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Devo votar em um candidato só porque ele é da minha religião?

A resposta evidente é não! E vamos explicar isso em 10 considerações rápidas, ajudando você a entender um pouco sobre política no Brasil.

O voto é um dos direitos mais preciosos que o cidadão possui. De fato, só se é cidadão, como entendido hoje pela Ciência Política, quando se desfruta, em maior ou menor grau, o sufrágio (direito e votar e ser votado).  O voto é uma manifestação íntima de vontade que atribui poder a alguém para que haja como representante em assuntos da comunidade.

Para elucidar a questão vamos a nossas 10 considerações:

  1. O Brasil é uma República Federativa Presidencialista. É uma república porque o poder para conduzir a nação advém da vontade do povo. Esse poder é “dividido” entre o Legislativo, Executivo e Judiciário. Cada um desses poderes fiscaliza o outro, e agem dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal.
  2. O Brasil é uma Federação pois é a união de Estados Autônomos, isto é independentes (nos limites da Constituição) que se estruturam para manter a nação, cada qual enviando seus representantes (Senadores) para elaborar leis. O povo de cada Estado-membro também tem seus representantes (Deputados Federais), na proporção de sua população. Senadores e Deputados Federais se reúnem no Congresso Nacional – e foram o poder Legislativo da Nação.
  3. O Brasil é Presidencialista porque o chefe de Governo e chefe de Estado é ocupado por um Presidente (Líder do Poder Executivo da Nação), com o mandato de 4 anos (podendo haver reeleição por igual período, mais 4 anos). Cada Estado que compõem o Brasil possui um Governador e uma Assembléia Legislativa – com Deputados Estaduais. E cada Município (entidades menores que foram os Estados) também possui uma liderança representativa: prefeito (Chefe do Poder Executivo) e vereadores (membros da Câmara Municipal que legislam no âmbito municipal e fiscalizam o Poder Executivo).
  4. Em nosso país não elegemos membros do Judiciário. Em sua maioria, os juízes, desembargadores e ministros ingressam na carreira por meio de concurso público.
  5. As eleições em nosso país acontecem a cada dois anos. 2016 é ano eleitoral. Aqueles que tem 18 anos completos devem tirar o Título Eleitoral e votar. O voto é obrigatório no Brasil. Os brasileiros também podem ser candidato a alguns cargos a partir dos 18 anos, como o de vereador. Para os analfabetos, os maiores de 70 e os que têm entre 16 e 18 anos, o voto é facultativo.
  6. Este ano poderemos escolher vereadores e prefeitos. Nosso sistema político exige que o candidato seja vinculado a um partido político. É importante, ao analisarmos o candidato, procurar conhecer o partido – sua visão, suas metas e sua história. Isso porque ao elegermos um vereador ou prefeito, estamos também dando poder ao partido, que com mais representatividade, poderá colocar em ação seus ideais.
  7. Sobre esse último aspecto é preciso compreender que no Brasil há dois sistemas de voto.
    • O sistema eleitoral majoritário – ganha quem recebe mais votos. No Brasil isso se aplica às eleições de prefeitos, governadores e presidente, e também para as eleições de senadores; e
    • O sistema eleitoral proporcional – existe para que todos os partidos tenham representação. É estabelecida uma proporção entre o número de votos e o número de cargos. Quem recebe mais votos, consegue mais cargos e vice-versa. Os partidos que não atingem o coeficiente partidário (quociente eleitoral) mínimo não recebem nenhuma vaga. O voto proporcional é usado nas eleições de deputados e vereadores. Um candidato a vereador muito votado, poderá acabar levando para a Câmara Municipal vários outros candidatos do mesmo partido (mesmo que tenham recebido poucos votos diretos). Esse sistema tem sido muito criticado, mas foi criado para evitar que apenas pessoas famosas sejam eleitas.
  8. Para exercer sabiamente nosso direito de votar precisamos analisar a vida do candidato. Ser religioso é ótimo, ainda mais da mesma Igreja. Mas isso não basta, pois todos sabemos que uma pessoa não necessariamente vive o que acredita ou o que diz acreditar – e ainda mais: uma pessoa religiosamente ativa não necessariamente possui a “vitù” política, ou seja, a capacidade de governar e agir eficazmente no cargo político. É preciso mais do que boa vontade para ocupar zelosamente um cargo político. Vivemos em um Estado Democrático e Laico – o que significa que há uma pluralidade de pensamentos, filosofias, segmentos religiosos, etc. – e que o Estado não tem uma religião oficial. É importante termos pessoas que vivem e amam a nossa fé, mas é preciso mais que isso.
  9. Devido ao item anterior seria sábio esforçar-se ao máximo para conhecer a vida e as pretensões do candidato. Neste sentido é preciso ler bastante e conversar com amigos e familiares. Há vários sites dedicados a mostrar quais políticos tem “ficha limpa” e quais não tem. Enviar uma mensagem pela rede social ou um e-mail para o candidato perguntando sobre suas ideais e ideais – ou, se possível, conversar com ele e assistir uma apresentação do mesmo, é ótimo. Os debates políticos transmitidos pela televisão aberta – e os horários de campanha eleitoral também ajudam na decisão.
  10. Sempre é bom alertar que devemos ter cuidado com promessas e com campanhas emotivas (o marketing político em nosso país tornou-se muito exagerado). O voto é uma das armas mais eficazes para mudar os caminhos de nossa sociedade e nação. Precisamos exercer com consciência nosso voto. E, depois de escolher nossos representantes, acompanhar o trabalho deles, cobrando-os.

Esperamos um futuro grandioso para nosso país. Mas para que este futuro chegue, precisamos nos atentar as questões de nosso tempo e participar mais ativamente na política. Só assim, nossa nação se tornará mais justa e digna das grandes promessas do Senhor para esta terra.

| Santos no Brasil
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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