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Jovem SUD passa seus últimos dias na Igreja e no templo, cuidando de outros.

Garota mórmon com câncer Afton Wallace

Artigo escrito por Sarah Petersen

Afton

Quando os médicos disseram a Afton Wallace, então com 17 anos, que não havia mais nada que pudessem fazer para salvar sua vida, Wallace passou um tempo lamentando com sua família. Mas naquele mesmo dia, voltando para casa de carro, Wallace, membro d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, já havia fixado seus pensamentos em ajudar outros.

“Estávamos todos chorando”, disse o pai de Afton, Robert Wallace. “É a pior notícias que você poderia receber. Então ela me disse: Pai, posso ir ao templo?”

O pedido inicialmente pegou Robert Wallace de surpresa, mas quando Afton Wallace explicou que acreditava que estaria melhor preparada para servir aqueles no outro lado do véu, caso tivesse recebido suas investiduras, ele então percebeu o altruísmo de sua filha.

“Então lá estava ela já pensando no que queria fazer e em quem poderia ajudar, porque ela sentiu que ajudaria mais pessoas depois de ter passado pelo templo”.

Em 2014, durante seu último ano do ensino médio, Afton Wallace de Vicksburg, Mississippi, estava competindo no campeonato de natação do estado de Mississipi, nos Estados Unidos da América, participando do coral de sua escola e tentando se qualificar para uma bolsa de estudos na Universidade Brigham Young. Mas ela experimentou uma pequena dor nas costas que logo se transformou em uma batalha com o sarcoma de Ewing e, por fim, uma luta por sua vida.

QUIMIOTERAPIA

Através de 18 rodadas de quimioterapia, 120 dias no hospital e todo esse trajeto até o último dia de sua vida, Wallace manteve sua personalidade vivaz e sua capacidade inata de cuidar dos outros.

 

Garota mórmon com câncer Afton Wallace

Afton Wallace. Créditos do site DeseretNews.com.

 

O primeiro sinal de que algo estava errado veio em março de 2014, quando as queixas de dor nas costas de Afton Wallace começaram a preocupar Robert Wallace. Várias consultas médicas e exames de ressonância magnética não forneceram resposta alguma, e a dor só aumentava. Diagnósticos variavam entre um nervo comprimido para um transtorno mental fictício. Até o final de maio de 2014, Afton Wallace tinha perdido 18 kilos e estava experimentando uma dor intensa.

“Então, fomos ao médico todas as semanas, e ele dava a ela mais remédios contra a dor, e não havia nada na ressonância magnética”, disse Robert Wallace. “Finalmente, nós fomos para outro médico, e este outro médico disse: ‘Eu não gosto de toda essa dor que ela está sentindo, então vamos fazer uma verificação no corpo todo’. Eles fizeram uma varredura de todo o seu corpo, e foi aí que eles descobriram o câncer.”

Em 22 de maio de 2014, Afton Wallace foi diagnosticada com sarcoma de Ewing. Ela tinha um tumor de cerca de 15 centímetros de comprimento no osso pélvico, e outros tumores no fígado, baço e rins. Ela foi imediatamente levada pela Life Flight para Vanderbilt University Medical Center, em Nashville, Tennessee, e começou a fazer quimioterapia no dia seguinte.

Efeitos colaterais

“Eu já descrevi isso como um chute na cabeça e um soco no estômago; é doloroso”, disse Robert Wallace. “No primeiro dia, você está girando. Sua mente girava. Suas emoções giravam. Você fica sem nenhuma referência porque eles te dizem que a situação é ruim, e todo mundo diz-lhe que o câncer pode matá-lo. É uma queda livre emocionalmente.”

Mas o diagnóstico de Afton Wallace não foi o suficiente para desanimar o seu ânimo ou tirar o sorriso de seu rosto. Três dias depois de chegar no Vanderbilt University Medical Center, Wallace tinha entretido mais de 150 pessoas em seu quarto de hospital.

“Ela estava sorrindo, e lá estava ela com aqueles analgésicos enormes, e ela tinha ao seu redor apenas pessoas que desejavam o seu bem”, disse Robert Wallace. “Afton tinha a capacidade única de fazer as pessoas se sentirem como se fossem sua melhor amiga. Eu diria, ‘Afton, você sabe o que a palavra melhor significa? Melhor é no singular. Não é um plural.’ E ela dizia: ‘Pai, todos eles são meus melhores amigos.’”

Como um dos poucos membros da Igreja SUD em sua escola, Wallace era comumente classificada como “Mórmon”. Mas conforme a notícia sobre a condição de Wallace se espalhava, centenas de amigos e desconhecidos de várias religiões voltaram-se para suas próprias religiões, oferecendo orações por Wallace.

Apoio

“Todo mundo começou a dizer que estava orando por Afton, e isso começou imediatamente após o diagnóstico. Não houve atraso nenhum”, disse Robert Wallace. “Ouvimos isso de quase todas as igrejas. Eles diziam: ‘Nossa igreja está orando por você. Você está em nossa lista de oração.’ As pessoas me dizem: ‘Oramos por Afton no domingo. Como ela está?’ A Igreja Católica tinha várias pessoas diferentes para o benefício de Afton. Um dos caras no trabalho é hindu, e ele disse, ‘Nós estávamos orando por você no templo hindu na semana passada.’ De todas as religiões, de cada denominação que você poderia imaginar, as pessoas estavam dizendo que eles estavam orando por Afton.”

O Reverendo PJ Curley da Igreja Católica de São Miguel soube da condição de Afton Wallace conforme os jovens de sua congregação oravam por ela.

“Eles estavam todos me contando sobre seu entusiasmo e seu legado”, disse o Reverendo Curley. “Na realidade, há muitas, muitas outras pessoas que ficam doentes, e nós não reagimos da mesma forma. Mas, obviamente, por causa de sua habilidade e sua fé e sua família e seu amor, as pessoas se sentiam próximos dela.”

Durante o último ano do ensino médio de Afton Wallace, ela tentou viver sua vida ao máximo. Ela foi eleita rainha do baile, participou de três classes avançadas e realizou o ACT [1] entre as rodadas de quimioterapia, recusando-se a perder seu ânimo. Depois de passar 120 dias do ano no hospital e ter se submetido a três tipos de quimioterapia, a personalidade afetuosa de Afton Wallace permaneceu constante, especialmente no hospital.

SERVIÇO

“Ela sabia o nome de cada um dos pacientes”, disse Robert Wallace. “Ela sabia que tipo de câncer eles tinham. Ela sabia os nomes de seus pais. Ela cumprimentaria todo mundo e perguntaria como eles estavam indo, certificando-se de que seu emocional estivesse bem.”

Embora Robert Wallace saiba que sua filha não era perfeita, ele acredita que o apoio, amor e orações que ela recebeu foram uma evidência de seu altruísmo.

“Ela discutia com seus irmãos. Ela respondia a seus pais, e era, claramente, uma adolescente normal”, disse Robert Wallace. “Eu acho que a coisa mais notável sobre Afton, apesar da dor, apesar do nó inquietante em seu estômago, é que ela continuou sendo ela mesma. Ela tinha essa capacidade contagiante de ser feliz, mesmo quando ela era a mais miserável.”

Em 7 de maio, Afton Wallace e sua família viram que a quimioterapia não estava funcionando e não havia mais nada que pudesse ser feito. Em 15 de maio, um dia antes de seu aniversário de 18 anos, Wallace recebeu sua investidura no Templo de Louisiana, Baton Rouge, acompanhada por muitos membros da família.

No domingo seguinte, a saúde de Wallace deteriorou rapidamente, e Robert Wallace perguntou à sua filha sobre sua capacidade de atender às reuniões na igreja.

“Eu preciso”

“Teria sido muito mais conveniente para ela não ir à igreja”, disse Robert Wallace. “Demos a ela a escolha, é claro, e dissemos: ‘Afton, se você quiser ir à igreja, vamos ir com você. Se você não quiser ir à igreja, vamos ficar em casa com você. Faremos o que você quiser fazer.’ E ela disse: ‘Eu preciso ir à igreja hoje.’ E nós dissemos: ‘Bem, por que você precisa ir à igreja hoje?’ E ela disse: ‘Porque eu convidei algumas pessoas para irem lá hoje, e eu disse que iria sentar-se com eles.’ Ela disse: ‘Eu tenho que estar lá porque, se eles vierem, eles não irão se sentar sozinhos.’”

Garota mórmon com câncer Afton Wallace

Afton Wallace graduou-se na Warren Central High School em 21 de Maio de 2015. Créditos do site DeseretNews.com.

 

Em 21 de maio, Afton Wallace graduou-se na Warren Central High School, em sexto lugar na sua classe, com uma bolsa de estudos para a BYU. Ela morreu três dias depois, em 24 de maio.

Mais de 1.000 pessoas atenderam ao seu funeral no auditório da cidade de Vicksburg, e Wallace foi enterrada ao lado de membros da família em Salt Lake City.

“Nós não recebemos o milagre que nós queríamos, mas eu acredito que todo esse último ano foi um milagre”, disse Robert Wallace. “Nós temos um testemunho de que viveremos depois que morrermos, e nós temos um testemunho de que a nossa família foi selada para a eternidade. Isso não muda esse buraco em nosso coração. Isso não muda o anseio e a falta e o fato que queremos enviar-lhe um snapchat ou dizer: ‘Ei, isso é muito legal, Afton. O que você acha disso?’ Mas o milagre é que nós ainda temos esperança.”

Bolsa perpétua

Afton Wallace não será capaz de realizar o seu sonho de estudar na BYU. Mesmo assim Robert Wallace criou uma campanha no GoFundMe intitulada #aftonstrong, para arrecadar dinheiro para criar uma bolsa perpétua de estudos na BYU, em nome de Afton. Mais informações podem ser encontradas no gofundme.com.

Notas

[1] ACT (American College Testing) é uma importante prova realizada no ensino médio.

Artigo original no site DeseretNews.com. Traduzido por Esdras Kutomi.

| Inspiração
Publicado por: Esdras Kutomi
Formado em SI, mórmon, gosta de RPG e Star Wars, lê artigos científicos por diversão, e se diverte mais com crianças ou idosos do que com pessoas de sua idade.
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