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Comunismo, Ordem Unida e Evangelho

 

ESTE É UM RESUMO DO ARTIGO ORIGINAL “COMUNISMO E EVANGELHO DE JESUS CRISTO” PUBLICADO NO BLOG TEOLOGIA MÓRMON. CLIQUE AQUI PARA ACESSAR.

 

karl marxKarl Marx nasceu em 1818 em Trier, Prússia. Seus pais haviam sido convertidos ao luteranismo em resposta às leis antijudaicas. Ele, porém, era profundamente anti-religioso desde a mocidade. Estou Direito na universidade de Bonn (seguindo os passos do pai, que era advogado), mas preferiu a filosofia, em que se doutorou na Universidade de Jena. Em 1842 mudou-se para Colônia e passou a trabalhar como jornalista. Devido a seu radicalismo político e econômico, seus escritos foram censurados e ele precisou fugir com a mulher, Jenny von Westphalen, para Paris. Em 1843 conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu grande amigo e colaborador. Em 1845, Marx e Engels foram exilados – e em Bruxelas escreveram o Manifesto Comunista (1848). Marx então voltou para Alemanha, mas quando as revoluções foram sufocadas retirou-se para Londres, onde passou o resto da vida. Em 1867 foi lançado o primeiro volume de “o capital” – e postumamente, mais dois volumes foram acrescidos. Marx morreu em 1883 – ele e a esposa, que tinham a saúde bem fraca, viviam na favela e Soho em extrema porbreza (embora Engels constantemente enviasse auxilo financeiro). Quando Marx morreu apátrida aos 64 anos, apenas onze pessoas o velaram em seu funeral. [1]

 

“Apesar das críticas e crises que as teorias de Max provocaram, suas ideias foram muito influentes. Como crítico poderoso do capitalismo comercial e como teórico econômico socialista, Marx ainda hoje é considerado relevante para a política e a economia. Muitos concordam com o filósofo russo-britânico do século XX Isaiah Berlin, que o Manifesto Comunista é “uma obra de gênio”. [2]

 

COMUNISMO

Antes de definir comunismo, conforme Marx e seu colega Engels explicaram, é preciso tentar enxergar o mundo como eles enxergavam. Marx percebeu que o crescimento do capitalismo industrial afetava as condições de vida e a saúde moral da sociedade. A burguesia (classe detentora dos meios de produção, e, portanto, do capital ou dinheiro) controlava o comércio e não tinha nenhum interesse sincero pelas pessoas, dizia Marx, exceto na capacidade que elas tinham de gerar lucro. Todos os valores morais, religiosos e sentimentais haviam sido esquecidos devido a vontade de mais e mais dinheiro.

Marx acreditava que todo problema da humanidade, ao longo da História, podia ser resumido na luta de classes: antigos mestres contra escravos, lordes medievais contra servos, patrões contra empregados, burguesia contra proletariado (classe trabalhadora). As revoluções, dizia Marx, eram resultado direto do conflito entre classe social alta e a classe social baixa.

Marx escreveu, com seu colega Engels, o Manifesto Comunista, em 1850 – 20 anos após a restauração do Evangelho. Esse texto mudaria o mundo. Nele Marx pretendia não apenas interpretar o mundo – mas mudá-lo. E o faria através do comunismo.

 

Marx acreditava que o trabalho tinha o potencial de ser uma das maiores fontes de satisfação. Porém, o capitalismo tirava toda recompensa laboral: os donos dos recursos produtivos – fábricas e maquinas – exploravam os trabalhadores – que tinham apenas a força de trabalho. Isso resultava em lucro e conforto a classe dominante – e alienação e insatisfação para a classe dominada. Alienação é um conceito importante na teoria de Marx. Parte de seu significado indica que os bens gerados pelo trabalho do proletariado não poderão ser mantidos ou desfrutados pelos mesmos. Por exemplo: um trabalhador de uma fábrica de tecidos não será dono da peça de roupa – ela pertencerá ao dono da fábrica.

Outro ponto de alienação, gerada pelo capitalismo, segundo Marx, era o esmagamento da criatividade e a obrigação de se trabalhar onde não se é feliz.

Neste ponto é importante salientar que Marx não é abomina completamente o capitalismo. Ele via o capitalismo como etapa necessária ao progresso econômico, que substituiu o feudalismo e o mercantilismo. Ele reconhecia que o capitalismo havia impulsionado a inovação tecnológica. Mas para ele o capitalismo era uma etapa transitória, para um sistema mais perfeito. O capitalismo tornara a luta de classes terrivelmente maior e mais complexa. A miséria crescente e as crises financeiras – e todos os problemas sociais que essas coisas produzem – eram as maldições mais pungentes do capitalismo.

Outro ponto muito importante da teoria de Marx é a superestrutura. Ele acreditava que a superestrutura (a política, o direito, a arte, a filosofia – e mesmo a religião) desenvolvia-se sobre um fundamento ou uma estrutura econômica orquestrada pelo o interesse da classe dominante. Na realidade a classe dominante não promove diretamente as mudanças na sociedade – mas a luta oriunda das relações sociais sim.

Com esse pensamento não é difícil verificar que Marx era contra a religião. Ele mesmo era ateu assumido. Marx acreditava que a religião era necessária para que as pessoas alienadas sentissem mais conforto – e esperança – nas injustiças que sofriam diariamente.

Marx previa que o capitalismo levaria a uma eminente revolução da classe mais pobre – o proletariado. Essa poderia ser a ocasião perfeita para uma reforma estrutural – na qual uma sociedade sem divisão de classes imergiria. Para isso seria necessário acabar com a propriedade privada – que era o verdadeiro câncer da humanidade.

A sociedade perfeita, segundo Marx, não precisava de governo – apenas uma administração. Para Marx “o partido comunista lideraria a revolução e cuidaria para estabelecer o verdadeiro comunismo: propriedade comum para todos! Assim, a verdadeira democracia seria estabelecida. Então não haveria mais poder politico – todos seriam iguais. A criminalidade também não existiria.

Comunismo e socialismo não são a mesma coisa. Às vezes, porém, são sinônimos. O mais correto, no entanto, é diferenciar os conceitos. O socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Por meio do socialismo a sociedade seria organizada de forma diferente, destruindo as classes sociais e extinguindo o Estado opressor. O comunismo pretende uma transição brusca e muitas vezes conflituosa.

 

COMUNISMO NA PRÁTICA

Os efeitos das ideias de Marx levaram as revoluções da Russia e China – e de vários outros países. Entretanto na pratica o comunismo nunca funcionou como Marx desejara.comunismo

 

“Marx não viveu para ver surgir Estados comunistas como União Soviética e a República Popular da China, e ele não poderia ter previsto a real ineficiência dessas economias planificadas. Hoje sobrevive só um punhado de economias comunistas planificadas (Cuba, China, Laos, Vietnã e Coreia do Norte). Corre uma debate sobre o grau de comunismo “marxista” tiveram estes Estados sob a liderança de Stálin e Mao, mas a derrocada do comunismo no bloco oriental e a liberalização da economia chinesa foram vistas por muitos economistas como prova de que a teoria de Marx estava errada.”[5]

Depois da Segunda Grande Guerra, a Europa Ocidental aprimorou uma “terceira via” entre comunismo e capitalismo. Muitos Estados europeus funcionam como uma economia mista – agregando elementos da teoria capitalista e da teoria comunista.

 

LEI DA CONSAGRAÇÃO E A ORDEM UNIDA

PioneirosAgora vamos pausar toda essa informação da teoria econômica de Marx, e falar de um assunto doutrinário de vital importância: A Lei da Consagração.

“A lei de consagração é um princípio divino pelo qual os homens e mulheres dedicam voluntariamente seu tempo, talentos e bens materiais para o estabelecimento e edificação do reino de Deus.” [6]

Essa Lei é a Suprema e mais Importante Lei de Deus. De fato, os membros da Igreja acreditam que vida eterna é desfrutar de “tudo que o Pai possui” – e neste sentido, entra para Vida Eterna quem esta preparado para viver a Lei da Consagração.

Algumas sociedades tiveram sucesso em viver a Lei da Consagração:

  • A Sião de Enoque: “E o Senhor chamou seu povo Sião, porque eram unos de coração e vontade e viviam em retidão; e não havia pobres entre eles.” (Moisés 7:18)
  • A Sião nefita: “E tinham todas as coisas em comum; portanto, nãohavia ricos nem pobres nem escravos nem livres, mas eram todos livres e participantes do dom celestial.” (4 Néfi 1:3)
  • A Igreja sob a direção de Pedro: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.” (Atos 2:44)

Não obstante, Deus trabalha com os homens segundo a capacidade e fé que possuem. A Sião de Enoque “fugiu”, sendo arrebatada para o seio de Deus (D&C 38:4;Mois. 7:18–21, 69), mas as outra duas sociedades que tentaram viver a Lei da Consagração acabaram decaindo. Entre os nefitas ela durou 200 anos – e entre os discípulos da Palestina cerca de 100 anos.

Em nossa época Deus, ao restaurar o Evangelho, revelou a Lei da Consagração, que deveria ser aplicada por meio da “Firma Unida” ou “Ordem Unida”, que é a “organização através da qual os santos, no início da Igreja restaurada, procuravam viver a lei da consagração. Os membros compartilhavam as propriedades, os bens e os lucros e recebiam de acordo com suas carências e necessidades (D&C 51:3; 78:1–15;104).” [7]

Em março de 1832, o Senhor revelou que é preciso que haja uma organização para regular e administrar a lei da consagração no meio de Seu povo. (D&C 78:3) Ele deu a essa organização o nome de “ordem unida”. (D&C 92:1) Em revelações posteriores, o Senhor deu mais informações quanto à ordem unida. (Ver, por exemplo, D&C 104)

 

Hoje os membros da Igreja fazem convênio com Deus de se consagrarem, mas não lhes é exigido doar suas posses, como no caso de Ananias e Safira, do Novo Testamento. A plenitude da Lei da Consagração, portanto, não é exigida.

“Como membros da Igreja de Deus, temos de estar preparados para viver de acordo com a plenitude da lei da consagração e dispostos a fazê-lo. Contudo, não precisamos deixar o dia em que consagraremos a vida ao Senhor para o futuro. Fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para viver de acordo com a lei da consagração atualmente, estaremos mais bem preparados para vivê-la plenamente quando o Senhor nos pedir que o façamos.” [12]

Para concluir o assunto o tópico a citação do Presidente Henry B. Eyring:

“[O] Senhor ouve o choro [das] pessoas [necessitadas] e sente a profunda compaixão que vocês têm por elas, desde o princípio dos tempos Ele proveu meios para que Seus discípulos possam ajudar. Ele convidou Seus filhos a consagrarem seu tempo, seus recursos e a si mesmos, unindo-se a Ele no serviço ao próximo.

Sua maneira de ajudar às vezes foi chamada de “viver a lei da consagração”. Em outra época, a maneira Dele se chamava “ordem unida”. Em nossa época, ela se chama Programa de Bem-Estar da Igreja.

Os nomes e detalhes de operação mudam para condizer com as necessidades e condições das pessoas. Mas a maneira do Senhor de ajudar os que passam necessidades materiais sempre requer pessoas que, por amor, consagraram a si mesmas — e as coisas que possuem — a Deus e Sua obra.

Ele convidou-nos e ordenou-nos a participar de Seu trabalho de ajudar os necessitados. Assumimos o convênio de fazer isso nas águas do batismo e nos templos sagrados de Deus. Renovamos esse convênio aos domingos, quando tomamos o sacramento.” [18]

 

 

COMUNISMO E EVANGELHO

 

ezra-taft-bensonAgora voltemos ao Comunismo, e se encaixa-se no evangelho, especialmente na Lei da Consagração. Vários profetas e Autoridades Gerais da Igreja falaram contra o comunismo. A maior parte das citações foram emitidas durante a Guerra Fria e a ameaça do Comunismo. Entretanto, elas são válidas hoje. Nelas é explicado a diferença entre a Ordem Unida e o Comunismo e os motivos pelos quais Comunismo e Evangelho não combinam (revolta violenta, fim da liberdade, fim da propriedade, fim da religião, etc.)

“A conspiração secreta mundial que tem aumentado em nossos dias – para cumprir essas profecias – é facilmente identificada. O Presidente McKay não deixou margem para dúvidas quanto à atitude que os Santos dos Últimos Dias devem ter para as modernas “combinações secretas” do comunismo conspiratório. Em uma longa declaração sobre o comunismo, ele disse: ‘… Os Santos dos Últimos Dias não devem ter nada a ver com as combinações secretas e grupos antagônicos à lei constitucional da terra que o Senhor estabeleceu, e que ‘deve ser mantida para a proteção dos direitos de toda a carne de acordo com princípios justos e santos.” [19]

“O comunismo é a maior potência anti-Cristo no mundo de hoje e, portanto, a maior ameaça não só para a nossa paz, mas para a nossa preservação como um povo livre. A medida em que nós tolerarmos isso, acomodar-nos com ele, permitir-nos ser cercados por seus tentáculos e atraídos para ele, é a mesma medida em que perderemos a proteção do Deus da terra.” [21]

 

“Basicamente, o comunismo é uma forma de falsa religião; é uma das maiores divisões da igreja do diabo. Nega a Deus e a Cristo; desdenha da cristandade; renega as normas morais e éticas da religião e a decência; nega o livre arbítrio ao homem; ele tira seus direitos inalienáveis; e rebaixa o indivíduo e seu bem-estar a uma massa adequada ao estado. (…) É, portanto, uma ditadura do tipo mais severo e rude existente. A posição da Igreja com respeito ao comunismo está expressa na seguinte declaração da Primeira Presidência: ‘Lamentamos saber, por fontes verdadeiras do governo e outros, que uns poucos membros da Igreja estão-se unindo direta ou indiretamente ao comunismo e estão tomando parte em suas atividades. A Igreja não interfere, e não tem a intenção de interferir, com o livre exercício político de seus membros (…). Porém o comunismo não é um partido político nem um plano político segundo a Constituição; é um sistema de governo oposto ao nosso governo Constitucional (…). Aos nossos membros da Igreja dizemos: O comunismo não é a Ordem Unida, e tem com ela somente uma semelhança superficial; o comunismo está baseado na intolerância e força; a Ordem Unida sobre o amor e a liberdade de amor e consciência; o comunismo envolve despojo forçado e confisco; a Ordem Unida, consagração voluntária e sacrifício. (…) O comunismo (…) é incompatível com a afiliação à verdadeira Igreja, portanto (…) nenhum membro fiel da igreja pode ser comunista. Pedimos a todos os membros da Igreja que evitem o comunismo completamente.’” [25]

 

O Profeta Joseph Smith disse que certa vez assistiu uma palestra “acerca do socialismo”, e que depois de ouvi-la  declarei que não acreditava naquela doutrina.” [30]

Assim se posicionaram os profetas e se posicionou a Igreja. Embora Marx tenha tido boas intenções de melhorar a realidade em que estava inserido – ele não tinha o Evangelho e os princípios da Lei Celestial. Hoje, os membros recusam o comunismo, por atentar contra os Direito Fundamentais e os princípios da Religião Revelada.

 

PARA LER O ARTIGO COMPLETO ACESSE O ARTIGO ORIGINAL “COMUNISMO E EVANGELHO DE JESUS CRISTO” PUBLICADO NO BLOG TEOLOGIA MÓRMON. CLIQUE AQUI PARA ACESSAR.

 

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NOTAS

Observação: foram mantidas as numerações das notas de rodapé do artigo original. As notas faltantes correspondem a partes do texto que foram extraídas no processo de síntese.

[1] Você pode ler mais sobre quem foi Karl Marx nestes sites: InfoEscola, Wikipédia e E-Biografias.

[2] “A era da Revolução – Karl Marx, O Livro da Filosofia, Globo Livros, 2011; pg. 203

 

[5] “Revolução Industrial e Econômica – Karl Marx, O Livro da Economia, Globo Livros, 2011; pg. 105

[6] “Lei da Consagração“, Tópicos do Evangelho

[7] “Odem Unida“, Tópicos do Evangelho

 

[12] Doutrina e Convênios e História da Igreja: Manual do Professor de Doutrina do Evangelho, 2000.

 

[18] “Oportunidades de Fazer o bem“, Conferência Geral Abril de 2011.

[19] Gospel Ideals, de David O. McKay p. 306 em Ezra Taft Benson, Conference Report, October 1961, pp. 69–72

[21] Marion G. Romney, “America’s Promise,” Ensign, setembro de 1979, p. 5

 

 

[30] History af the Church , 6:33

 

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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