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Casamento Além da Morte

O casamento mórmon é pra sempre

sonhando com o casamentoO Casamento para a eternidade é uma ordenança sagrada, na qual homem, mulher e filhos podem ser unidos para o tempo e eternidade. Às vezes chamamos o casamento eterno de Selamento, pois une de maneira perpétua uma família, caso todos se mantenham dignos desta bênção.

Esta é uma das maiores bênçãos que podemos receber na mortalidade [1].

“O casamento entre um homem e uma mulher é essencial ao plano de Deus. O Senhor disse: “Aquele que proíbe o casamento não é aprovado por Deus, porque o casamento foi instituído por Deus para o homem” (D&C 49:15). Desde o princípio, o casamento tem sido uma lei do evangelho e deveria durar para sempre, não apenas durante esta vida mortal.

Adão e Eva foram casados por Deus antes que houvesse morte no mundo. Eles tinham um casamento eterno e ensinaram essa lei a seus filhos e aos filhos dos seus filhos. À medida que os anos passaram, a iniquidade entrou no coração das pessoas e a autoridade para a realização dessa sagrada ordenança foi tirada da Terra. Com a Restauração do Evangelho, o casamento eterno foi reinstituído na Terra.” (Princípios do Evangelho, Capítulo 38: Casamento Eterno).

O Elder James E Talmage explicou: “A revelação divina na dispensação da plenitude dos tempos deixou claro o fato de que, contratos de casamento como evidentemente todos os demais acordos entre partes na mortalidade, são de nenhum valor além-túmulo, a menos que sejam ratificados e validados pelas ordenanças devidamente estabelecidas do Santo Sacerdócio. O selamento do convênio do matrimônio pelo tempo e pela eternidade, que veio a tornar-se conhecido como casamento celestial, é uma ordenança estabelecida por divina autoridade, na Igreja restaurada de Jesus Cristo.”

 

ADVERTÊNCIA PARA OS QUE ESCOLHEM NÃO SE CASAR PARA ETERNIDADE

Há pessoas que tem a oportunidade de se casar e não o fazem, por motivos triviais ou por falta de fé. Há entre os que se casam aqueles que deliberadamente não o fazem no Templo, para o tempo e eternidade. Todos estes estarão sozinhos na ressurreição, sendo-lhes negado a bênção de um(a) companheiro(a) eterno(a).

O Presidente Harold B. Lee disse aos portadores do sacerdócio: “Lembrem, irmãos, que somente aqueles que ingressarem no novo e eterno convênio do casamento no templo para o tempo e a eternidade, somente eles alcançarão a exaltação no reino celestial. É isso que o Senhor nos declara”. (Conference Report, outubro de 1973, p. 120; ou Ensign, janeiro de 1974, p. 100)

O Élder Russell M. Nelson, membro do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que “as mais elevadas ordenanças da casa do Senhor são dadas ao marido e à mulher juntos e igualmente, do contrário, nada recebem! Voltando ao passado, acho que o dia mais importante de minha vida foi o dia em que minha querida Dantzel e eu nos casamos no templo santo. Sem ela, eu não poderia receber as mais elevadas e duradouras bênçãos do sacerdócio. Sem ela, eu não seria o pai de nossos filhos maravilhosos e avô de nossos preciosos netos”. (A Liahona, julho de 1999, p. 17)

Falando das alternativas do mundo para o casamento eterno, o Élder Gordon B. Hinckley, na época membro do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Para concluir, gostaria de contar-lhes uma história. Trata-se de ficção, mas em princípio é verdadeira. Conseguem imaginar um casal jovem num período da vida em que a lua está cheia e as rosas estão em flor e um amor sagrado cresceu entre eles? João diz a Maria: ‘Maria, amo você. Quero que seja minha esposa e a mãe de nossos filhos. Mas não quero ficar com você ou eles para sempre; só por algum tempo; depois, adeus’. E ela, olhando para ele com o rosto banhado de lágrimas à luz do luar, diz: ‘João, você é maravilhoso. Não há nenhuma outra pessoa no mundo inteiro como você. Amo você e quero que seja meu marido e o pai de nossos filhos, mas só por algum tempo, e depois adeus’. Parece tolice, não é mesmo? Mas não é de fato o que um rapaz diz para uma jovem e uma jovem diz para um rapaz numa proposta de casamento em que, apesar da oportunidade da união eterna sob ‘o novo e eterno convênio’, eles optam por desprezá-la e contentam-se com um substituto que dura só até a morte?” (Conference Report, abril de 1974, p.33; ou Ensign, maio de 1974, p. 24)

 

A ARMADILHA DOS SADUCEUS

Certa vez, um grupo de saduceus, seita que existia entre os judeus na época de Jesus, tentou apanhar o Mestre, propondo-lhe um difícil problema: “Os saduceus afirmavam que não poderia haver ressurreição corpórea, e nesse ponto de doutrina como em muitos outros, estavam em declarada oposição aos fariseus. A questão proposta por eles nessa oportunidade relacionava-se diretamente com a ressurreição e fora armada para desacreditar a doutrina, por meio de uma aplicação desfavorável e gritantemente exagerada. “Mestre”, disse o porta voz do grupo, “Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos casará o seu irmão com a mulher dele e suscitará descendência a seu irmão. Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu, e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão. Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo; por fim, depois de todos, morreu também a mulher. Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram?” Era inquestionável que a lei mosaica autorizava e requeria que o irmão de um marido falecido sem filhos, deveria casar-se com a viúva, com o propósito de suscitar filhos ao nome do morto, cuja linhagem familiar seria assim legalmente continuada.

Um caso tal como o que os casuísticos saduceus apresentaram, no qual sete irmãos teriam tido por esposa, e deixado como viúva sem filhos, a mesma mulher, era possível pelo código mosaico, relacionado com os casamentos de levirato, mas era um acontecimento dos mais improváveis. Jesus, contudo, não parou para discutir os elementos do problema que se lhe apresentava; não importava que o caso fosse real ou imaginário, uma vez que a pergunta: “De qual dos sete será a mulher?” baseava-se numa concepção totalmente errônea. Respondeu-lhes Jesus: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus; Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.”

O que o Senhor queria dizer era claro: que na situação de ressurretos, não poderia haver dúvida entre os sete irmãos, quanto a quem pertencia a mulher para a eternidade, uma vez que todos, com exceção do primeiro, se haviam casado com ela pelo tempo de duração de suas vidas mortais tão somente, e, primariamente, com o propósito de perpetuar, na mortalidade, o nome de família do irmão que morrera primeiro. Lucas registra as palavras do Senhor, em parte, da seguinte forma: “Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dos mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” Na ressurreição, não haverá casar-se nem ser-se dado em casamento; pois que todas as questões de situação matrimonial devem ser resolvidas antes daquela ocasião, sob a autoridade do Santo Sacerdócio, que tem o poder de selar em casamento, tanto para o tempo quanto para a eternidade.

Do caso apresentado por seus traiçoeiros inquiridores, passou Jesus para a realidade da ressurreição, que estava em pauta, de maneira implícita, na pergunta: “E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Esse era um ataque direto à doutrina dos saduceus, de negação quanto à literal ressurreição dos mortos. Os saduceus eram, destacadamente, os zelosos defensores da lei, na qual Jeová Se afirma como o Deus de Abraão, Isaque, e Jacó; e ainda assim, negavam a possível ressurreição desses patriarcas, e faziam do exaltado título, sob o qual o Senhor Se havia revelado a Moisés, algo válido somente durante a breve existência mortal dos progenitores da nação israelita. A declaração de que Jeová não é Deus dos mortos, mas dos vivos, era uma denúncia irrespondível da perversão das escrituras pelos saduceus; e em solene conclusão, o Senhor acrescentou: “Por isso vós errais muito.” Alguns dos escribas presentes impressionaram-se com a demonstração irretorquível da verdade, e exclamaram em aprovação: “Mestre, disseste bem.” Os orgulhosos saduceus tinham sido refutados e silenciados, “e não ousavam perguntar-lhe mais coisa alguma”. (James E. Talmage, Jesus, o Cristo, Capítulo 31)

 

PROMESSAS AOS QUE NÃO SE CASAM POR FALTA DE OPORTUNIDADE

O fato de Jesus ter ensinado que na ressurreição “nem se casam, nem são dados em casamento” perturba algumas pessoas, especialmente aquelas que não tem a oportunidade de se casar nesta vida mortal. Já que ordenanças como batismo, recebimento do sacerdócio e casamento pertencem a mortalidade – muitos pensam que permanecerão solteiros na vida pós-mortal. Entretanto, os profetas ensinaram que não é assim.

O Presidente Body K. Packer, que serviu no Quorum dos Doze Apóstolos ensinou:

“Quando falamos do casamento e da vida em família, inevitavelmente pensamos: “E quanto às exceções?” Alguns nascem com limitações e não podem gerar filhos. Algumas pessoas inocentes veem seu casamento ser destruído devido à infidelidade do cônjuge. Outras não se casam e vivem solteiras em retidão.
Por enquanto, ofereço este consolo: Deus é nosso Pai! Todo o amor e toda a generosidade manifestados no pai terreno ideal são magnificados Nele que é nosso Pai e nosso Deus, muito além da capacidade de compreensão da mente humana. Seus julgamentos são justos; Sua misericórdia, sem limites. Seu poder para compensar está além de qualquer comparação terrena. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (I Coríntios 15:19).” (Conferência Geral, Abril de 2015)

Em uma ocasião anterior, o Presidente Packer testificou: “Nem todos alcançam tudo na vida mortal; pois alguns não têm a oportunidade de casar-se e formar a própria família; mas o grande plano de felicidade e as leis que o governam perduram após a morte. Há um Pai Celestial bondoso que cuida dessas pessoas e, na eternidade, as bênçãos necessárias para a exaltação (que incluem o casamento e a família) não lhes serão negadas. A espera e o anseio por elas haverão de torná-las ainda mais ternas.” (“O Estandarte foi erguido”, Conferência Geral Outubro de 2003)

 Elder Neil L. Andersen, dos Doze Apóstolos, disse: “Nem sempre podemos explicar as dificuldades de nossa mortalidade. Às vezes a vida parece injusta — especialmente quando nosso maior desejo é fazer exatamente o que o Senhor ordenou. Como servo do Senhor, asseguro-lhes que esta promessa é garantida: “Os membros fiéis cujas circunstâncias os impeçam de receber as bênçãos do casamento eterno e de ser pais (ou mães), nesta vida, receberão todas as bênçãos prometidas na eternidade, desde que guardem os convênios que fizeram com Deus”. (“Filhos”, Conferência Geral outubro de 2011)

O Manual de Instruções da Igreja (Manual 2) explica a doutrina: “Todos os membros, mesmo aqueles que não se casaram ou que não têm a família na Igreja, devem lutar pelo ideal de viver em uma família eterna. Isso significa preparar-se para tornar-se um cônjuge digno e um pai ou mãe amorosos. Em alguns casos, essas bênçãos só serão cumpridas na vida futura, mas a meta final é a mesma para todos. Os membros fiéis cujas circunstâncias os impeçam de receber as bênçãos do casamento eterno e de ser pais (ou mães), nesta vida, receberão todas as bênçãos prometidas na eternidade, desde que guardem os convênios que fizeram com Deus.” (item 1.3.3)

O Presidente Howard W. Hunter citou o Presidente Lorenzo Snow : “Nenhum santo dos últimos dias que morrer, tendo sido fiel, perderá qualquer coisa por ter falhado no cumprimento de certos mandamentos, devido à falta de oportunidade de cumpri-los. Em outras palavras, se um jovem ou uma jovem não tiver tido a chance de casar-se, e se for fiel até a morte, ele ou ela terá as mesmas bênçãos, a mesma exaltação e glória que qualquer outro homem ou mulher que tiver tido esta oportunidade e a tiver aproveitado. Isto é absolutamente certo.” [The Teachings of Lorenzo Snow, (“Os Ensinamentos de Lorenzo Snow”) comp. Clyde J. Williams, Salt Lake City: Bookcraft, 1984, p.138.] Acredito que a declaração do Presidente Snow seja verdadeira.” (Sede pais e maridos justos”, Conferência Geral outubro de 1994) [2]

 

CONCLUSÃO

Com todos esta promessas em mente, podemos ter certeza que, caso não tenhamos uma oportunidade real de casar, teremos esta bênçãos no porvir. Tal doutrina não atenta contra as palavras do Salvador aos incrédulos saduceus, pois é verdade que as questões do casamento deverão ser resolvidas antes do recebimento da herança eterna. Mas Deus tem seus caminhos – e é justo e compassivo. Ele cumprirá suas promessas e dará muitas oportunidades para corrigir as injustiças e desafios desta vida mortal.

Diferente é o caso dos que optam por não se casar no Templo. Devemos nos empenhar ao máximo para ser digno desta bênção – e depois de recebê-la, perseverar.

 

________

NOTA

[1] O Élder Parley P. Pratt, um dos primeiros membros do Quórum dos Doze Apóstolos desta dispensação, explicou como o entendimento da doutrina do casamento eterno modificou sua vida: “Até então, eu aprendera a considerar os
laços afetivos e emocionais familiares como algo restrito à mortalidade, algo a que o coração precisaria renunciar inteiramente a fim de qualificar-se para seu estado celestial. Foi Joseph Smith que me ensinou a valorizar os afetuosos relacionamentos de pai e mãe, marido e mulher, irmão e irmã, filho e filha. Foi com ele que aprendi que a esposa que amo pode permanecer comigo para o tempo e toda a eternidade e que os doces sentimentos e emoções que nos unem emanam da fonte do divino amor eterno. Foi com ele que aprendi que podemos cultivar esses sentimentos e fazê-los crescer e aumentar ao longo da eternidade; e o resultado de nossa união infinita seria uma prole tão numerosa quanto as estrelas do céu ou a areia do mar. (…) Eu tinha amado antes, mas não sabia por quê. Mas agora eu amava—com uma pureza e intensidade de sentimentos elevados, exaltados, que fariam minha alma erguer-se acima das coisas transitórias desta esfera tão limitada e a expandiriam como o oceano.” (Autobiography of Parley P. Pratt [1985], pp. 259–260)

 

[2] O Presidente Lorenzo Snow ensinou contou:

“Uma mulher entrou em meu escritório outro dia e pediu para conversar comigo sobre um assunto particular. Ela informou-me que sentia-se muito mal porque suas oportunidades de casar-se não tinham sido favoráveis. (…) Ela queria saber qual seria sua situação na outra vida, caso não conseguisse casar-se nesta vida. Acho que muitos de nossos jovens se fazem essa pergunta. (…) Quero explicar uma coisa para dar paz e consolo às pessoas nessa situação: Nenhum santo dos últimos dias que morrer, tendo sido fiel, perderá qualquer coisa por não ter cumprido certos mandamentos devido à falta de oportunidade. Em outras palavras, se um rapaz ou uma moça viver fielmente até o dia de sua morte e não tiver a oportunidade de casar-se terá todas as bênçãos, exaltação e glória recebidos por qualquer homem ou mulher que tenha tido essa oportunidade e a tiver aproveitado. Isso é absolutamente garantido. (…) Às pessoas que não têm oportunidade de casar-se nesta vida, caso morram no Senhor, serão concedidos os meios de receberem todas as bênçãos reservadas aos casados. O Senhor é misericordioso e bom, Ele não é injusto. Não há injustiça Nele; contudo, dificilmente poderíamos considerar justo que uma pessoa, homem ou mulher, morra sem a oportunidade de casar-se, a menos que isso possa ser remediado na outra vida. Isso seria uma injustiça e sabemos que o Senhor não é um Ser injusto. Minha irmã Eliza R. Snow era uma boa mulher, creio que está entre as melhores desta Igreja, e ela permaneceu solteira até já não ter mais condições de ter filhos. (…) Não posso nem por um momento imaginar que ela perderá uma bênção que seja por causa disso. Ela será recompensada na outra vida e seu reino será tão grande quanto se ela tivesse tido a oportunidade de ter filhos nesta vida.” (Millennial Star, 31 de agosto de 1899, pg 547-548)

| Fortalecendo as Famílias
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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