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Seria a Teoria da Evolução Contrária à Existência de um Deus?

Artigo Escrito por Lukas Montenegro


O Evangelho Restaurado de Jesus Cristo é sem dúvidas maravilhoso! Nos permite viver uma vida guiadas por inspiração divina, e nos fortalece o testemunho de que as duvidas sinceras da alma podem ser respondiadas com fé e diligência.

Uma disputa ferrenha vem sendo travada por cristãos e adeptos da ciência nos últimos cento e cinquenta anos: seria a teoria da evolução uma teoria que desmente a existência de um Deus criador de todas as coisas? Por mais estranho que possa parecer para alguns, não existe revelação dada oficialmente contra o evolucionsimo. Na verdade, alguns líderes gerais da igreja até concordavam animados com essa ideia. As linhas abaixo descrevem uma visão diferente desta problemática – de como o evolucionismo não se põe entre o homem e Deus.

1. O que é a Teoria da Evolução?

A teoria evolucionista foi desenvolvida ao longo das primeiras décadas do século XIX pelo naturalista e geólogo inglês Charles Darwin, mas foi somente publicada em seu livro “A Origem das Espécies”, em 1859. A teoria baseou-se em anos de observações cuidadosas e coleta de espécimes vegetais, animais e fósseis, feitas por ele, princalmente em expedição marítima que realizou pela América do Sul.[1] A teoria baseia-se em dois postulados gerais:

1. As espécies que hoje vivem no globo terrestre são o resultado de uma sucessão de mudanças morfológicas e fisiológicas ocorridas em seus ancentrais ao longo de incontáveis gerações. Esse seria o caso das girafas de hoje, descendentes de ancestrais de pescoço bem menor, ou dos diferentes tentihões das ilhas galápagos, provindos de um mesmo ancestral.

2. O mecanismo que determina quais espécies permanecem vivas hoje enquanto ancestrais diferentes não se perpetuaram é o de seleção natural: mudanças de clima, relevo ou vegetação de determinada área faz com que a obtenção de alimento, reprodução e proteção contra predadores de determinada espécie sejam melhores do que de outra, mesmo que essa seja muito parecida, fazendo com que estes mais adaptados sobrevivam enquanto a outra, morra. Por exemplo, a população de ursos polares nos pólos, onde ursos pardos não teriam chance de sobrevivência devido a sua incapacidade de se camuflar no gelo para surpreender a presa [2].

2. Como teoria científica, o evolucionismo não faz alegações teológicas.

Teorias científicas explicam o que são e como agem seus objetos de estudo, mas não fazem qualquer indicações ou sugerem respostas para questões além de seu escopo de estudo. Logo, não é o evolucionismo que diz que Deus não existe e tudo é obra do acaso, mas os homems que ou usam a teoria com esse propósito ou tomam-na como ofensa neste sentido.

3. Houveram sim, pronunciamentos contra a teoria da evolução, partindo de líderes da igreja.

O fato de que a teoria da evolução pudesse significar uma existência provinda do acaso pertubou especialmente algumas autoridades gerais da igreja, que viram-na como uma forma de enfraquecer o testemunho dos homens. Em 1918, a primeira presidência sob o comando de Joseph F. Smith publicou um comunicado a igreja, que dizia: “Há quem afirme que Adão não foi o primeiro homem criado nesta terra, e que o ser humano original desenvolveu-se de formas inferiores da vida animal. Tais ideias, entretato, são doutrinas dos homens”.[3] Joseph Fielding Smith, profeta alguns anos mais tarde fez críticas contundentes ao evolucionismo como uma doutrina pagã, bem como o apóstolo Bruce R. Mckonkie[4]. Apesar de valiosas, tais opiniões pessoais em nenhum dos casos se constituíram de revelação oficial para a igreja.

4. Autoridades gerais também falaram positivamente sobre o tema.

Já outras autoridades gerais, notadamente alguns que haviam embarcado no ramo científico como carreira antes de se devotarem exclusivamente ao serviço religioso, viram a teoria evolucionista como um símbolo valioso da sabedoria e grandiosidade de Deus. Lemos de James E Talmage, apóstolo e escritor de Jesus, O Cristo: “Todo uma série de depósitos em pedra e muitas de nossas jazidas de calcário em mar profundo contém os esqueletos remanescentes de animais. Esses viveram e morreram era após era, antes que a terra estivesse pronta para a habitação humana”[5]. Opiniões semelhantes foram emitias por Orson Pratt e o apóstolo John A. Widstoe[6]. Tão valiosas quanto as anteriores, essas opiniões não se constituem de revelação, que oficialmente não existe contra ou a favor do tema.

5. A teoria da evolução não necessita que alteremos nossa visão sobre Adão.

A maior disputa no quesito evolução seria a natureza do homem: foi especialmente posto na terra por Deus, ou “veio do macaco”. Primeiro, o evolucionismo não diz que o homem veio do macaco, mas que as similaridades–inclusive genéticas–indicam que ambas as espécies podem ter tido um ancestral em comum. Em segundo lugar, por que a evolução durante sucessivas gerações não pode significar um ato especial de nosso Pai Celestial? É muito provável que os dias de criação descritos em Gênesis 1 signifiquem períodos de tempo bem superiores à 24h terrenas[7]. Com tamanha quantidade de tempo, é perfeitamente plausível supor que Deus possa ter gerado uma “centelha” de vida por algum método que ainda nos é desconhecido, e depois permitido que ela se desenvolve-se em diferentes espécies, num ritmo que durou diversas gerações, mediante a condições ambientas geradas pela dinâmica terrestre do período, do mesmo jeito que, escolhendo boa terra, aplicando uma dose suficiente de água e fornecendo a proporção adequada de sol e sombra, podemos obter uma bela planta de uma semente, sem ter que “planta-la já pronta”.

O ser humano teria seguido o mesmo processo de desenvolvimento, cumprindo á medida de sua criação, até desenvolver as aptidões necessárias para arar o solo, aprender sobre a expiação de Jesus Cristo, possuir sacerdócio e trabalhar diligentemente em prol de sua salvação e da salvação do próximo. Adão, como amado e tão destacado filho de Deus na pré-existência teria então recebido a benção de ser o primeiro desta nova espécie, dotando das características espirituais e propósito divino que conhecemos bem nas escrituras (o que para mim representa uma visão muito mais grandiosa do que o modo figurativo, ainda que poeticamente elegante de conceber o homem como vindo do “pó da terra”). RECONHEÇO QUE ESSA POSSIBILIDADE PROVÉM DE UMA ANÁLISE PESSOAL, NÃO DE UMA VISÃO REVELADA OFICIALMENTE PELA IGREJA, mas considerando que não se há qualquer revelação no tema, essa seria uma possibilidade a considerar.

O que tentei esquandrinhas acima não foi uma tentativa de forçar o leitor a aceitar o evolucionismo a todo custo, o que ficou bem evidente, assim espera-se. O motivo principal foi mostrar que (considerando que até mesmo universidades da igreja tenham cadeiras sobre evolucionismo) não há motivo para mistificar a teoria evolucionista, mas que o poderoso Deus fortalece nosso testemunho, mesmo através do evolucionismo, de que a existência e algo fantástico, marcado por um inigualável design e propósito divino[8].

Referências:

1. Documentário “Gênios da Ciência, Charles Darwin”, transmitido no Brasil pela Tv Cultura, mas disponível atualmente no YouTube.
2.DARWIN, C., “A Origem das Espécies”, Londres, 1859.
3. “Messages of the First Presidency”, vol.4, pg.5.
4. SMITH, J. F., “Doutrinas de Salvação”, Vol. 1
5. TALMAGE, J. E., “Questions and Answers,” Tambuli, Apr 1988, 29–32. Fonte: https://www.lds.org/liahona/1988/04/questions-and-answers?lang=eng
6. “Science and Your Faith in God; John Widtsoe”, 1958.
7. Abraão 3:4-5;
8. Uma visão bem mais detalhada do tema pode ser encontrada no execelente artigo publicado pelo estudantes de antropologia da UVU e membro da igreja Luiz Botelho, intitulado “Mórmons, Macacos e a Evolução”, encontrado no link: http://www.interpretenefita.com/artigo/mormons–macacos-e-a-teoria-da-evolucao/60/

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Publicado por: Luiz Botelho
Luiz Botelho serviu na Missão Santa Maria e atualmente mora em Provo-Ut. Estuda Antropologia na Utah Valley University e descobriu na Ciência, História, Filosofia e Teologia sua verdadeira paixão. Atualmente trabalha voluntariamente como Diretor Internacional da FairMormon, é autor do Interpretenefita.com e um dos Diretores da More Good Foundation no Brasil.
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