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Pergunte a Uma Mulher Mórmon: Meu Cônjuge Decidiu Abandonar a Igreja. E Agora?

Chris pergunta:

mormon-oração8Eu não sei exatamente como isto funciona, mas eu passei os últimos dois dias procurando uma resposta. Eu espero encontrar algo aqui. Meu marido e eu somos casados tem quase três anos e tivemos uma linda menina. A educamos com muito amor e responsabilidade. Ambos servimos missões e nos conhecemos na BYU. Nos casamos no templo de Lago Salgado. Alguns meses atrás, meu marido cuidadosamente me contou que havia chegado a conclusão de que não acreditava mais na Igreja e também que não acreditava mais em Deus. Eu passei por maus momentos tentando saber como reagir. Eu estava irada porque não seria mais possível salvar o meu casamento eterno. Comecei a me preocupar em como criaríamos a nossa filha. De qualquer modo, nos amamos e não desejamos nos divorciar. Por favor, alguém passou por algo semelhante e tem alguma ideia de como enfrentar esta situação? Como posso gestir meu casamento e criar minha filha em um ambiente estável e seguro? Ficarei imensamente grata com qualquer dica ou conselho. Obrigada!

Respostas: por Janelle e suas amigas

Querida Chris, eu estava muita ansiosa em responder a sua pergunta mas também queria que você pudesse ter a perspectiva de varias outras mulheres e não somente a minha. Por isso, eu pedi que varias de minhas amigas também te respondessem.

Britt escreve:

Eu tenho certeza que você esta passando por uma situação muito complicada. Que choque. Mas sei que esses sentimentos de tristeza e raiva não vão durar muito……a desesperança, o luto pelo casamento que você tinha, o sentimento de que você nunca poderá ter um casamento eterno.

Eu fiquei muito feliz em saber que você ainda ama o seu marido e que ele ainda ama você.

Eu acredito que aprendemos sobre o amor eterno, quando amamos alguém eternamente. A persistência, a paciência e bondade que duram a despeito das mudanças…esta é a coisa mais importante que eu aprendi com o casamento.

Eu enfatizaria seus pontos fortes…como ele honra seu papel de pai, como ele lidera e guia seus filhos na virtude – mesmo que elas não sejam baseadas no evangelho.

Os detalhes irão necessitar muita conversa, criatividade e inspiração. Eu tenho fé que Deus poderá te guiar.

Um grande abraço enquanto você se recupera do primeiro choque e chora também um pouco.

Elisa escreve:

CU040804-015HREu acredito que isto é mais comum do que você imagina, mesmo entre os membros que ainda frequentam a igreja. Eu me lembro de quanto eu chorei ao meu pai de como era difícil ser “a forte”, sempre tendo que levar as crianças a igreja sozinha e estar lá sozinha, liderando a oração familiar, e estudando as escrituras, etc. Ele olhou para mim e me disse: “Elisa, de a volta por cima. Milhares de mulheres estão na mesma situação que você. Você fez o melhor que pode e deve continuar fazendo. Você esta guardando seus convênios do templo e o Senhor abençoara você e o seu casamento”. E o Senhor me tem abençoado. Não é fácil, mas não é porque seu cônjuge decidiu abandonar a Igreja que você deve quebrar os convênios que fez no templo. Meu pai me ensinou a continuar lutando por eles e fazer a minha parte para mante-los sagrados e eu sou grata por esta lição.

Esta situação requer que o “cônjuge crente” trabalhe muito mais do que o “cônjuge não crente”. O casamento é um dos meios mais puros que existe para nos ajudar a nos tornarmos mais como o Salvador. Aprender a amar incondicionalmente, mesmo nos momentos mais difíceis, quando temos o coração partido e pesaroso. Não existe nada que não pode ser reparado pela Expiação.

Eu pessoalmente acredito que qualquer casamento pode ser bem sucedido se os cônjuges estiverem dispostos a serem abertos, honestos e vulneráveis um com o outro. Devemos apenas ser capazes de nos comunicar uns com os outros e estabelecer quais são os limites, e encontrar um apoio em outras mulheres que estão passando pelas mesmas situações.

Stephanie escreve:

Vou deixar que os outros escreverem e compartilhem suas experiências pessoais, mas eu tenho que falar a respeito de sua afirmação de que “salvar o casamento eterno não é mais possível”.  Algumas das ferramentas favoritas de Satanás são a vergonha e o desespero. Se esses sentimentos podem nos fazer recuar a partir de algo que sei que é verdade, então ele é vitorioso. Eu digo que a melhor coisa que você pode fazer é se segurar a três coisas: esperança, os seus próprios convênios e confiar no Senhor.

Emily escreve:

Meus pais se casaram no templo, meu pai serviu uma missão, mas ficou inativo na Igreja por quase toda a sua vida. Houve momentos eu que eu me desesperei ao ver como esta situação dividia nossa família emocionalmente e espiritualmente. Muitas vezes eu me sentia mais feliz em ir a um parque de diversão no domingo do que ir na Igreja. Isto foi particularmente difícil para a minha mãe, que teve sua fé severamente testada inúmeras vezes. Ela pensou frequentemente em se divorciar. Porque meu pai viveu sem o evangelho, ele foi vitima das bofetadas de Satanás de muitas maneiras. Agora ele esta tentando abandonar 40 anos de vícios e indulgência e se beneficiar da Expiação. Sem a minha mãe, ele jamais teria parado para tentar voltar, ele teria desistido de si mesmo.

mormon-EscrevendoEu sou muito grata que os meus pais permaneceram juntos através das mais difíceis experiências. Algumas vezes eu penso que esta foi uma atitude de mártir da parte da minha mãe. A maioria dos meus irmãos são inativos, mas são boas pessoas, a quem espero sinceramente que um dia voltem para a Igreja de sua infância. Por causa do convenio dos meus pais, eu tenho fé de que algum modo permaneceremos juntos, especialmente se meu pai continuar no caminho do arrependimento.

Agora que sou casada, vejo que este risco existe em todos os casamentos, mesmo naqueles que ativamente frequentam o templo. As pessoas costumam dizer que meu marido e eu somos muito unidos, é verdade, mas isso não significa que não temos problemas. Nos não concordamos sempre a respeito de nossa fé e em como vive-la, ou em como educar nossos filhos. Na noite passada eu procurei sua opinião a respeito de um problema e sua resposta foi tão negativa que eu simplesmente desisti. Isto é viver com um outro filho imperfeito de Deus.

Liz escreve:

Eu acredito que minha situação não é diferente da sua, porque me casei com um não membro. Ele tem procurado me apoiar o que é adorável.

Se casar com um homem que professava certas crenças e ve-lo mudar radicalmente, realmente é muito difícil. Mas no nosso “casamento hibrido”, estabelecer limites e manter a comunicação tem sido muito util. Ele sabe que não deve planejar atividades nos horários da Igreja; eu não o pressiono  para vir conosco nos domingos (ele vem a Igreja no Natal, Pascoa, ocasiões especiais, e nas apresentações da Primaria.

Como ele acredita em Cristo, eu acredito que nossa comunicação e cooperação é melhor quando falamos do evangelho. Mesmo que ele não acredite em cada dogma SUD, podemos focalizar nossas conversas em Deus, Cristo, a Expiação, etc… aquilo que realmente importa.

Eu diria que o melhor que se pode chamar de limite seria: “Querido, eu entendo que você está espiritualmente em um lugar diferente agora. Eu te amo, e isso não vai mudar. Porque eu sei que você me ama também, eu preciso que você mantenha a sua crítica a fé, em Deus, etc, fora das discussões familiares, porque sei que não será fácil e no fim confuso para as crianças. Mas eu acho que nós podemos definitivamente ter algum tempo, só para nós dois, e compartilhar nossos pensamentos e sentimentos juntos, porque eu quero saber o que você está pensando, e como eu posso ser solidária com você, porque eu espero que você possa continuar a ser solidário com a minha fé, e aquilo que é importante para mim”.

Kaylie escreve:

mormon-Lendo EscriturasEu acredito que deve ser importante para o cônjuge crente trabalhar com seus próprios sentimentos. Se você se sentir traída ou machucada, se você acreditar que seus sonhos estão morrendo, esses sentimentos são completamente legítimos e você precisa deixar claro o que você quer.

Eu também acho, que a melhor coisa que você faz com alguém que perdeu a fé é escutar. É importante se lembrar de que ele também deve ficar frustrado quando tentou falar de si mesmo e alguém começou a defender a Igreja e apontar o dedo dizendo que ele estava errado. Acredito que devemos defender nossas crenças , mas eu acredito que o amor incondicional é aceitar alguém sem ter uma agenda. O que é difícil de se fazer quando você esta assustada e quando a outra pessoa não aceita aquilo que é sagrado para você. Lembre-se sempre desta celebre frase: As pessoas não se importam com que você sabe até que eles saibam o quanto você se importa.

Anônimo escreve:

Minha própria experiência começou de forma diferente. Meu marido não era membro da igreja, quando eu o conheci. Ele recebeu as lições missionárias e foi batizado cerca de 4 meses antes de nos casarmos. É claro, que não podíamos ir ao templo naquele momento, porque ele tinha apenas 4 meses como membro. Ele me prometeu que assim que completasse um ano, iriamos imediatamente ao templo. Durante este tempo, ele mudou de idéia e nós não fomos ao templo pelos próximos 13 anos, quando ele finalmente decidiu se tornar ativo para que pudéssemos ir ao templo – longa história, não importa, deixe-me voltar a responder a sua pergunta. Nós fomos selados no templo, com os nossos quatro filhos. Após o selamento  ele parou de  falar comigo. Isto durou mais ou menos duas semanas – quando finalmente ele me disse que nunca iria pisar no templo novamente, ele manteve sua promessa – Somos casados ​​ha 42 anos. Ele frequenta a igreja uma ou duas vezes por ano, apenas na reunião sacramental, se eu estou participando do coro ou quando eu fui apoiada como presidente da Sociedade de Socorro, ou se qualquer outra coisa especial está acontecendo. Eu não sei por que ele sempre foi tão resistente ao evangelho, ele nunca vai falar comigo sobre isso – nem uma palavra.

Se você optar por permanecer casada, e ativa na Igreja – e, especialmente, se você espera criar os seus filhos no evangelho, eu acredito que você vai precisar de um testemunho forte e da capacidade de resistir a perseguição. Quando a perseguição vem de uma fonte externa, é uma coisa. Quando ela vem de dentro do relacionamento mais íntimo que qualquer um de nós tem, é incrivelmente difícil manter a sua sanidade mental, e muito menos o seu testemunho e seu casamento.

A razão pela a qual eu ainda estou casada é que meu marido e eu somos ambos muito teimosos, e não desistimos facilmente. Na verdade sou eu que falo de divorcio mais do que ele. Acho que eu sofro muito mais do que ele quando tratamos desse assunto, e eu realmente não sei quando ele não vai falar sobre isso. Milhares de vezes eu roguei por direção e várias vezes muito claramente pedi a Deus se Ele concordava que eu deixasse o meu marido. As minhas orações parecem ter sido sempre respondidas com a mesma resposta, tenha paciência, seja amorosa, perdoe, peça perdão ao seu marido, responda com bondade, etc, etc, etc. Então, eu costumo dizer algo como, em respostas a este: “Eu não posso fazer isso, Pai, você vai ter que me dar a força necessária para ser uma pessoa melhor do que eu sou, porque eu não posso ter paciência, amar, ou perdoar, eu certamente não posso pedir perdão por ser sincera, e eu não quero ser gentil com ele. Mas uma força maior tem me sido dada. Quando eu pedi permissão para sair deste relacionamento, repetidamente me disseram de não. Uma vez eu ouvi as palavras em minha mente, “Eu o conheço melhor do que você, eu o amo muito mais do que você faz, espere -. Permaneça casada”

mormon-doutrina-cristoA última vez que eu pedi, e foi há muito tempo, recebi uma resposta muito contundente, uma voz em minha mente que pareceu atordoar meus outros pensamentos. As palavras que eu ouvi na minha mente foram: “Eu nunca te dei permissão para deixá-lo.” Essa última vez, eu realmente havia sido consumida pelo desprezo e ódio, fiquei assim por uns dois anos, colecionando motivos para que eu pudesse finalmente me justificar e deixa-lo, finalmente eu simplesmente não aguentava mais. Então, quando eu ouvi “Eu nunca dei-lhe permissão para sair.” Eu disse: “Então o que eu faço com a dor, ela está me esmagando, eu não posso mais viver assim.” Eu ouvi em minha mente, “Se entregue a mim. Sentei-me e chorei, e então disse: “Devo seguir adiante com a minha vida. A dor sumiu – não completamente ou imediatamente, mas ele fez sumiu. E, a partir de então, tenho orado constantemente, pedindo ajuda para ser uma pessoa melhor do que eu sou, porque por mim mesmo, eu jamais poderia faze-lo.

Eu gosto de orar quando estou dirigindo ou quando saio sozinha para andar. Recentemente eu estava dizendo ao Pai Celestial o quão grata eu me sentia por ter permanecido casada, e agradecer a Deus por me fortalecer e me ajudar para que eu pudesse continuar ativa no evangelho que eu amo com todo o meu coração. Eu amo meu marido, ele me ama, mas não estamos juntos no evangelho e isto é algo difícil. Tivemos quatro filhos. Dois são ativos, dois não são. Eu não sei se teria sido diferente se lhes tivéssemos ensinado o evangelho juntos.

Acredito que o meu marido um dia vai abraçar o evangelho e seus convênios templários. Se eu estiver errada, eu ainda sei que Deus me instruiu a permanecer com ele. Eu mantive a minha aliança e Deus removeu minha dor – às vezes ainda fico ansiosa para compartilhar o evangelho que eu amo tanto com o homem que eu amo, mas a dor que sentia se foi.

O único conselho que posso dar é: Ore. Ore sem cessar. Peça por orientação. Guarde seus convênios. Obtenha mais do Evangelho do que nunca. Ensine seus filhos pela palavra e pelo exemplo. Ore com todo o seu coração por eles, porque vai ser difícil para eles também. Depois de pedir a Deus o que Ele quer que você faça, faça-o. Sua resposta pode ser diferente da minha. Mas se a resposta vem de Deus, ela vai ser a resposta certa para você e para o seu marido, e eu vou orar por você.

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Cara Chris, e milhares de mulheres ao redor do mundo que estão passando o mesmo que você, eu espero que através destas mensagens vocês saibam que nos importamos com vocês. Você não está sozinha. Quase todas as mulheres que responderam à sua pergunta experimentaram um tipo de viuvez espiritual. O que eu mais gostei da mensagem da anônima era o seu conselho para que você procure a orientação de Deus para você e sua família, e que nunca duas situações são iguais. Eu sei que Deus se preocupa com você e seu marido.

Esta manhã, a medida que dirigia o estudo das escrituras e a oração familiar, lemos a parábola da dracma perdida, encontrada em Lucas 15.

Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la? E quando ela tem encontrado, ela chama os vizinhos juntos, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma que eu perdi.

Acredito que através da expiação de Jesus Cristo, tudo o que foi perdido eventualmente será encontrado. Espero que quando você encontrar a sua moeda – a moeda de esperança, da força ou do testemunho. Espero que você nos escreva novamente para que possamos nos alegrar  com você.

Muito amor para você e os seus,

Janelle

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