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Uma Consideração sobre Sites e Livros Não Oficiais

site oficialQuando você busca uma informação sobre a Igreja e sobre a Doutrina do Evangelho – onde faz essas buscas? No Google ou outro buscador! Certo! Mas não é bem essa resposta que eu esperava (risos). O Google vai apontar para algum site com a palavra ou frase que você esta procurando, ou indicará os mais frequentados ou patrocinados. Mas o Google não pode atestar a veracidade das informações. Quando você escolhe clicar em um site referenciado pelo Google (ou outro buscador) várias informações aparecerão. Informações que podem ser verdadeiras ou não. Como saber?

Sem dúvida, quando se trata de buscar princípios e doutrinas do Evangelho de Jesus Cristo a fonte mais segura para o aprendizado (e a qual devemos primeiramente recorrer) são as palavras dos Profetas vivos e as escrituras sagradas. Encontramos esse material, em sua versão digital, no site de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e em seus derivados oficiais,  como no site mormon.org, ldsjobs, bemestarbr, Sala de Imprensa, etc. Lá encontramos um rico acervo de vídeos, discursos, artigos, recursos e informações – que foram produzidos ou aprovados pelas Autoridades Gerais da Igreja. Isso não apenas aumenta consideravelmente a credibilidade do conteúdo sobre a Igreja e o Evangelho – e por isso chamamos de conteúdo oficial – mas também garante uma resposta assertiva sobre as questões de fé,  história da Igreja,  biografia da liderança,  currículo vigente,  etc.

A Igreja é de longe a organização religiosa que possui mais conteúdo na internet. Alguns sites mantidos pela Igreja (ou de instituições ou empresas vinculadas (como o Desert Book, Familia.com.br, etc) estão na zona “não oficial”, devido a uma questão estratégica. Com sites desse tipo “não oficiais” – que não estampam o logo da Igreja – pode-se alcançar um publico ainda maior e mais diversificado.

Há pouco mais de uma década, devido a rápida expansão da internet, os apóstolos do Senhor Jesus Cristo viram uma nova grande oportunidade de divulgar a mensagem da restauração do Evangelho de Jesus Cristo. Por isso vários deles incentivaram os membros da Igreja a criarem e manter blogs e perfis em redes sociais para compartilhar o testemunho e a perspectiva a respeito do viver cristão [1]. Entretanto, a liderança também estipulou claramente que os membros deveriam alertar seus leitores  e amigos que não falavam em nome da Igreja [2].

Parte do esforço para disponibilizar bom conteúdo sobre o Evangelho e sobre a Igreja na internet surgiu devido muitas falsidades que circulavam na Rede Mundial de computadores. Sites antimormons se proliferaram e estavam entre os primeiros nas listagens dos buscadores. A More Good Foundation surgiu nesta época para proporcionar bom conteúdo sobre a Igreja na internet e combater a doutrina falsa. Algum tempo depois, a Igreja começou a produzir conteúdo também.

Isso me parece parte do que Zenos profetizou. O Senhor da Vinha permitiu que “os ramos bravos”  não fossem imediatamente arrancados, mas crescessem com os bons (Jacó 5:57-60). Assim temos coisas boas e más na internet. Nosso desafio é distinguir, e por meio da “percepção rápida” julgar adequadamente [3].

Estou centralizando meu artigo em conteúdo digital – mas sem dúvida, os mesmos princípios se aplicam a qualquer material impresso: como livros, jornais e revistas. Há material muito bom, bom, razoável, ruim e muito ruim. Quando digo bom quero dizer um conteúdo verdadeiro e dentro do devido contexto, que seja inteligível, adequado e sensato. Algo que realmente aconteceu na História da Igreja ou uma doutrina em particular pode ser apresentada de maneira distorcida, fazendo com que o conteúdo seja manipulador, tendencioso, confuso ou destrutivo.

A dica que dou é a mesma do Rei Benjamim, mas adaptada a nossas circunstâncias: precisamos tomar cuidado com nós mesmos e nossos pensamentos e nossas palavras e nossas ações. Precisamos tomar cuidado com nossos cliques e com o que escolhemos ler, ouvir e assistir. Se não observarmos os mandamentos de Deus nem continuarmos tendo fé no que ouvimos sobre Jesus Cristo e Seu Evangelho, até o fim de nossa vida, pereceremos. (Mosias 4:30)

Caminhando para conclusão, a questão central deste artigo é a seguinte: os site e livros que não possuam a chancela oficial da Igreja são bons?

Primeiramente a própria Igreja possui vários sites no rol dos “não oficiais” (como já expliquei acima). Depois, os próprios apóstolos nos aconselham a criar conteúdo na internet. Muitos membros da Igreja, inclusive Autoridades Gerais escreveram livros – que não possuem o selo “oficial” – mas que são ótimos – e cheios de verdade e luz. A Igreja simplesmente não esta interessada em filtrar todo o conteúdo gerado por seus membros (e não-membros, acrescente-se!), isso seria restritivo – para não dizer caro! Afinal, os membros são incentivados a estudar muito e fazer muitas coisas de sua livre e espontânea vontade – e realizar muita retidão. (D&C 58:27)

Além disso, a Igreja não consegue suprir os milhares de anseios por informação e noticia. Assim, os membros da Igreja podem ajudar gerando conteúdo edificante sobre a Igreja, mesmo que não agindo em nome dela.

Em nosso idioma – o português – muito do rico conteúdo oficial da Igreja permanece inédito.

Alguns conteúdos que hoje são oficiais, no passado não o eram. Exemplo: o programa EFY (que hoje se tornou o FSY). Assim alguns livros e sites que hoje não são oficiais, poderão sê-lo no futuro.

Então, a questão de ser ou não oficial não denigre um conteúdo automaticamente. Neste ponto é útil dar algumas dicas que de como selecionar bem os conteúdos na internet:

1- Os Sites Oficiais da Igreja são a principal e mais importante fonte de conhecimento e informação sobre a Igreja e o Evangelho. Lá estão as escrituras sagradas, as palavras dos Profetas Vivos e muitos recursos aprovados pela liderança de Sião. Tendo perguntas lá deve ser nossa primeira fonte de pesquisa.

2- Os Sites não oficiais podem ou não ser bons. Depende do conteúdo. Uma árvore boa produz bons frutos e uma árvore má, maus frutos – ou, em outras palavras, um site bom possui bom conteúdo. Como saber se o conteúdo é bom? Algumas diretrizes bem claras são: o conteúdo não atenta contra a doutrina ensinada pela Igreja e aspira bons pensamentos e impressões. Alguns sites misturam verdade com mentira, e disfarçam apostasias com palavras sofisticadas. Sites como Fair Mórmon, Osmormons e este, Mormonsud.net, embora não oficiais são dirigidos por membros fieis da Igreja – possuem colaboradores sérios e comprometidos com a Verdade.

4- Use a Luz de Cristo e Busque o Espírito Santo. “Pois eis que o Espírito de Cristo é concedido a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal; portanto, vos mostro o modo de julgar; pois tudo o que impele à prática do bem e persuade a crer em Cristo é enviado pelo poder e dom de Cristo; por conseguinte podeis saber, com um conhecimento perfeito, que é de Deus.” (Morôni 7:16) O Espírito revelará a verdade de todas as coisas  (Morôni 10:5) e por te amar, Ele advertirá você contra conteúdos ruins. É simples assim. O Profeta Joseph Smith deu esse conselho a Brigham Young em um sonho, quase três anos depois da morte de Joseph Smith (ele se aplica a nós): “Diga aos irmãos que sejam humildes e fiéis e que se certifiquem de manter o Espírito do Senhor, que os conduzirá ao caminho correto. Sejam cuidadosos e não afastem a voz mansa e delicada; ela irá ensinar-lhes o que fazer e para onde ir; ela proporcionará os frutos do reino. Diga aos irmãos que mantenham o coração aberto à convicção, de modo que quando o Espírito Santo vier, seu coração esteja pronto para recebê-Lo. Eles podem discernir o Espírito do Senhor de todos os outros espíritos; Ele irá sussurrar alegria e felicidade a sua alma; tirará toda a maldade, ódio, sofrimento e mal de seu coração; e desejarão apenas fazer o bem, levar adiante a causa da retidão e edificar o reino de Deus.” [4].

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NOTAS

[1] Por exemplo:

“Meus queridos jovens amigos, talvez o incentivo do Senhor para que “[abram] a boca” poderia incluir, em nossos dias, “usem as mãos”, para escrever no blog ou enviar mensagens de texto sobre o evangelho para o mundo inteiro!” (Presidente Dieter F. Uchtdorf, “À Espera na Estrada de Damasco“).

“Para aqueles que usam a Internet e telefones celulares, existem novas maneiras de convidar as pessoas a vir e ver. Tornemos o compartilhamento de nossa fé online uma parte mais presente em nosso cotidiano. Os sites LDS.org, Mormon.org, o Facebook, Twitter… todos oferecem oportunidades. A fim de compartilhar o evangelho, alguns membros jovens de Boston começaram vários blogs. Aqueles que se uniram à Igreja começaram seu aprendizado online antes de receber as lições com os missionários. Essa experiência também ajudou os jovens a ter mais fé ao falar do evangelho pessoalmente. Um deles disse: “Isso não é trabalho missionário. É diversão missionária” (Elder Neil L. Andersen, “É um Milagre!

[2] Saiba mais

[3] “Percepção rápida refere-se à capacidade deobservar, ou seja, de compreender prontamente. Ter uma percepção rápida pode significar “ver”, “ouvir”, ou “notar” — como em Isaías 42:20: “Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que tenhas os ouvidos abertos, nada ouves”.

Um outro uso da palavra observar sugere “obedecer”, “guardar”, como vemos em Doutrina e Convênios: “Mas bem-aventurados são os que guardaram o convênio eobservaram o mandamento, porque obterão misericórdia” (D&C 54:6).

Portanto, se tivermos percepção rápida, prontamente veremos e obedeceremos. Esses dois elementos fundamentais — ver e obedecer — são essenciais para que tenhamos percepção rápida. E o profeta Mórmon é um exemplo impressionante desse dom em ação.” (“Percepção Rápida“, Elder David A. Bednar)

[4] Citado em Juvenile Instructor, 19 de julho de 1873, p. 114

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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