Ex Modelo de Nova York Lança Coleção de Vestidos do Templo

Modelo posa para uma foto da Q.Noor num vestido para o templo. Rosemary Card fundou sua empresa em Novembro. Imagem via DeseretNews.com.

Por Morgan Jones

Rosemary Card nunca passou por uma escola de moda, mas durante 2 anos como modelo de Nova York, Rosemary trabalhou com famosos estilistas, incluindo Jill Stuart enquanto eles criavam suas roupas. Ela viu, ouviu e entendeu o processo de se criar roupas. Ela também andou pelas passarelas de todo o mundo, usando a última moda. Mas Rosemary agora usa seu tempo para uma forma diferente de moda: uma linha de vestidos a serem usados no templo.

Alguns podem considerar Rosemary despreparada ou desqualificada para tal tentativa, mas Rosemary, uma jovem de 26 anos vivendo em Salt Lake City, responde com confiança a essa preocupação tal como responde a qualquer outra questão.

Eu provavelmente não estou 100 por cento qualificada, mas nessa vida, se esperamos estar 100 por cento qualificados para fazer qualquer coisa, nunca faremos nada. Eu tentei com esforço agarrar as oportunidades. Estou qualificada? Não, mas sei como responder perguntas, e como encontrar mentores, e sei como descobrir como as coisas funcionam ao longo do caminho.

A quarta de cinco filhas nascida de Mike e Liesa Card, Rosemary Card cresceu em Utah. Quando ela tinha 8 anos, sua família se mudou para Nova York, onde sua mãe conseguiu um diploma em design de interiores pela Fashion Institute of Technology. Mesmo sendo difícil a adaptação de uma casa em Sandy para um apartamento apertado compartilhado com a família de sua tia, Rosemary e suas irmãs se tornaram independentes como resultado.

A mãe de Rosemary se graduou, e a família dela voltou para Utah após viverem em Nova York por quatro anos. Rosemary foi figurante no filme “High School Musical”, e enquanto participava nas filmagens alguém se aproximou dela e a encorajou a buscar uma carreira como modelo. Rosemary pesquisou essa opção. As agências locais falaram a ela que ela não tinha “a aparência certa” para Utah, mas que ela poderia ser bem sucedida em Nova York.

Rosemary disse que ser modelo era “literalmente a última coisa no mundo” que seus pais queriam que ela fizesse, mas a mãe dela a levou numa viagem de negócios até Nova York num dia de ação de graças. Enquanto a mãe dela estava em reuniões, Rosemary participava de chamadas em agências de modelos. A mãe de Rosemary queria mostrar a ela que ser modelo não era uma opção viável, mas Rosemary saiu de lá com um contrato de 3 anos pela Elite Model Management. Menos de dois meses depois, ela se mudou para Nova York sozinha, tendo 16 anos.

Os pais de Rosemary inicialmente estavam preocupados em enviar sua filha a Nova York para trabalhar na indústria da moda, mas eles começaram a sentir que aquela experiência era para ela.

“Eles oraram e jejuaram a respeito, e sentiram que fazia parte do plano do Senhor para mim”, disse Rosemary. “Então, mesmo que não fizesse parte de seus planos, eles não sentiram como se pudessem dizer ao Pai Celestial algo como: ‘Oh, não está no nosso plano. Não vamos deixar que isso aconteça’. Mas eles sentiram que eu podia fazer aquilo, e acho que isso deu a eles muita paz”.

Pouco antes de se mudar para Nova York, Rosemary recebeu uma visita. Era Leanne Freedman, esposa do cofundador da DownEast Outfitters Jonathan Freedman, sendo que  ela também foi modelo, e deu a Rosemary um importante conselho.

“Ela falou comigo sobre ‘uma única imagem’”, relata Rosemary. “Você faz somente uma única foto inapropriada, e  você nunca poderá tê-la de volta. … Eu sabia que eu não queria um dia estar na presidência da organização das moças e ver uma abelhinha encontrar uma foto inapropriada minha na internet. E eu sabia que eu poderia ir em muitas festas e estar totalmente bem, mas também sabia que poderia ir numa única festa e terminar numa situação realmente perigosa, e o custo-benefício não valia a pena em minha mente. Parecia arriscado demais para mim”.

Rosemary Card como modelo. Imagem via DeseretNews.com.

Embora a agência de modelos respeitasse seus valores, Rosemary, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, se encontrou num mundo onde as modelos tinham oportunidades para festejar com celebridades e acesso ilimitado para drogas e álcool. Ela viu outras moças de sua idade com dificuldade para tomarem decisões da vida adulta, mas ela permaneceu firme a seus princípios.

Ela negociou com sua agência para assegurar que ela tivesse os domingos livres para participar da Igreja, e ela estudava as escrituras diariamente.

Rosemary atribuiu sua força de caráter a sua mãe, que deu a ela um conjunto de escrituras antes dela se mudar para Nova York.

Depois de dois anos como modelo e após fazer 18 anos, Rosemary viajou para o Japão. Enquanto estava lá, ela percebeu que seus padrões não eram comunicados apropriadamente, e ela decidiu parar com a carreira de modelo. Embora ela pudesse viver seus padrões durante a viagem, isso serviu como um lembrete de que ela tinha alcançado a idade onde as agências esperavam que ela fizesse coisas que não estivessem alinhadas com seus padrões de modéstia pessoal.

“Quando as pessoas perguntam ‘Por que você parou a carreira de modelo?’ Eu sempre digo ‘Uma longa história, mas em resumo eu senti que  posso oferecer mais ao mundo”, disse Rosemary.

A irmã Card servindo uma missão no Arizona. Imagem via DeseretNews.com.

Nos anos em que Rosemary voltou para Utah, ela serviu missão no Arizona entre 2010 e 2011, estudou em Jerusalem por um semestre e se graduou na Universidade de Brigham Young em 2013. Ela também trabalhou na campanha da Igreja SUD “Eu sou mórmon”, e agora ela trabalha no departamento de videos da Igreja. Ela disse que essas oportunidades espirituais e educacionais a ajudaram a usar a experiência dela como modelo em perspectiva.

“Essas coisas me ajudaram a entender o que eu ia oferecer, … usando as mesmas coisas que eu aprendi na carreira de modelo e usando as mesmas experiências para ajudar jovens moças a entenderem quem elas são e no que elas podem contribuir”, disse Rosemary. “Não há nada que eu esteja mais animada para fazer, e eu poderia falar para sempre sobre isso, e é por causa de minhas experiências na moda e por ter tido essa experiência extrema de experimentar o que o mundo fala sobre o valor das mulheres”.

“Eu vivi isso por dois anos, e percebi ‘Isso não parece certo’, então agora eu posso dizer: Moças, eu estive lá. Eu tentei aquilo. Eu participei daquilo. Eu andei naqueles sapatos, e eles doem. Você é capaz de fazer coisas maiores, e você tem mais a dar ao mundo do que uma grande selfie, e o mundo precisa de você”.

Imagem via DeseretNews.com.

Um ano atrás, Rosemary estava no templo quando sentiu a inspiração de criar uma companhia de vestidos que pudessem fazer vestidos para serem usados no templo. Ela imediatamente foi ao escritório da irmã Sharon Samuelson, a diretora do templo de Salt Lake, e marcou uma entrevista. Elas reviram as orientações e padrões das roupas do templo, e Rosemary se sentiu encorajada a continuar.

Ao mesmo tempo em que sabe que as roupas do tempo não devem chamar a atenção, Rosemary sentiu que frequentar o templo é importante, e que os benfeitores devem se vestir adequadamente.

“Eu sei que o propósito de estarmos no templo não é sermos desejados ou chamarmos a atenção”, disse Rosemary. “Não estamos tentando ser espalhafatosos ou chamar a atenção, mas queremos usar o melhor que temos, e se o templo é o trabalho mais importante na Terra, devemos estar vestidos o melhor que pudermos. Não acho que precisamos ser extremos, eu só quero que as pessoas tenham uma boa aparência”.

Imagem via DeseretNews.com.

Rosemary nomeou sua empresa como Q.Noor. O “Q” de queen (rainha) e o “noor” é uma palavra árabe para luz. A empresa lançou seu website em Novembro e tem planos de lançar diferentes estilos de diferentes tamanhos para cada vestido.

Embora Rosemary adoraria ver sua empresa se tornar bem sucedida, ela sente que alcançou sucesso porque seguiu os sussurros que recebeu.

“O objetivo não é vender trilhões de vestidos, … embora isso fosse ser fantástico”, disse Rosemary. “O propósito disso é me ajudar a se tornar a pessoa que o Pai Celestial quer que eu me torne, e por isso estou trabalhando, e é incrível que eu posso tentar ajudar outras pessoas no processo. Eu sei que entre o Pai Celestial e eu, essa é a meta”.

Artigo original em DeseretNews.com. Traduzido por Esdras Kutomi.