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O Dom das Línguas e da Interpretação de Línguas

pregacao - Wales - Mormon

Os dons do Espírito são poderes espirituais concedidos pelo Espírito Santo. São habilidades concedidas aos fiéis. Eles são variados em espécie – mas todos “estes dons vêm de Deus, para benefício dos filhos de Deus” (D&C 46:26). Os dons do Espírito ajudam as pessoas a conhecer e a ensinar as verdades do evangelho e a abençoar outros. Esses dons nos guiam de volta à presença de nosso Pai Celestial. Para usarmos esses dons sabiamente, precisamos saber o que eles são, como desenvolvê-los e como reconhecer as imitações que Satanás faz deles.

 

Variedade de dons

Um os dons do Espírito que geram mais curiosidade é o dom das línguas e o de interpretação de línguas. Esses dons são vários, na verdade: “o dom de falar em línguas desconhecida” (Alma 19:30), “o dom de pregar coisas maravilhosas” (3 Néfi 26:16), “o dom de pregar com poder de grande convencimento” (1 Néfi 17:52), “o dom de ser compreendido mesmo em outro idioma” (Atos 2:6), “o dom de interpretar outras línguas” (Morôni 10:16), “o dom de traduzir” (D&C 21:1), etc.

Certa ocasião Brigham Young falou em línguas. Ele escreveu: “[Certa] noite, recebemos a visita de alguns irmãos e conversamos sobre as coisas do reino. [Joseph Smith] pediu que eu orasse; em minha oração, falei em línguas. Assim que nos levantamos de nossos joelhos, os irmãos aglomeraram-se à volta de Joseph e perguntaram sua opinião sobre o dom das línguas que se manifestara em mim. Ele respondeu-lhes que era o idioma adâmico puro. Alguns lhe disseram que esperavam vê-lo condenar o dom do irmão Brigham, mas ele retrucou: ‘Não, é algo que provém de Deus, e tempo virá em que o irmão Brigham Young presidirá esta Igreja’.” (Manuscript History of Brigham Young, 1801–1844, comp. Elden Jay Watson [1968], pp. 4–5).

Algo semelhante aconteceu quando a esposa do rei Lâmoni quando se converteu (Alma 19:30).

 

O propósito principal do dom das línguas

Uma das manifestações espirituais mais marcantes das escrituras se deu no Dia de Pentecostes. O Novo Testamento, em Atos 2, registra que muitos estrangeiros foram para tradicional festa dos judeus – e o Espírito repousou sobre os apóstolos, de modo que puderam pregar em uma variedade de idiomas [1].

Muitos missionários receberam o dom das línguas. Eis um exemplo:

O Élder Alonzo A. Hinckley, por exemplo, foi missionário na Holanda e entendia e falava bem pouco o holandês, embora tivesse orado e estudado muito. Quando voltou certo dia a uma casa que já havia visitado antes, uma senhora abriu a porta e falou com ele muito zangada em holandês. Para sua surpresa, ele entendeu cada palavra que ela dizia. O Élder Hinckley sentiu grande desejo de prestar-lhe seu testemunho em holandês, então, começou a falar, e as palavras saíram claramente naquela língua. Quando voltou para mostrar ao seu presidente de missão que podia falar holandês, a capacidade de fazê-lo desapareceu. Muitos membros fiéis da Igreja foram abençoados com o dom das línguas (ver Joseph Fielding Smith, Answers to Gospel Questions, comp. por Joseph Fielding Smith Jr., 5 vols., 1957–1966, vol. 2, pp. 32–33).

Algumas vezes, recebemos esse dom quando não entendemos uma língua e necessitamos receber uma mensagem importante de Deus. Por exemplo, o Presidente David O. McKay teve grande desejo de falar aos santos da Nova Zelândia sem intérprete e disse-lhes que esperava que o Senhor os abençoasse para que o pudessem entender. Ele falou em inglês. Sua mensagem durou cerca de 40 minutos. À medida que falava, via-se pela expressão do rosto das pessoas e por suas lágrimas que elas estavam compreendendo a mensagem (ver Answers to Gospel Questions, vol. 2, pg. 30–31).

O Profeta Joseph Smith falou na conferência dos élderes de 1834:“Joseph Smith, então, deu uma explicação do dom de línguas, que foi especificamente instituído para a pregação do Evangelho a outras nações e línguas, mas não foi dado para o governo da Igreja.” (History of the Church, volume 2, p. 162).

O Presidente Joseph F. Smith também afirmou disse:

“Creio nos dons que o Santo Espírito concede ao homem, porém não quero o dom das línguas, exceto quando me for necessário. Certa vez, precisei desse dom, e o Senhor mo concedeu. Estava numa terra estranha para pregar o Evangelho a um povo cuja língua eu não compreendia.(…) Ele tinha um propósito. Havia algo nele para fortalecer minha fé, encorajar-me e ajudar-me no ministério. Se vocês precisarem do dom das línguas, procurem-no, e Deus os ajudará a obtê-lo”. (Doutrina do Evangelho, p. 180.)

 

As línguas não são um sinal para o fiéis

O Apóstolo Paulo estava preocupado com os santos de Corintio. Alguns deles estavam se confundindo em relação aos dons espirituais – especialmente o dom das línguas. Ele ensinou:

“Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar [ou, em outras palavras, receber revelação]. Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. (…) Eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. (…) De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. (1 Coríntios 14:1-2, 19 e 22)

O Profeta Joseph Smith deu a mesma advertência:

“Também temos irmãos e irmãs que tiveram falsamente o dom de línguas; falavam murmurando, com uma voz afetada e anormal, retorcendo o corpo (…); no entanto, nada existe de anormal e afetado no Espírito de Deus.”

Ele também disse:

“Não falem com o dom de línguas sem compreender ou sem interpretação. O diabo pode falar em línguas; o adversário virá com sua obra; ele pode tentar todas as classes de pessoas; pode falar em inglês ou holandês. Que ninguém fale em línguas a menos que interprete, a não ser pelo consentimento de alguém chamado para presidir; então ele poderá discernir ou interpretar, ou outra pessoa poderá fazê-lo.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, capítulo 33).

Conclusão

O Élder Bruce R. McConkie resumiu bem o propósito e bênção do dom de línguas e da interpretação de línguas. Ele disse disse que esses dons se manifestam de duas formas:

“(1) aprender a falar línguas estrangeiras, compreender o que é dito por estrangeiros e traduzir o que é escrito em outras línguas; e (2) falar ou compreender línguas estrangeiras e desconhecidas sem premeditação. O primeiro é sem dúvida o mais importante e é conferido com mais freqüência; o segundo tipo é muito mais dramático e pode incluir línguas faladas por pessoas de nossa época ou línguas mortas há muito desconhecidas entre os homens. Alguns falaram, por exemplo, no puro idioma de Adão. Tanto o dom de línguas quanto o dom de interpretação de línguas são concedidos principalmente para a pregação do evangelho. Os missionários aprendem a língua daqueles com quem trabalham e às vezes recebem a capacidade, por algum tempo, de pregar e compreender sem o trabalho de estudar e o esforço em compreender. (…) As línguas e sua interpretação são os mais perigosos e mais facilmente imitados de todos os dons de Deus. Os homens podem falar e interpretar por meio de sua capacidade intelectual e assim usar suas aptidões para ensinar mentiras e promover heresias. Lúcifer pode fazer com que seus discípulos passem a proferir um palavreado sem sentido, em línguas conhecidas pelos demônios”. (A New Witness for the Articles of Faith, p. 374.)

Assim, a verdadeira chave para reconhecermos se a manifestação das línguas é de Deus ou não, é desfrutarmos do Dom do Espírito Santo, pois, por meio dele, “podemos saber a verdade de todas as coisas” (Morôni 10:5).

O dom das línguas esta presente na Igreja hoje, e é desfrutado por vários membros, como uma prova da terna misericórdia de Deus.

Se interessou por este assunto? Então você vai gostar deste outro artigo: “4 Reflexões sobre o dom das línguas

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NOTAS

[1] A festa de Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa, comemorava a colheita do início do verão. Esse dia santo atraía grandes multidões a Jerusalém para um período de festa e comemoração. Quando os fiéis se reuniram nesse dia, o Senhor enviou o poder do Espírito Santo, como Ele havia prometido antes de ascender ao céu. (Ver Atos 1:4–8.) Depois de receber esse poder, os Apóstolos não hesitaram em falar às multidões a respeito de Jesus Cristo. O milagre de Pentecostes foi que o Espírito Santo concedeu aos Apóstolos o dom das línguas. (Ver D&C 46:11, 24.) Todos os que os ouviram foram capazes de compreender o que estava sendo pregado, porque o Espírito ajudou-os a ouvir em sua própria língua natal. Esse grande acontecimento levou três mil pessoas a tornarem-se membros da Igreja. (Manual do Aluno do Seminário: Novo Testamento, pg. 95).

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Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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