as boas ações. Devemos procurar os meios legais para reverter as injustiças e abusos. Seja nossa ação mais moderada, ou mais energética – precisamos estar comprometidos em seguir Cristo – e agir como ele agiria. Em resumo devemos “servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares” (Mosias 18:9)

Relacionado:

O que as escrituras nos ensinam sobre apoiar o governo

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NOTAS

[1] “A Igreja não endossa partidos ou candidatos políticos e tampouco permite o uso de seus edifícios para propósitos políticos. A Igreja não participa da política a menos que haja uma questão moral em jogo, quando então expressa muitas vezes e publicamente sua posição.” (Sempre Fiéis (2004), pp. 89–91)

[2] “Amar os Outros e Conviver com as Diferenças“, Conferência Geral, outubro de 2014.

[3] “Religião e Governo“, A Liahona Julho de 2015.

[4] Idem a Nota 2

| Inspiração
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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