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A Ordem que se dará à Ressurreição dos Mortos

Paulo resumiu a mais esperançosa doutrina ao dizer: “Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo todos serão vivificados.” (1 Coríntios 15:21-22).

Alma explicou que “há um espaço de tempo entre a morte e a ressurreição do corpo; e um estado de alma, em felicidade ou miséria, até a hora designada por Deus para que os mortos se levantem e corpo e alma sejam reunidos e levados à presença de Deus, para serem julgados segundo suas obras” (Alma 40:21)

Ele também disse:

A alma será restituída ao corpo e o corpo, à alma; sim, e todo membro e junta serão restituídos ao seu corpo; sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido, mas todas as coisas serão restauradas na sua própria e perfeita estrutura. (Alma 40:23)

 

O Primeiro a Ressuscitar

Jesus Cristo foi o primeiro a ressuscitar, que significa voltar a vida, com um corpo incorruptível e perfeito. Ele também abriu a porta para todas as pessoas – boas ou más, justas ou injustas – todos os que nasceram nesta Terra, sem exceção, terão corpos perfeitos. Essa é uma dádiva gratuita de um Deus bom.

Tanto que, após Ele ressuscitar, muitos santos do passado também ressuscitaram (Mateus 27:52, 3 Néfi 23:11-12). Eles faziam parte da Primeira Ressurreição.

Embora todas as pessoas, independentemente de suas obras e desejos, ressuscitarão – nem todas o farão na mesma ocasião. As escrituras ensinam que haverá um ordem, e revelam que há uma primeira ressurreição e uma segunda ressurreição. Algumas passagens indicam ainda que há a manhã e a tarde da primeira ressurreição.

 

A Primeira Ressurreição

A Primeira ressurreição começou com Cristo. Abinádi profetizou anos antes do Salvador nascer:

E haverá uma ressurreição, sim, uma primeira ressurreição; sim, uma ressurreição daqueles que existiram e que existem e que existirão até a ressurreição de Cristo — porque assim será ele chamado.

Ora, a ressurreição de todos os profetas e de todos os que acreditaram em suas palavras, ou seja, de todos os que guardaram os mandamentos de Deus, dar-se-á na primeira ressurreição; eles são, portanto, a primeira ressurreição. São levantados para viver com Deus, que os redimiu; assim, eles têm vida eterna por meio de Cristo, que rompeu as ligaduras da morte. (Mosias 15:21-23)

A primeira ressurreição não se deu apenas em um episódio, mas prosseguiu e prossegue. O profeta explicou que aqueles que “morreram antes da vinda de Cristo, em ignorância, não lhes havendo sido declarada a salvação” terão parte na Primeira ressurreição. “E as criancinhas também têm vida eterna” (Mosias 15:24-25). Evidentemente as pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer o evangelho na vida mortal precisarão conhecê-lo antes da ressurreição e aceitar, ainda que vicariamente, as ordenanças de salvação, pois a Casa de Deus é uma Casa de Ordem (D&C 137, 138:26-52, 58-59).

Depois da grandiosa ressurreição na época em que Cristo se levantou dos mortos, houve uma pausa, exceto por alguns outros personagens que ressuscitaram com a finalidade de cumprirem missões especiais que exigiam um corpo, como Morôni e Pedro. A maioria dos que pdoeriam tomar parte da primeira ressurreição ainda não o fizeram pois estão envolvidos na Pregação do Evangelho aos mortos (vejam ais sobre isso aqui).

O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que a Primeira Ressurreição inclui diferentes períodos e eventos:

“Embora houvesse uma ressurreição geral dos justos na época em que Cristo Se levantou dentre os mortos, costumamos falar da ressurreição dos justos na segunda vinda de Cristo como a primeira ressurreição. É a primeira para nós, pois pouco pensamos ou nos preocupamos com o passado. O Senhor prometeu que, no Seu Segundo Advento, as sepulturas se abrirão e os justos se levantarão para reinar com ele na Terra durante mil anos. (…)

Na época da [segunda] vinda de Cristo, ‘os que tiverem dormido em sua sepultura se levantarão, pois sua cova será aberta; e eles também serão arrebatados para encontrá-lo no meio do pilar do céu — Eles são de Cristo, as primícias, os que descerão com ele primeiro, e os que estão na terra e em suas sepulturas, que serão os primeiros a serem arrebatados para encontrá-lo; e tudo isto pela voz do soar da trombeta do anjo de Deus’ [D&C 88:97–98]. Esses são os justos, ‘cujos nomes estão escritos no céu, onde Deus e Cristo são o juiz de todos. (…) São homens justos, aperfeiçoados por meio de Jesus, o Mediador do novo convênio, (…) pelo derramamento de seu próprio sangue’ obrou esta Expiação perfeita [D&C 76:68–69]. (Doutrinas de Salvação, 3 vols., 1994, vol. II, pp. 292–293).

O Élder Bruce R. McConkie, que serviu no Quórum dos Doze Apóstolos, deu a seguinte explicação quanto à Primeira Ressurreição, que também é chamada de Ressurreição dos Justos e Ressurreição da Vida:

“Os que ressurgirem na manhã dessa ressurreição o farão com corpos celestiais e herdarão a glória celestial; esses são as primícias de Cristo. Aqueles que ressurgirem na tarde dessa ressurreição o farão com corpos terrestres e, portanto, herdarão a glória do reino terrestre; esses são aqueles de quem se diz que pertencem a Cristo em Sua vinda. Todos os que ressuscitaram até hoje receberam corpos celestiais; a ressurreição dos seres terrestres só começará depois da Segunda Vinda (D&C 76:50–80; 88:95–99)” (Doctrinal New Testament Commentary,3 vols., 1971–1973, vol. 1, p. 196).

Assim, as primícias de Cristo, que são os valentes no testemunho de Jesus, ressuscitarão na manhã da primeira ressurreição (D&C 76:62-65). Eles são os herdeiros do Reino Celestial. Essa ressurreição começou com Cristo e prosseguirá até o final do milênio.

A tarde da primeira ressurreição será para os herdeiros do Reino Terrestrial. São aqueles que “morreram sem lei” – que não “receberam o testemunho de Jesus na carne, mas receberam-no depois”. São “os homens honrados da Terra, que foram cegados pela astúcia dos homens” que se arrependeram – e foram redimidos para uma glória terrestre (D&C 76:72-79). Essa ressurreição se dará no milênio:

[Após] esse grande evento e depois que o Senhor e os justos que foram arrebatados para encontrá-lo houverem descido à Terra, haverá uma outra ressurreição, a qual poderá ser considerada parte da primeira, embora se dê mais tarde. Nessa ressurreição, ressurgirão os da ordem terrestre, que não mereceram ser arrebatados para encontrá-lo, mas são dignos de ressurgir a fim de gozar o reinado do milênio (Doutrinas de Salvação, 3 vols., 1994, vol. II, pp. 292–293).

 

A Segunda Ressurreição

A Segunda Ressurreição é a última ressurreição. Serão levantados os que herdarão a glória telestial, e depois, os que não terão glória alguma. Essa ressurreição se dará no final do milênio.

Assim, embora as escrituras não sejam explicitas a este respeito, podemos, sugerir que na manhã da Segunda Ressurreição se dará a ressurreição dos “que não receberam o evangelho de Cristo nem o testemunho de Jesus, são, todavia, os que não negaram o Santo Espírito, mas que foram “lançados no inferno” e sofreram as bofetadas de Satanás (D&C 76:82-86); e que na tarde da Segunda Ressurreição se levantarão os que negaram o Santo Espírito, cometendo o pecado imperdoável. Estes são Perdição, e serão lançados nas Trevas Exteriores: um lugar de “castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno”. Os mortais que ressuscitarem para condenação irão “reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento” (D&C 76:44).

Na manhã da Segunda Ressurreição haverá muita gente – “inumeráveis como as estrelas do firmamento do céu ou como a areia da praia” (D&C 76:109). Mas na tarde da Segunda Ressurreição, nem tantos, pois poucos são os que negam o Santo Espírito de modo que neles não mais encontra espaço.

Devo acrescentar que Satanás e seus seguidores da vida pré-mortal, que não possuem um corpo, não o receberão na ressurreição, pois não venceram seu Primeiro Estado (vida pré-mortal). Os que, como Caim, chegaram a nascer na Terra, mas não guardaram o seu Segundo Estado (vida terrena), embora condenado por seus atos, terá direito a um corpo ressurreto, sem glória, mas ressurreto. A ressurreição, como falamos no inicio, abrangerá o mais justo e o mais iníquo.

| Para refletir
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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