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Falibilidade dos Profetas: eles erram?

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Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias creem “na mesma organização que existia na Igreja Primitiva, isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres,evangelistas, etc.” (Regra de Fé 6). E também creem “que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia, e pela imposição de mãos, por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar as suas ordenanças.” (Regra de Fé 5). Veja que os santos dos últimos dias (mórmons) acreditam em profetas e apóstolos (como havia na Igreja Primitiva) – e que tais são homens chamados por Deus.

PROFETAS SÃO HOMENS

Ora, comecemos por ai: homens. Se eles são homens, por dedução lógica, são mortais e falíveis. Com exceção de Jesus Cristo, o único ser que viveu na Terra sem cometer pecado, “todos [pecam] e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23).

Não é incomum nas escrituras verificar que homens santos, profetas e apóstolos erraram. Jonas fugiu de sua missão (Jonas 1); Judas, que estava na visão de Leí entre os “doze [que] seguiam [Jesus Cristo, cujo] brilho excedia ao das estrelas no firmamento” (1 Néfi 1:10), traiu o Salvador (Lucas 22:48); Pedro negou o Salvador três vezes (Marcos 14:72); Paulo e Barnabé tiveram “não pequena dissensão e contenda” (Atos 15:2); Leí murmurou (1 Néfi 16:20); Joseph Smith foi diversas vezes repreendido pelo Senhor em Doutrina e Convênios (por exemplo: D&C 10).

Joseph Smith contou certa vez: “Nesta manhã, fui apresentado a um homem do leste. Depois de ouvir meu nome, ele comentou que eu nada mais era que um homem, indicando com isso que havia suposto que uma pessoa a quem o Senhor consideraria digno de revelar Sua vontade precisaria ser mais do que um homem. Parecia ter-se esquecido das palavras proferidas por Tiago, que [Elias, o profeta] era um homem sujeito a paixões como nós, mas tinha tal poder de Deus que, em resposta a suas orações, Ele fechou os céus para que não chovesse pelo período de três anos e seis meses; e novamente, em resposta a sua oração, os céus fizeram chover e a terra frutificou [ver Tiago 5:17–18]. De fato, tal é a escuridão e a ignorância desta geração, a ponto de considerarem incrível que um homem comum tenha qualquer [interação] com seu Criador” (History of the Church, volume 2, p. 302.)

QUANDO ACHAMOS QUE O PROFETA ERROU

Moisés casou-se com uma egípcia. Aarão e Miriã ficaram indignados com isso. Eles se rebelaram contra o profeta de Deus. O Senhor repreendeu Aarão e Miriã dizendo: “E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonho falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e claramente, e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? Assim, a ira do Senhor contra eles se acendeu (…)” (Números 12:6-9)

Essa passagem deixa claro diversas verdades, mas a que quero ressaltar é: às vezes a atitude de um profeta pode parecer-nos errônea, a tal ponto que o critiquemos e até nos rebelemos. Mas não devemos fazê-lo. Primeiro porque a falha que vemos no profeta pode não ser verdadeiramente uma falha, mas uma deficiência ou imaturidade em nossa própria percepção espiritual. Segundo, mesmo que o profeta erre, a repreensão virá de cima, não dos lados ou de baixo.

O Senhor também admoestou a Igreja: “Há os que, sem razão, procuraram falhas nele [o Profeta Joseph Smith]; Contudo, ele pecou; mas em verdade vos digo: Eu, o Senhor, perdoo os pecados daqueles que confessam seus pecados perante mim e pedem perdão, se não pecaram para morte. Meus discípulos, nos dias antigos, procuraram pretextos uns contra os outros e em seu coração não se perdoaram; e por esse mal foram afligidos e severamente repreendidos. Portanto, digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior.” (D&C 64:6-9)

COMO TER CERTEZA QUE O PROFETA FALA EM NOME DO SENHOR?

Quando os profetas falam como profetas, falam com a mesma clareza de Néfi: “E agora, meus irmãos, falei com clareza, de modo que não podeis errar” (2 Néfi 25:20); “Mas eis que continuo com a minha própria profecia, de acordo com a minha clareza, na qual sei que nenhum homem pode errar” (2 Néfi 25:7).

Um profeta verdadeiro é chamado por Deus, conforme explicado acima, por profecia e revelação, e por imposição de mãos por quem já antes recebera autoridade. Ele tem direito a manifestações especiais, como Moisés, e pode falar me nome de Deus para o mundo todo.

Sabemos que um profeta é chamado por Deus pelos seus frutos (Mateus 7:20). Parte desses frutos se relaciona ao testemunho de Cristo e a advertência para que nos arrependamos e O sigamos.

Podemos receber um testemunho, pelo poder do Espírito Santo, do profeta que Deus escolheu, orando a respeito (Morôni 10:5).

O Senhor disse que “tudo que [seus servos] disserem, quando movidos pelo Espírito Santo, será escritura, será a vontade do Senhor, será a mente do Senhor, será a palavra do Senhor, será a voz do Senhor e o poder de Deus para a salvação.” (D&C 68:4) Ele nos ordenou ainda: “Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis.” (2 Crônicas 20:20).

O Senhor chamou atalaias para nos avisar do perigo. Seus profetas são homens comuns, mas com chamados extraordinários. Falando este respeito dos profetas,apóstolos e das Autoridades Gerais da Igreja, o Elder Bruce R. McConkie, escreveu:

“Com toda a sua inspiração e grandiosidade, os profetas são homens mortais com imperfeições comuns à humanidade em geral. Eles têm suas opiniões e preconceitos e precisam muitas vezes resolver seus problemas com inspiração. Joseph Smith relatou que ‘[havia conversado] com um irmão e uma irmã de Michigan, que achavam que “um profeta sempre é um profeta”, mas eu lhes disse que um profeta somente era profeta quando agia como tal’” (Mormon Doctrine, p. 608).

Podemos saber que o profeta esta falando pelo poder do Espírito de Deus se desfrutarmos este mesmo Espírito. Os requisitos para termos sempre o Espírito conosco são repetidos na oração sacramental: guardar os mandamentos, desejar tomar sobre nós o nome de Cristo e lembrar sempre Dele. A oração da fé e as obas obras nos enchem do Espírito, de modo a podermos discernir a verdade do erro.

DOUTRINA OFICIAL E PALAVRAS ISOLADAS DE UM PROFETA.

Algumas coisas que os profetas falam e fazem às vezes são mal interpretadas. O Élder Russell M. Nelson contou algo que ilustra este ponto. Ele disse: “Eu era consultor do governo dos Estados Unidos em seu Centro Nacional de Controle de Doenças em Atlanta, Geórgia. Certa vez, enquanto esperava o táxi que me levaria ao aeroporto depois das reuniões, estiquei-me no gramado a fim de desfrutar um pouco do calor do sol antes de retornar ao inverno de Utah. Mais tarde, recebi pelo correio uma fotografia, tirada com a ajuda de uma lente de longo alcance, que capturou aquele momento de descanso no gramado. A legenda da foto era: ‘Consultor Governamental no Centro Nacional’. A imagem era verdadeira, a legenda era verdadeira, mas a verdade fora usada para promover uma impressão falsa”. (Russell M. Nelson, “Truth—and More,” [Verdade — e Mais] Ensign, janeiro de 1986, p. 71).

Muitas pessoas que se deparam com citações dos lideres da Igreja – especialmente de líderes antigos, como Brigham Young, Spcer W. Kimball e Joseph Fielding Smith – não tem a preocupação de pesquisar o contexto histórico e cultural para corretamente interpretar o texto, e julgam que o profeta teria errado.

Quando nos deparamos com textos antigos precisamos levar em consideração que a “exatidão de algumas transcrições [antigas] foi questionada. Não havia tecnologia e processos modernos para verificar a exatidão das transcrições, e alguns erros importantes foram documentados. O Journal of Discourses [por exemplo,] inclui ensinamentos interessantes e esclarecedores proferidos por antigos líderes da Igreja; contudo, por si só, não é uma fonte autorizada de doutrina da Igreja. (Tópicos do Evangelho “Jornal of Discourses”).

CONCLUSÃO

O Elder Bruce R. McConkie resumiu bem tudo o que tratamos Ele disse que “as opiniões e pontos de vista, até de um profeta, podem conter erros, a menos que essas opiniões e pontos de vista tenham sido inspirados pelo Espírito. As declarações e as escrituras inspiradas devem ser aceitas como tal. Porém, observemos o seguinte: Paulo foi um dos maiores profetas e teólogos de todos os tempos, mas ele tinha algumas opiniões que não estavam totalmente de acordo com os sentimentos do Senhor, e ele incluiu algumas delas em suas epístolas. Mas sendo sábio e prudente, explicou que se tratavam de opiniões pessoais. Ele disse: “É assim que eu penso”. Quando terminou de explicar seu ponto de vista, ele disse: “Mas é isso que o Senhor acha”. Os pontos de vista de Paulo, suas opiniões pessoais, não eram tão perfeitas como poderiam ser.

Não precisamos ficar questionando inutilmente se as Autoridades Gerais estão falando pelo Espírito de inspiração ou não — podemos descobrir isso com certeza. Quero lembrar-lhes uma das famosas declarações de Joseph Smith a esse respeito: “O Senhor não revelará nada a Joseph que não revele aos Doze ou ao menor e último membro da Igreja, tão logo ele seja capaz de suportá-la”.

Isso é perfeito. Essa é a mesma doutrina que Paulo ensinou. Paulo disse: “Todos podereis profetizar”. Ele disse: “Procurai, com zelo, profetizar” (I Coríntios 14:31, 39). Todos os membros da Igreja, toda a Igreja deveria receber revelação. Ela não está restrita a uns poucos escolhidos, os missionários, ou os bispos. Precisamos receber revelação. Todos devemos ser como os apóstolos e profetas.” (“Homens Comuns, Chamados Extraordinários”, A Liahona Setembro de 2007)

Assim, podemos ter certeza plena que o profeta não nos desencaminhará – e que falará a mente e vontade do Senhor – basta desfrutarmos do espírito de revelação.

ESSE É UM TRECHO DO ARTIGO “Falibilidade dos Profetas: eles erram? Se sim, como saber se estão transmitindo a palavra do Senhor?”. PARA LER O ARTIGO ORIGINAL E COMPLETO, CLIQUE AQUI.
| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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