fbpx

4 Ideias de Humildade Que Na Verdade São Orgulho

Mulher se olha num espelho quebrado - o que pode parecer humildade pode ser orgulho

As Muitas Faces da Humildade e do Orgulho

Orgulho é muitas vezes referido como o pecado universal. Do ponto de vista da teologia SUD, isso parece bastante real; o orgulho fez com que Satanás se rebelasse contra o céu, o orgulho levou a queda de civilizações antigas, o orgulho é o fator de condução que fez com que indivíduos maus chegassem ao poder ao longo da história, e qualquer um que tenha estudado o Livro de Mórmon provavelmente já ouviu falar do ciclo do orgulho . No entanto, para esta discussão, eu gostaria de me afastar da ideia arquetípica da “grande retratação” do orgulho e me concentrar na perspectiva de uma característica individual, isto é, do orgulho pessoal.

Parece que certos padrões de orgulho são fáceis de se identificar. Penso que uma das razões do orgulho ser tão difícil de se tratar, no entanto, é porque muitas vezes ele aparece em formas sutis, mas tão prejudiciais quanto. Em seu bem conhecido discurso de 1989, “Acautelai-vos Contra o Orgulho”, Ezra Taft Benson falou das diferentes faces do orgulho, algumas das quais incluem tendências para abrigar um rancor, reter o perdão, ou agir contenciosamente contra membros da família.

Identificar humildade e orgulho

O presidente Benson concluiu seu discurso, detalhando como a humildade é o antídoto para orgulho. Isto não é surpresa; o oposto de uma filosofia egocêntrica é aquela em que nos damos conta de que há mais no mundo do que nós mesmos, que não sabemos tudo, e que não somos, de fato, melhores do que ninguém. O orgulho é ruim e a humildade é boa. Parece bastante simples, certo? Talvez não. Assim como o orgulho tem muitas faces e pode ser disfarçado, a humildade nem sempre é o que parece, e identificar os dois pode ser complicado. É um tema que surge frequentemente nas sessões de terapia. Aqui estão algumas maneiras que o orgulho falsamente se manifesta enquanto vestindo a máscara de humildade:

1) Auto-depreciação

Eu tenho trabalhado com muitos clientes que têm uma crença equivocada de que ter sentimentos de baixa auto-estima é a humildade. Quando não permitimos nos colocar para cima ou permitimos nos colocamos para baixo, podemos pensar que estamos sendo humildes, mas o que ocorre é o oposto. Por excessivamente apontar suas próprias falhas e fraquezas e rejeitar elogios sinceros, você está essencialmente negando a divindade que existe dentro de você. Presidente Benson diz que a característica central do orgulho é a inimizade. Descartar os dons divinos que lhe foram dados poderia ser uma expressão de inimizade para com Deus.

Eu amo o que C.S Lewis disse em seu livro Mere Christianity (Cristianismo Puro e Simples): “É a comparação que faz você se sentir orgulhoso: o prazer de estar acima do resto. Uma vez que o elemento de concorrência passe, o orgulho some”. Evitar o orgulho significa não colocar-nos acima dos outros. Também significa não colocar-nos abaixo de outros.

O orgulho está na comparação, no ranking. Comparação cria inimizade para com os outros ou para si mesmo, dependendo de quem está acima na comparação. Dieter F. Uchtdorf reiterou as palavras de Lewis quando ele disse que “Não descobrimos a humildade tendo um conceito pior de nós mesmos. Descobrimos a humildade pensando menos em nós mesmos” (grifo da autora). Respeite a si mesmo como um filho de Deus, e não confunda auto-depreciação com humildade.

2) A obsessão na forma como os outros nos vêem

Eu não estou referindo-me apenas a ser vaidoso ou narcisista; Eu estou falando de ser obcecado com a forma como os outros nos vêem – como aparentamos ser, espiritualmente e emocionalmente, para o mundo. Eu tive muitos clientes dizendo-me que eles estavam hesitantes em fazer ou dizer alguma coisa porque eles não querem parecer arrogantes. Em outras palavras, eles queriam parecer humildes. Conheço outras pessoas que estão preocupados em como os membros da ala os verão, porque eles não querem arruinar suas chances de “concorrer” para uma posição de liderança na igreja.

Embora seja bom ser auto-consciente e consciente da impressão que damos, isso pode ser problemático quando queremos parecer mais humildes do que, na verdade, ser humildes. Ironicamente, o próprio pensamento de querer parecer humilde para outros é orgulho. Lembre-se que as escrituras ensinam que “o homem [ou a mulher] vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (1 Samuel 16:7).

3) preocupação excessiva com as escolhas e retidão dos outros

No evangelho de Jesus Cristo, somos aconselhados a ajudar e auxiliar os nossos irmãos e irmãs. A estrutura da visita família, de mestres familiares e professoras visitantes, e praticamente todas as outras facetas da organização da Igreja testemunham sobre este fato; estamos aqui para incentivar e motivar uns aos outros, tanto física como espiritualmente. No entanto, acredito que muitas vezes nos tornamos excessivamente preocupados com o testemunho, crenças e escolhas morais daqueles que não estão em nossa mordomia, como forma de enfatizar a nossa própria justiça. Um pensamento ou comentário do tipo, “Eu estou tão preocupado com ela; ela vai para o fundo do poço!” pode na verdade querer dizer,” Estou tão feliz que eu não estou indo na mesma direção. Ainda bem que eu estou no caminho reto e estreito e posso ajudá-la a seguir na linha!”

Existem, certamente, aqueles sobre os quais temos mordomia (mais notavelmente os nossos próprios filhos), e é nossa responsabilidade apoiar o seu bem-estar espiritual. O próprio Senhor ordenou a Joseph para que “criásseis [nossos] filhos em luz e verdade”.

Vários anos atrás, meu jovem filho adulto estava fazendo escolhas que não estavam alinhadas com o meu sistema de valores e crenças espirituais. Eu estava passando pela decepção, medo e dor naquela situação. Depois de muita ponderação, oração e frequência ao templo, eu me tornei consciente de que uma grande parte da minha dor estava enraizada na minha crença de que eu sei qual caminho é certo para o meu filho adulto. Eu entendi que eu não sabia como nossos Pais Celestiais podiam usar um outro caminho e escolhas em Seu plano maior. A resposta à minha oração era de confiar e exercitar a fé, honrar o arbítrio, se concentrar em viver minha própria vida com mais integridade, e continuar a construir um relacionamento respeitoso e amoroso com o meu filho.

Enquanto é normal ter preocupação com o bem-estar dos que estão em nossos cuidados (Doutrina & Convênios 93:44), também é importante procurar equilibrar a nossa preocupação genuína com o testemunho e a dignidade de alguém com o reconhecimento e respeito por seu arbítrio. Se você não tiver certeza onde fica a linha entre a preocupação adequada e a preocupação obsessiva (orgulho), ore para que o Espírito possa ajudá-lo a discernir a melhor forma de tomar decisões em sua própria situação específica.

4) Ser subserviente

Como é que desejar fazer outros felizes e dar o que eles desejam é uma forma de orgulho? A verdade é que o ato de ser subserviente (servil e subordinado de uma forma depreciativa, obcecadas em agradar), em sua essência, não é sobre fazer outra pessoa feliz – é sobre sentir-se confortável, aprovado e sobre inchar o efeito de auto-estima. Quando deixamos nossos limites pessoas e emocionais serem pisados em uma tentativa desesperada de buscar a aprovação e o sentimento de pertencermos a algo, poderíamos essencialmente estar dizendo que o amor de nossos pais celestiais e nossa própria auto-estima não é o suficiente para nos satisfazer.

O orgulho é sobre a obtenção de louvor mundano e afirmação, e ser subservientes é outra rota para esse mesmo objetivo. Embora parte da nossa experiência terrena seja encontrar alegria em relacionamentos, negar nossas próprias necessidades em uma suposta tentativa de “servir” alguém não é humildade, e também não é saudável.

Considere um pai que raramente impõe consequências para uma criança que viole as regras da família, ou que compra um equipamento esportivo que seu filho está pedindo, mesmo que esteja acima do orçamento familiar, ou que tenta aumentar a nota dos filhos culpando o “incompetente” professor. Estes são exemplos de como manter o filho feliz, fazendo os pais se sentirem confortáveis consigo mesmos, ao invés de buscar o que é melhor para os filhos e ajudá-los a crescer.

Movendo-se do orgulho à Corajosa humildade

De fato orgulho e humildade não são tão simples como acreditamos. A seção de tópicos do evangelho do site LDS.org dá uma bela definição de humildade:

Ser humilde é reconhecer com gratidão a nossa dependência do Senhor — compreender que temos constante necessidade de Seu apoio. A humildade é um reconhecimento de que nossos talentos e habilidades são dons de Deus. Não é um sinal de fraqueza, timidez ou medo; é um indício de que sabemos onde repousa nossa verdadeira força. É possível ser humilde e destemido ao mesmo tempo. É possível ser humilde, mas corajoso.

Quando reconhecemos nossa completa dependência do Senhor, “É possível ser humilde e destemido ao mesmo tempo. É possível ser humilde, mas corajoso”. Humildade não é igual a auto-depreciação, a preocupação com a aparência, a preocupação com a salvação dos outros, ou manter os outros felizes. Humildade destemida e corajosa pode assumir a forma de aceitar elogios genuínos e reconhecer a bondade de Deus em você. Pode ser deixar de se preocupar em como os outros o vêem e concentrar-se em como Deus o vê. Pode ser transferir a responsabilidade pela salvação de outra pessoa de volta para ela e exercer um aumento de fé e confiança em Deus. Pode ser permitir que alguém tenha sentimentos negativos em relação a você, sem perder a auto-estima. Seja o que for, reconheça isso e encontre formas de avançar com verdadeira humildade de volta para Cristo.

 

Este artigo foi escrito por Julie de Azevedo Hanks no site LDSLiving.com. Traduzido por Esdras Kutomi.

| Inspiração
Publicado por: Esdras Kutomi
Formado em SI, mórmon, gosta de RPG e Star Wars, lê artigos científicos por diversão, e se diverte mais com crianças ou idosos do que com pessoas de sua idade.
Igreja mórmon se torna hospital no Equador
Igreja Mórmon se torna Hospital no Equador
O casamento mórmon é pra sempre
Por que os Casamentos Mórmons não são até que a morte os separe?

Comente

Seu endereço de e-mail não será divulgado. Os campos obrigatórios estão marcados com *