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O pecado da Masturbação

young-man-praying; diretos lds.orgTodos os assuntos relacionados ao corpo físico e a sexualidade humana são sagrados, pois o corpo é “o Templo de Deus” (I Coríntios 3:16). E nesses assuntos inclui-se a masturbação ou auto-estimulo sexual.

No modelo ideal, pai e mãe tem o dever de ensinar os filhos sobre (1) a importância e santidade do corpo físico, (2) o sexo e (3) o respeito e relacionamento adequado entre pessoas de sexo oposto. As palavras dos líderes da Igreja também promovem orientação e bênção.

Porém, a tarefa nem sempre é fácil. “Devido à complexidade e à natureza delicada das questões sexuais, muitos pais hesitam ou ficam envergonhados de discutir o assunto com os filhos. Consequentemente, muitos jovens buscam respostas com amigos mal-orientados ou com a mídia corrupta, adquirindo uma visão incorreta da sexualidade. Isso pode conduzir a um comportamento impróprio.” disse o irmão Dan Gray, Assistente social clínico licenciado. [1]

Na adolescência o corpo se desenvolve e passa por muitas mudanças. É normal sentir-se deslocado e confuso. Nesta época também é comum começar a sentir atração por pessoas do sexo oposto e ter o desejo de namorar. Pais e líderes do sacerdócio devem ter especial atenção aos jovens, e conversar com eles de maneira sincera, desembaraçada e não constrangedora [2]. O irmão Gray disse:

“Se os pais e os líderes do sacerdócio falarem abertamente com os jovens sobre as intimidades, serão capazes de ajudá-los a compreender e evitar os perigos espirituais, emocionais e físicos” [3]

Caso esse tipo de conversa não tenha acontecido ainda com você, ou se você é um líder ou pai, espero que os ensinamentos selecionados abaixo possam servir de guia. Evidentemente, cada caso deve ser tratado de modo peculiar: pois maturidade, santidade e amor devem permear a conversa. Os ensinamentos abaixo não se restringem apenas a pratica indevida da masturbação: seus princípios se aplicam a outras condutas sexuais inadequadas.

 

O que é masturbação?

“A masturbação é o ato de estimular o poder de procriação do próprio corpo” ensinou o Élder Tad R. Callister, da Presidência dos Setenta. Ele também disse:

“O Senhor condena a masturbação. (…) O Presidente Boyd K. Packer (…) ensinou: “Não sejam culpados de interferir ou brincar com esse poder sagrado de criação. (…) Não é agradável ao Senhor nem agradável a vocês. Não fará com que se sintam dignos ou puros” [4]

A masturbação é um pecado sexual que atenta contra a Lei da Castidade. Esse pecado pode levar a outros, mais sérios. Mas felizmente, todo pecado, pode ser perdoado pela Expiação de Jesus Cristo.

 

A importância do corpo físico e o poder de procriação.

Antes de falar da masturbação propriamente dita é útil recordar os ensinamentos dos profetas sobre a importância de nosso corpo físico. O Profeta Joseph Smith ensinou:

“Viemos a este mundo com o objetivo de obter um corpo e poder apresentá-lo puro diante de Deus no reino celestial. O grande princípio de felicidade consiste em ter um corpo. O diabo não tem corpo, e esse é seu castigo. Ele fica contente quando pode obter o tabernáculo de um homem e, quando foi expulso pelo Salvador, pediu para entrar numa manada de porcos, mostrando que preferia o corpo de um suíno a não ter corpo algum. Todos os seres com corpo possuem domínio sobre os que não os têm. (…) O diabo não tem poder sobre nós a menos que o permitamos; no momento em que nos revoltamos contra qualquer coisa que vem de Deus, o diabo assume o poder.” [5]

O Elder David A. Bednar disse:

“Nosso corpo físico possibilita uma extensão, profundidade e intensidade de experiências pessoais que simplesmente não poderiam ser vivenciadas na existência pré-mortal [quanto não tínhamos um corpo físico]”. Elder Bednar também ensinou: Quando qualquer filho do Pai Celestial faz mau uso de seu tabernáculo mortal, seja quebrando a lei da castidade, usando drogas ou substâncias que viciam, desfigurando ou deformando a si mesmo ou adorando o falso ídolo da aparência física (a sua própria ou a de outra pessoa), Satanás se deleita. Para nós que conhecemos e compreendemos o plano de salvação, qualquer forma de profanação do corpo constitui rebelião e uma negação de nossa verdadeira identidade como filhos de Deus (ver Mosias 2:36–37;D&C 64:34–35).” [6]

O Presidente Boyd K. Packer ensinou:

“Nosso corpo foi dotado de um poder de criação que é sagrado. Uma luz, por assim dizer, capaz de acender outras luzes. Esse dom somente deve ser usado dentro dos laços sagrados do matrimônio. Por meio do exercício desse poder de criação pode-se conceber um corpo mortal, no qual entrará um espírito, e uma nova alma nascerá nesta vida. Esse poder é bom. Ele pode criar e suster a vida em família, e nela encontramos a fonte da felicidade. Ele é concedido a praticamente toda pessoa que nasce na mortalidade. É um poder sagrado e importante, e digo novamente a vocês, meus jovens amigos, que esse poder é bom. (…) Grande parte da felicidade que vocês terão na vida dependerá de como usarem esse sagrado poder de criação.” [7]

Porque a masturbação é prejudicial?

O Elder Dallin H. Oaks disse:

“Fora dos laços do matrimônio, todo uso do poder de criação é, em maior ou menor grau, uma degradação pecaminosa e uma perversão do mais divino atributo dos homens e das mulheres” [8]

“Nosso Pai Celestial aconselhou a Seus filhos a prática da intimidade sexual somente dentro dos laços do casamento. O relacionamento físico entre marido e mulher pode ser belo e sagrado. Foi ordenado por Deus para a procriação de filhos e para a expressão do amor, dentro do casamento (…) Por ser a intimidade sexual tão sagrada, o Senhor exige autocontrole e pureza antes do casamento, bem como fidelidade total depois do casamento. Quando namorarem, tratem a pessoa que namoram com respeito e exijam do par o mesmo respeito. Nunca tratem a pessoa que namoram como objeto de satisfação de desejos carnais ou do ego. O contato físico inadequado pode causar uma perda de autocontrole. Desenvolvam o autocontrole e controlem suas sensações físicas. O Senhor proíbe especificamente certos comportamentos, incluindo todas as relações sexuais antes do casamento, carícias íntimas, perversão sexual (como homossexualismo, estupro e incesto), masturbação, ou preocupação com sexo no pensar, no falar, ou no agir.” [9]

Os problemas associados a masturbação podem começar com uma mera curiosidade. Mas depois passam pela lxuria e o medo:

“A luxúria caracteriza-se pela vergonha e pelo segredo e é quase patologicamente clandestino” disse o Elder Jeffrey R. Holland, “quanto mais tarde da noite e escuro for, melhor; com tranca dupla na porta, por via das dúvidas. O amor nos leva instintivamente a estender a mão para Deus e para outras pessoas. A luxúria, por outro lado, afasta-se de tudo o que é divino, venerando a autoindulgência. O amor vem de braços e coração abertos. A luxúria vem apenas com um apetite insaciável.” [10]

A masturbação quase sempre esta associada a pornografia. O Presidente Gordon B. Hinckley disse que, por meio da utilização dessas coisas, “a mente dos jovens se torna distorcida com conceitos falsos. A exposição contínua leva a um vício que é quase impossível de ser vencido” [11]

“Muitas pessoas, até psicólogos profissionais, toleram ou até aprovam o uso da pornografia como uma conduta inofensiva. Justificam essa atitude dizendo que isso é “normal” e não causa nenhum dano, se for feito em lugar isolado e particular. Essa mesma racionalização é usada para desculpar a prática da auto-estimulação [ou seja, masturbação] que acompanha o uso da pornografia. Portanto, como respondemos quando um jovem perguntar: “O que há de tão errado na pornografia e na auto-estimulação? (…)

A visão repetida da pornografia, especialmente quando associada à [masturbação], pode se tornar um hábito ou até um vício. O vício se estabelece quando a pessoa se torna dependente do “êxtase” produzido pelas substâncias químicas liberadas pelo organismo quando a pessoa vê pornografia. A pessoa aprende a ficar dependente dessa atividade para fugir dos problemas da vida e de coisas que provocam estresse emocional, como mágoa, raiva, tédio, solidão ou cansaço. Essa dependência se torna muito difícil de vencer e, às vezes, acaba resultando em encontros sexuais fora dos laços do matrimônio.

Quando a pessoa vê pornografia e fica excitada, o corpo sente o mesmo padrão de excitação que ocorre num encontro sexual real. Quando esse comportamento é repetido com freqüência, tanto o corpo quanto a mente se tornam condicionados a certas imagens e condutas sexuais que podem criar uma expectativa irreal e nociva do que deva ser um relacionamento sexual. E tais expectativas, ao serem levadas para o casamento, criam mágoa, desconfiança, conflito, confusão e traição de confiança entre os cônjuges.” [12]

“Deus nunca mudou Suas leis e mandamentos concernentes ao pecado sexual, embora o homem tente mudá-lo para satisfazer a seu próprio prazer. (…) extende-se a todos os usos impróprios do divino poder da procriação. Entre as maneiras pelas quais os homens fazem mau uso desse poder sagrado está a fornicação (incluindo viver juntos sem casar), homossexualidade, aborto e masturbação.” [13]

A respeito dos especialistas que dizem que a masturbação não é prejudicial, lembrem-se:“O profeta não precisa de nenhum treinamento específico ou de credenciais terrenas para falar sobre qualquer assunto ou agir quanto a qualquer questão, a qualquer momento” [14]

Ademais, o Élder Russell M. Nelson (médico e apóstolo) disse:

“Muitos dos assim chamados especialistas dão conselhos a respeito do corpo, sem qualquer consideração pelo espírito. Todos os que aceitam orientações contrárias à Palavra de Sabedoria, por exemplo, renegam uma lei revelada que proporciona bênçãos tanto físicas quanto espirituais.27 Algumas das recomendações a respeito do uso de nossos órgãos reprodutivos são baseadas apenas no aspecto físico de nosso corpo e, por sinal, de modo muito inadequado. Tomem cuidado com esses pontos de vista unilaterais! Paulo ensinou o seguinte: “Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (“Somos filhos de Deus”, Conferência Geral outubro de 1998)

Como posso vencer o vício da masturbação?

O Elder David A. Bednar ensinou:

“Todo apetite, desejo, propensão e impulso do homem natural pode ser sobrepujado por meio da Expiação de Jesus Cristo. Estamos aqui na Terra para desenvolver qualidades semelhantes às de Deus e para dominar todas as paixões da carne.”

Ademais, os seguintes conselhos podem ser úteis:

  • Ouvir música inspiradora.
  • Desfrutar as criações de Deus na natureza.

  • Envolver-se em coisas significativas e evitar o ócio.
  • Manter nosso corpo limpo e saudável, inclusive praticando exercícios físicos

  • Ler as escrituras e bons livros.

  • Deleitar-se com risos junto aos amigos e familiares.

  • Participar de conversas que não sejam degradantes nem indecentes.

  • Aplicar filtros na internet.
  • Expressar gratidão em oração e rogar pela capacidade de resistir à tentação.

  • Caso sinta que o desafio é grande demais ou que você esta viciado procure a ajuda do Bispo, de seus pais e de profissionais.
  • Cercar-se de coisas virtuosas no lar e no local de trabalho, inclusive pinturas, gravuras e presentes de entes queridos, objetos que nos façam sorrir ou coisas que nos ajudem a ter boas recordações.

  • Arrepender-se [16]

“Também é vital que compreendam que todos nós temos fraquezas a superar. As fraquezas não nos tornam indignos do amor de Deus. Na verdade, vencer nossas fraquezas faz parte do plano do Senhor para nós. Quando o Senhor nos conscientiza de nossas fraquezas, e nós seguimos Seu mandamento de ser humildes e submissos (e não angustiados e desesperançados), coisas maravilhosas começam a acontecer. Podemos entregar nosso coração ao Senhor com fé. Então, por Sua graça e poder — e não somente por nossa força de vontade — Ele fará com que “as coisas fracas se tornem fortes” (Éter 12:27) para nós. Não nos foi dito que Ele retiraria de nós as nossas fraquezas. Pode ser que continuemos a ser tentados e atormentados por nossas fraquezas, mas se formos humildes e mantivermos a fé, o Senhor nos ajudará a resistir às tentações.” [17]

Bênçãos para os que vivem plenamente a Lei da Castidade

Quando vivemos a Lei da Castidade tornamo-nos virtuosos, limpos e puros.

O Presidente Marion G. Romney declarou:

“Não consigo imaginar bênçãos a ser mais fervorosamente desejadas do que as que foram prometidas aos puros e virtuosos. Jesus falou de recompensas específicas para as diversas virtudes, porém, a meu ver, reservou a maior delas para os puros de coração, ‘porque’, disse Ele, ‘eles verão a Deus’ (Mateus 5:8). E não apenas verão o Senhor, mas se sentirão em casa em Sua presença.

Aqui está (…) a promessa do Salvador: ‘Que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente; então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus’ (D&C 121:45)” [18]

Elder Bednar disse que

“o cumprimento da lei da castidade proporciona as maiores bênçãos que os homens e as mulheres podem receber na mortalidade: a devida confiança espiritual na presença de familiares, de amigos, de membros da Igreja com quem convivemos e, por fim, do Salvador. Nosso anseio inato de inclusão é satisfeito em retidão ao andarmos na luz com esperança.” [19]

__________

NOTAS

[1] “Como Conversar com os Jovens sobre a Pornografia”, A Liahona, Julho de 2007.

[2] O modo de se expressar pode ser decisivo:

Se ensinarmos apenas a respeito da sexualidade imprópria, nossos jovens podem tornar-se inseguros. Podemos inadvertidamente transmitir esta mensagem desorientadora: “Os pensamentos e sentimentos sexuais são maus, pecaminosos e errados — reservem-nos para alguém que vocês amem”. Os jovens que recebem apenas mensagens negativas a respeito da sexualidade podem concluir: “Como a atração e os desejos sexuais são maus, e esses sentimentos são muito fortes em mim, então devo ser mau”. Esse tipo de pensamento pode resultar em sentimentos de baixa auto-estima, indignidade e vergonha, que fazem os jovens sentir-se distantes do Espírito. Uma conversa franca pode evitar grande parte dessa confusão. Ao conversarmos com nossos jovens a respeito da natureza sagrada de nosso corpo e da procriação, poderemos ajudá-los a compreender e a evitar os perigos espirituais, emocionais e físicos da pornografia.” (“Como Conversar com os Jovens sobre a Pornografia”, A Liahona, Julho de 2007)

[3] Idem a Nota 1.

[4] “O padrão de moralidade do Senhor”, A Liahona Março de 2014. Clique aqui para ler.

[5] Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (2007), pg. 220–223.

[6] “Cremos em Ser Castos”, Conferência Geral Abril de 2013. Clique aqui para ler, ouvir ou assistir ; e “As coisas como realmente são”, A Lihona Junho de 2010

[7] Boyd K. Packer, “The Instrument of Your Mind and the Foundation of Your Character”, Brigham Young University 2002–2003 Speeches, 2003, p. 2.

[8]  “The Great Plan of Happiness”, Ensign, novembro de 1993, p. 74

[9] “Ensinar os princípios do Evangelho aos filhos”, Relacionamento Conjugal e Familiar: Manual do Professor. Clique aqui para acessar.

[10] “Não dar mais lugar ao inimigo de minha alma”, Conferência Geral Abril de 2010. Clique aqui para ler, ouvir ou assistir.

[11] “Um Mal Trágico entre Nós”, A Liahona, novembro de 2004, p. 61.

[12] Idem a Nota 1

[13] Idem a Nota 9

[14] “Catorze Princípios Fundamentais para Seguir o Profeta”, Presidente Ezra Taft Benson; 1980 Devotional Speeches of the Year, 1981, p. 26

[15] Idem a Nota 6.

[16] Idem a Nota 1, Texto Adaptado; Elder David A. Bednar disse

“Da Expiação do Salvador flui o bálsamo consolador que pode curar nossas feridas espirituais e remover a culpa. Contudo, esse bálsamo somente pode ser aplicado por meio dos princípios da fé no Senhor Jesus Cristo, do arrependimento e da obediência constante. Os frutos do arrependimento sincero são paz de consciência, consolo e cura e renovação espirituais.

Seu bispo ou presidente do ramo é o médico espiritual assistente que está autorizado a ajudá-los a arrepender-se e a ser curados. Lembrem-se, porém, de que a extensão e a intensidade de seu arrependimento devem corresponder à natureza e à gravidade de seus pecados — especialmente para os santos dos últimos dias que estão sob um convênio sagrado. As graves feridas espirituais exigem tratamento prolongado e um período de tempo para que a cura seja completa e plena.” (“Cremos em Ser Castos”, Conferência Geral Abril de 2013. Clique aqui para ler, ouvir ou assistir ; e “As coisas como realmente são”, A Lihona Junho de 2010)

[17] Idem a Nota 1

[18]  “Trust in the Lord”, Ensign, maio de 1979, p. 42.

[19] “Cremos em Ser Castos”, Conferência Geral Abril de 2013. Clique aqui para ler, ouvir ou assistir

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Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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