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Descubra porque não me arrependo de ter servido missão

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Não me arrependo de ter servido missão

Minha decisão de servir uma missão foi uma notícia surpreendente para mim, minha família e amigos. Aos 27 anos de idade, formada como professora de história eu amadurecia a ideia de fazer mestrado em uma outra cidade. As vespéras de uma Conferência Geral fui desafiada a orar e fazer uma pergunta que pudesse ser respondida durante as sessões da Conferência. Minha oração conteve as seguintes palavras:

“Sinto que sou uma pessoa boa, que estou guardando os mandamentos e obtive sucesso em minha vida até agora. O que mais  posso fazer para progredir? 

Prometi ao orar que se eu recebesse uma resposta clara seria obediente, fosse ela qual fosse. Minha resposta chegou após a segunda sessão da conferência de sábado. Meu presidente de estaca, que era um velho amigo e antigo bispo me convidou pra uma entrevista logo após a sessão. Existia um clima apreensivo naquela não esperada entrevista. Logo após uma breve oração, ele me perguntou como me havia sentido durante a Conferência, eu obviamente respondi que bem (o que mais eu poderia dizer?). Foi quando ele falou: “o Senhor espera que você faça uma missão de tempo integral”. Eu comecei a rir e achei realmente que aquilo fosse uma piada.

Tenho uma história de serviço na igreja. Fui professora em diferentes classes por muitos anos, servi como conselheira da Organização das Moças. Meus pais são conversos e foram ensinados por sisteres, mas eu sempre vi a missão como algo completamente incompatível com a minha personalidade. Além do mais, confesso que em minha mente tinha a ideia de que a missão para uma moça era como um trófeu de “você não se casou”. Definitivamente eu não tinha o desejo de servir.

Foi quando meu presidente  falou comigo pela segunda vez, agora num tom mais forte de advertência. Me disse, “aprendi em minha missão a reconhecer o espírito e o espírito me indicou que o Senhor espera que você faça uma missão de tempo integral”. Falou que sabia que eu teria aquela reação e que negaria o chamado, mas que ele tinha algo mais a me dizer. Seguiu dizendo: “o Senhor me revelou que nesta manhã quando estava em seu quarto você orou de joelhos e perguntou o que poderia fazer para obter progresso em sua vida, você prometeu durante está oração que se recebesse uma resposta clara, você obedeceria, essa é a sua resposta, o Senhor espera que você faça uma missão de tempo integral”.

Depois desse dia eu tive certeza que não tenho problemas cardíacos. Todo meu corpo tremia e foi impossível não conter as lágrimas. Como ele poderia saber? Como poderia descrever as cirscuntâncias e palavras da minha oração? Eu já havia experimentado revelação pessoal anteriormente e sabia que o Senhor responde as nossas orações, mas daquela maneira? Tudo tão claro, foi assustador.

Meu presidente de estaca seguiu e me falou sobre uma série de bênçãos que eu receberia através do serviço missionário. Neste momento ele mencionou um parágrafo completo da minha Bênção Patriarcal palavra por palavra e não foi difícil pra mim reconhecê-lo. Ele com certeza não sabia o que estava dizendo, mas eu sim o sabia.

Quinze dias depois meu chamado estava em Salt Lake City. Fui designada para missão Argentina Buenos Aires Oeste. Toda a eufória e alegria deste chamado foi parcialmente interrompida quando eu cheguei ao campo missionário. Achei o trabalho a coisa mais difícil que já fiz na vida. Estava em Luján uma região semiagrícola, bem diferente da ideia de Buenos Aires que eu tinha  em minha mente. A rotina missionáira era cansativa, isso realmente se iniciava as 6:30 da manhã e só terminava as 22:30. Em três semanas eu estava exausta. Tive infecção nos tendões que não estavam acostumados a caminhar tanto.

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Muito cedo indo de trem para uma reunião de treinamento da missão

Sofri, chorei e orei. Orei com a certeza de que minha oração podia ser respondida. Outra vez tinha uma pergunta:

“Senhor o que espera de mim? Eu não tenho o desejo de estar aqui, por que eu preciso ser uma missionária?”

Eu sinceramente acho que não voltei pra casa por vergonha. Não saberia o que dizer as pessoas. Tinha deixado meu trabalho, vendido meu veículo… Como seria conviver o resto da minha vida com o sentimento de decidir  voltar? Enquanto a resposta não vinha eu trabalhei e segui a rotina missionária. E chorei, chorei e chorei ao fim de cada dia. Me turnava entre orar, chorar e esperar uma resposta.

Um dia a minha resposta chegou. Foi durante a minha segunda transferência. Tinhamos tido um dia de trabalho com muito sucesso e minha companheira que era nova na área estava tão feliz. Ela parecia um anjo e a paz que emanava dela sempre tocava a todos que estavam ao seu redor. Eu secretamente pensava, estivemos juntas o dia todo, fizemos as mesmas coisas e tivemos as mesmas experiências, por que ela está feliz e eu não?

Fui ao meu quarto seguir minha rotina de orar e chorar, foi quando aquele doce anjo me tocou e me abraçou, me perguntou por que eu chorava. Conversamos e ela me falou da gratidão que sentia por ser minha companheira e me apresentou uma lista de coisas simples pelas quais eu deveria ser uma missionária, me disse: eu preciso de uma companheira e estou feliz que seja você, essas pessoas precisam de seu testemunho, mencionou cada vez que sentimos o espírito durante as lições daquele dia  e como minhas experiências pessoais nos haviam ajudado. Terminou me dizendo: “um espírito não tem carne ou ossos, obrigada por carregar exemplares do Livro de Mórmon e dar-lhes de presente as pessoas. Obrigada por ser as mãos do Salvador”.

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Durante minha missão. Reunida com o meu distrito em Luján.

Naquele momento minha companheira foi usada como um instrumento nas mãos do Senhor e me converteu a minha própria missão. Entendi que a missão era uma oportunidade de servir. Passei a ver minha missão não como um fardo, ou uma punição, mas como um grande privilégio.

Eu não me arrependo de ter servido uma missão, porque:

Fiz amigos para a eternidade

Eu amo a Argentina, seu povo, as “milanesas com papas” o alfajor. As quatro estações do ano e toda a úmidade de Buenos Aires. As rosas mais gigantes que já vi na vida e aquele jeito italiano que eles tem de falar espanhol com as mãos.

As vezes quando me deito na cama ao fim de um dia e procuro por uma memória boa, eu me lembro das ruas com mil chachorros que vi por lá. Me lembro da casa das pessoas, de quando estavamos sentados conversando e dos problemas que eles me confidenciaram. Me recordo do momento em que me lembrei de uma escritura e lemos, rimos e choramos juntos. Alguns deles se batizaram e tantos deles nunca.

Quando saímos de cada casa falamos sobre essas lições. Me lembro de minhas companheiras, de todo esforço que fizeram para ajudar aos demais. Me sinto honrada de ser testemunha viva do trabalho delas, dos sacríficios que elas fizeram.

Me lembro das reuniões de Zona. Dos treinamentos. Dos dias em que recebemos apóstolos em minha missão e das promessas que estes apóstolos nos fizeram.

Como alguém poderia se arrepender de ter construído memórias tão lindas?

Aprendi um segundo idioma

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Segunda Geração de Sisteres Líderes Treinadoras durante a minha missão.

Tenho mais de um amigo que serviu missão no Brasil e que aprendeu inglês durante a sua missão. Meu próprio progresso em inglês durante a minha missão foi minímo, aprendi entretanto a falar espanhol. Esse idioma está salvando minha vida! Trabalho atualmente em dois diferentes lugares usando este idioma. Toda a minha renda pessoal é uma consequência disso. Foi muito mais enriquecedor para o meu currículo do que um  possível mestrado.

Durante cada manhã em sua missão o missinário tem um breve tempo de estudo do idioma. A aprendizagem é completamente proporcional a dedicação do missionário. Duas grandes vantagens que você tem enquanto está em sua missão são: convivência com pessoas que falam o idioma como primeira língua e a presença e companhia do espírito santo.

Demorei seis semanas para aprender espanhol em minha missão, estou estudando inglês a mais de um ano e ainda não sou fluente. Sinto saudade dos milagres do espírito que tive durante a minha missão.

Fui feliz com as coisas pequenas

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Durante a missão ensinando minha companheira gringa a comer amora.

Me formei na faculade. Fui tia de gêmeos. Viajei pra Europa sozinha e também para os Estados Unidos, fui professora. Todas foram experiências boas que me enchem de alegria. Mas se você quiser me ver feliz, senta comigo e me dá tempo pra te contar como foi minha missão.

Vou te descrever cada detalhe. Os dias no CTM, minhas 13 companheiras, minhas três áres . Ficarei eufórica ao te  contar que eu estava no campo quando a primeira geração de 18 anos chegou. Que eu vi o chamado de Sister Líder Treinadora ser criado. Quero te contar como encontramos os conversos. Quero te falar de todos os dias felizes que eu vivi na Argentina e do quanto foi bom poder dizer: “Hola soy hermana Gonçalves, representante de JesuCristo”.

Nem eu mesma acredito que representei a Jesus Cristo. Nem uma hora por dia, nem um dia por semana, nenhuma semana ao mês ou mês ao ano.  Eu não me arrependo de ter servido uma missão, ao contrário, disso eu me orgulho e me alegro.

E você missionário retornado que está lendo este artigo, você se arrepende de ter servido uma missão? Deixe seu comentário abaixo.

| Missão
Publicado por: Leilyanna da Penha
Leilyanna da Penha é natural de Goiânia, professora de História, serviu na missão Argentina Buenos Aires Oeste, é estudante de inglês e fala espanhol fluentemente.
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