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5 Princípios do Evangelho em Pokémon

Pokémon voltou a ser um fenômeno mundial recentemente com o lançamento, neste mês, do aplicativo para celular Pokémon GO. E ao lembrar da época em que eu acompanhava a série animada “Pokémon”, colecionava figurinhas e bonecos e participava de “batalhas” no videogame, notei que alguns aspectos do “mundo Pokémon” não apenas se coadunam com as verdades restauradas do Evangelho de Jesus Cristo, mas parecem prover delas!

É evidente que não quero dizer, com este artigo, que os criadores de “Pokémon” tiveram qualquer inspiração direta partindo do mormonismo e das escrituras cristãs [1]. Mas, como a verdade é universal – e seus princípios que nos chamam tanto atenção são usados de modo recorrente em livros, filmes, palestras para executivos e músicas – ponderei sobre o universo ficcional de Pokémon e o comparei com as verdades constantes em minha religião [2]. Ao fazê-lo, compreendi que há limites de comparação, pois, em resumo, Pokémon não pretende ensinar religião, e Evangelho é uma coisa, Pokémon é outra!

Além disso, vários dos pontos mencionados abaixo também podem ser encontrados em outras obras de ficção. Isso é interessante, pois as grandes obras repetem grandes temas, que são bases principio logicas da religião (bem contra o mal, aperfeiçoamento, mestre e aprendiz, diversidade de criaturas, etc.) O resultado desta comparação não forçosa foi o seguinte:

  1. DIVERSIDADE. Os pokémons são pequenos “mostrinhos” que podem ser capturados por “pokébolas”.  Uma das coisas mais legais de “Pokémon” é colecionar os diversos pokémons criados.  Eles foram baseados na diversidade que temos no mundo: plantas, animais e até objetos criados pelo homem. A diversidade pokémon, estava limitada a 151 bichinhos, no começo do anime. Esse número hoje supera 700 [3]. A diversidade de pokémon é um dos pontos fortes que tornaram a série um grande sucesso, e, nada mais é do que um reflexo da diversidade que há no mundo que vivemos. A diversidade de nosso universo é um grande testemunho do poder e glória de um Deus ilimitado. Contemplar essa obra nos faz pasmar, tremer e glorificar o Senhor (Salmos 8). O Salmista declarou: “Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.” (Salmos 104:24)
  2. EVOLUÇÃO. Os pokémons são classificados por “tipo”. Alguns são do “tipo” água, outros do “tipo” fogo, outros do “tipo” planta, etc. A fraqueza de um pokémon de água não é a mesma de que um pokémon de fogo – onde um é forte, outro é fraco. O mestre pokémon deve aprender os pontos fortes e fracos de seus pokémons para vencer os desafios de sua jornada. Além disso, o pokémon pode receber treinamento para desenvolver-se. Ele chega a mudar totalmente sua forma, evoluindo e tornando-se mais forte. Assim o Bulbasaur pode, mediante a desafios e treinamentos, evoluir para um  Ivysaur que por sua vez evolui para um Venusaur. A evolução (avanço para um nível maior e mais primoroso) é um dos aspectos mais significativos da teologia cristã. Somos incentivados pelas escrituras a evoluir e galgar novos patamares de espiritualidade, desenvolvendo nossos talentos e nos aperfeiçoando. Paulo disse que recebemos diversos e variados talentos (1 Coríntios 12) e nos incentivou buscar “com zelo os melhores dons” para encontrar um “caminho ainda mais excelente.” (1 Coríntios 12:31). Na Igreja, ou corpo de Cristo, os dons são repartidos – e nem todos recebem todos os dons. Alguns recebem um, outros outro – mas em união, os membros da Igreja, se aperfeiçoam mutualmente – pois cada um pode utilizar seu dom diverso para abençoar outro (Morôni 10 e D&C 46).
  3. APERFEIÇOAMENTO. Tornar-se um mestre pokémon é a ambição de toda criança que assistiu e acompanhou o anime ou jogou o videogame da saga. Um mestre pokémon captura vários pokémons, aprende sobre eles e enfrenta desafios para tornar seus pokémons fortes. Ele precisa ser um estrategista e ganhar insignias no Ginásios de Mestres Pokémons. A ambição de tornar-se melhor e chegar a uma posição de honra também é um princípio do evangelho. Os desejos, guardada as devidas proporções, do jovem Abraão são parecidos com o desejo de Ash Ketchum (personagem do mundo pokémon que procura tornar-se um mestre), observe: “E achando que havia maior felicidade e paz e descanso para mim, busquei as bênçãos dos pais, e o direito ao qual eu deveria ser ordenado (…) desejando também ser possuidor de grande conhecimento, e ser maior seguidor da retidão, e possuir maior conhecimento, e ser pai de muitas nações, um príncipe da paz, e desejando receber instruções, e guardar os mandamentos de Deus (…)” (Abraão 1:2) Abraão quer melhorar, quer se aperfeiçoar, quer tornar-se um mestre ou príncipe da paz. A história da superação e do caminho do aperfeiçoamento é o desafio de todos nós: precisamos progredir. Como Cristo, de graça em graça (D&C 93:13)
  4. VENCER DESAFIOS. Insígnias eram, no mundo Pokémon, prêmios, dados pelos mestres dos ginásios à treinadores que os venciam. As insígnias simbolizavam que o treinador superara um desafio, e que estava pronto para uma nova etapa, normalmente a participação em grandes torneios pokémons exigiam o recolhimento antecipado de várias insígnias. Em nossa vida precisamos, simbolicamente, recolher várias insígnias, ou prêmios. Mas não lutamos com outras pessoas utilizando monstrinhos. “Não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12). Quando vencemos um desafio da vida tornamo-nos melhores, mais fortes e experientes. Tais desafios nos preparam para a Vida Eterna, nossa ambição.
  5. JORNADA. A jornada para tornar-se um mestre pokémon inclui aventuras em vários locais, com muitos amigos no caminho. Há também experientes professores, enfermeiras e policiais – e, é claro, rivais. A jornada começa cedo: entre oito e dez anos você deve escolher um pokémon para começar a aventura. A idade da responsabilidade nos chega exatamente nesta faixa etária – e precisamos, por meio de nossas próprias decisões vencer desafios e superar obstáculos por toda uma vida. Em nossa jornada na mortalidade, tal como no mundo pokémon, temos mentores, amigos e inimigos. Alguns nos ajudaram em nosso objetivo, outros não. Precisamos, como disse o Presidente Thomas S. Monson, “encontrar alegria na jornada”: “Esta é nossa única chance na vida mortal — aqui e agora. Quanto mais vivemos, maior é nossa compreensão de que ela é breve. As oportunidades chegam e depois se vão. Creio que, entre as maiores lições que devemos aprender nesta breve jornada na Terra, estão as lições que nos ajudam a distinguir o que é importante daquilo que não é. Peço a vocês que não deixem as coisas mais importantes passarem por vocês, enquanto planejam um futuro ilusório e não existente, enquanto vocês têm todo o tempo do mundo para fazer o que quiserem. Em vez disso, procurem ter alegria na jornada — agora.” [4]

E você? É fã de Pokémon? Consegue ver outro princípio do Evangelho em Pokémon? Comente abaixo!

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NOTAS

[1] Segundo o Wikipédia, a inspiração para criar “Pokémon” surgiu do passatempo do criador Satoshi Tajiri  de colecionar insetos quando era criança. Algumas obras criativas tiveram origem direta no cristianismo ou em fenômenos religiosos, tal como o “Superman”, que foi baseado em Moisés, da Bíblia. Outras obras, como parece ser o caso de Pokémon, tem uma relação mais indireta.

[2] Esse exercício (de procurar princípios da verdade religiosa em obras seculares) não é novo. Por exemplo, aqui no Mormonsud você pode ler sobre como Star Wars foi influenciado por um mórmon e como Snap, de Harry Potter, ensinou sobre o Evangelho.

As conexões de histórias ficcionais com princípios do Evangelho são antigas. Para ser sucinto: na mitologia grega podemos encontrar diversos pontos em comum com as verdades cristãs. Alguns analisam esse fenômeno e concluem que o Cristianismo (e por extensão, o Mormonismo) seja uma construção filosófica que se aproveita de várias mitologias, tradições e ideias de outras culturas. Mas não concordamos com esse ponto de vista. Sabemos que Adão já tinha o Evangelho Eterno – e todas as verdades encontradas nas mais diversas culturas pela História provém, direta ou indiretamente, das verdades ensinadas à Adão, que foram, vez após vez, restauradas a outros profetas, em diversas dispensações.

Aspectos do evangelho foram sendo aproveitados mesmo em obras não religiosas. Evidentemente a criatividade humana e a vontade de transmitir mensagens relevantes, por meio de histórias e símbolos, somada, às vezes, a vaidade, produziram inúmeros contos e fantasias. Todas as histórias que tiveram sucesso (ou seja, foram transmitidas com exaustão), por mais inusitadas que sejam (ou pareçam), contém elementos de humanidade e princípios do Evangelho.

[3] Fonte Wikipédia.

[4] “Alegria na Jornada“, Conferência Geral, outubro de 2008

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Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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