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Quando meu filho gay perguntou se ele e seu namorado poderiam ir à Igreja comigo

“As respostas nem sempre vêm perfeitamente envolvidas em uma lição da Escola Dominical, às vezes vêm em experiências de vida inesperadas, mas as respostas vêm”.

Em uma manhã meu filho adulto ligou para perguntar se ele e seu namorado poderiam ir à Igreja comigo. Isso me pegou desprevenida. Eu sabia que meu filho não ia à Igreja havia muito tempo e eu disse animadamente: “Sim!” Então meus pensamentos correram, perguntando: “O que as pessoas vão pensar?”

Nossa congregação sempre mostrara bondade a minha filha que não se encaixava no “molde Mórmon” com seu piercing no nariz, alargadores nas orelhas e agora esperando um bebê. Eles estenderiam esse mesmo amor cristão para com meu filho gay? Esta era a Ala em que ele cresceu, serviu como presidente dos diáconos e quóruns de professores, bem como primeiro assistente do bispo no quórum de sacerdotes. É a Ala que ele entregou o relatório de regresso de sua missão. Como o perceberiam agora com um namorado? Será que eles dariam espaço para nós no banco? Estariam olhando e sussurrando quando o pão e a água do sacramento fossem passados ​​sem que eles participassem? Eu estaria bem se essas ações fossem dirigidas a mim, mas a mãe protetora em mim não queria que essas ações fossem dirigidas para meus filhos. Mais do que tudo agora, eu queria que meus filhos se sentissem bem-vindos e amados.

Recordei-me do dia em que meu filho disse a seu pai e a mim que ele era gay. Eu senti como se céu estivesse caindo. Ele é o nosso terceiro de sete filhos, e tudo o que eu pensei que a vida de meu filho seria, mudou em um instante. Eu sofri. Eu chorei. Tive ataques de raiva. Como isso pode estar acontecendo? O que eu deveria fazer? Então eu fui à busca de respostas. Descobri que muitas respostas não são cuidadosamente embaladas em uma lição da Escola Dominical.

Eu tive que procurar e me voltar para o Senhor, e o que eu descobri é que ninguém se importa mais do que meu Pai Celestial. Ele me ama, e ama a minha família.

Enquanto eu buscava orientação através da oração, jejum e frequência ao templo lembrei-me do ensinamento: “Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei a vós”(João 13:34) e isso assumiu um novo significado. Eu descobri que realmente significa que devemos amar a todos, mesmo aqueles da família e amigos que fazem escolhas diferentes das quais faríamos.

Quando entramos na capela naquele domingo, senti a inquietação de meu filho quando rapidamente nos sentamos. Eu não vi nenhum olhar estranho. As pessoas que olhavam para nós sorriam com um aceno simpático. À medida que a congregação começou a cantar um de meus hinos favoritos, “Eu Devo Partilhar”, a gratidão encheu meu coração, e foi então que as lágrimas começaram. As palavras “muito recebi” soaram verdadeiras. Eu tinha um marido maravilhoso, sete filhos adultos, quatro casados com seus filhos, um filho em uma missão e, no banco da minha igreja naquele dia, eu tinha um braço ao redor da minha filha solteira, grávida e meu outro braço ao redor do meu filho gay, com seu namorado sentado ao lado dele. Meus filhos estavam comigo na Igreja, e eles tinham vindo por sua própria vontade. As lágrimas escorrendo pelo meu rosto eram lágrimas de alegria.

Através de experiências que tive com eles, aprendi que mesmo quando discordamos, ainda podemos ser respeitosos com nossas diferenças e podemos encontrar muita coisa para amar uns nos outros. Eles me ensinaram lições de amor que eu  acho que eu não poderia ter aprendido de outra maneira. Hoje, eu estava grata porque meu filho e minha filha tiveram a coragem de vir à Igreja comigo. Foi uma misericórdia muito grande.

Depois da reunião da Igreja, minha filha recebeu um abraço genuíno de sua professora visitante, e muitos na congregação cumprimentaram meu filho e se apresentaram ao seu companheiro. Meu coração se encheu de profunda gratidão ao testemunhar o verdadeiro amor cristão. É o tipo de amor que todos nós podemos trabalhar para desenvolver a cada dia.

Deus sabe o que precisamos para nos tornarmos mais – para nos tornarmos mais semelhantes a Ele. Ele sabia que eu precisava dessas sete crianças, com todas as suas diferentes perspectivas e personalidades.

Estas são três das grandes lições que me ensinaram sobre o amor:

  • Ame seu vizinho

“Vizinho” também significa família. E às vezes amar e aceitar os membros de nossa família não importando que escolhas fazem é mais difícil do que mostrar  amor a um desconhecido. Quando meu filho saiu pela primeira vez, e quando minha filha começou a fazer escolhas que não estavam de acordo com o que tínhamos ensinado na igreja e em nossa casa, eu pensei que meu mundo tinha terminado. Não. Em vez disso, eu cheguei a compreender mais plenamente que Deus pretende que amemos a todos, mesmo aqueles que escolhem ou vivem de forma diferente do que gostaríamos. Podemos discordar das escolhas dos nossos entes queridos, mas ainda amá-los completamente, como faz o Pai Celestial. Como eu escolhi amar e entender meus filhos melhor e fazer da minha casa um refúgio seguro onde todos os meus filhos poderiam sentir-se bem-vindos e amados, a paz substituiu meus medos.

  • Amar sem condenar

Eu não seria a pessoa que sou hoje sem meu filho, que abriu meu coração e mente para amar outras pessoas que são LGBT. Conheci alguns dos mais talentosos e maravilhosos Mórmons LGBT. Conheci pessoas de todas as idades e jeitos, e estou envergonhada de dizer que eu nunca teria feito o esforço que fiz para saber mais, se não fosse por meu filho. Serei eternamente grata pelas amizades feitas. Embora existam muitas coisas pelas quais devemos fazer julgamentos, a comparação com os outros não é uma delas.

  • O amor é demonstrado

Todos os dias de nossas vidas temos oportunidades de mostrar amor e bondade aos que nos rodeiam. O amor é uma palavra de ação, demonstrada através de altruísmo, compaixão, compreensão e perdão. A diversidade de minha família me ajudou a ver as pessoas como Deus as vê e a alcançar os outros com bondade, quer convidando alguém para jantar ou para uma noite familiar ou apenas para dizer olá. Eu me esforço para tratar os outros da maneira que eu quero ser tratada e da maneira que eu gostaria que os outros tratassem os meus filhos – com bondade.

Tradução da imagem: Amor e Confiança

Coladas no  espelho do meu banheiro estão duas palavras: amor e confiança. O amor é para me lembrar de fazer exatamente isso – amar. A confiança é um lembrete para confiar no Senhor, confiar na jornada, confiar no processo, confiar na minha intuição – confiança.

Eu não sei se meu filho e minha filha vão estar na Igreja todos os domingos. Talvez outra criança decida que a Igreja não é para eles. Talvez meu filho nunca se case no templo. Mas posso viver com isso porque confio em Deus. Confio em Suas promessas. Eu confio que Ele me ama, Ele ama meus filhos, e Ele me abençoou com os filhos que eu tenho por uma razão.

As respostas nem sempre vêm cuidadosamente embrulhadas em uma lição da Escola Dominical. Às vezes elas vêm em experiências de vida inesperadas. Mas as respostas vêm.

Confio que como eu amo meus filhos posso confiar na vontade do Senhor e em seus julgamentos. Alguns dias são difíceis, mas eu amo e confio. Às vezes isso é o melhor que você pode fazer.

Vídeo sobre a família produzido pela Igreja (em inglês): 

Becky Mackintosh vive a vida com humor, coragem e muito amor. Ela diz que seus netos são suas realizações mais orgulhosas. Ela e seu marido, Scott, residem em Lehi, Utah, e servem em uma Ala de jovens adultos solteiros.

Esse artigo foi escrito em inglês: LdsLiving e Site oficial da Igreja

 

 

 

| Para refletir
Publicado por: Inaê Leandro
Inaê Leandro é estudante de Administração, escritora e foi Jovem Senadora em terceiro lugar por Minas Gerais, no Prêmio Jovem Senador, do Senado Federal. Atua como voluntária no Instituto Oikon e mantém juntamente com amigos, o site suscitare.com.br.
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