Você Já Se Sentiu “Mediana”?

O que te faz pensar que você é ordinária ou mediana?

Minha história é bem “normal”. Enquanto eu crescia, apesar de gostar de aprender, eu não era a melhor aluna em nenhuma classe. Não posso me gabar de ser expert em alguma habilidade. Eu toco piano, mas apenas o suficiente para ainda dar uns tropeços num hino. Eu adoro visitar museus de arte para ver as pinturas e esculturas dos grandes mestres, mesmo que meus talentos artísticos estejam limitados a rabiscos em minhas anotações. Eu aprendi a costurar uma saia simples, mas costurar um terno já vai além das minhas habilidades. Embora eu tenha sido abençoada com uma boa saúde e adore correr pelo parque ou nadar no lago, eu nunca participei de grupos esportivos na escola em nenhum nível. Eu nunca fui convidada para um baile de formatura, nunca fui presidente de nada, nunca fui parte do grupo de populares, e uma amiga extremamente bonita me disse, depois de examinar minhas características físicas, que “bem, você nunca vai ser linda, mas pode ser bonitinha”. Em outras palavras, eu era “mediana”.

Algumas de vocês talvez se identifiquem com esses tipos de experiência, sentindo que vocês também são “medianas”. Você já se sentiu “apenas mais uma”, ou até menos que “mediana”? Se você é um ser humano – e particularmente, uma humana – você provavelmente já passou por esses momentos em que duvidou de si mesma, ou de desencorajamento por não ser aquilo que você queria ser.

E mesmo assim, na minha “medianês”, o Pai Celestial tem visto valor em mim, e tem me ajudado a desenvolver os dons e talentos que Ele sabe que irão me ajudar a ser tudo aquilo que Ele espera de mim. Fique sabendo que o seu Pai Celestial lhe providenciará tudo o que você precisa para ser “acima de média” como uma filha de Deus. A maravilha da economia dos céus é que cada uma de nós pode ser espetacular devido ao nosso conjunto único de talentos e habilidades. Diferente do mundo, em Seu Reino não há um pódio de primeiro lugar que só caiba um ou dois. Cada uma de Suas filhas tem sido ensinada e preparada e abençoada na vida pré-mortal com o maravilhoso potencial de se tornar uma rainha no reino celestial.

Você pode ser “acima da média” como uma filha de Deus.

O que você espera alcançar na vida? Quais são suas metas e aspirações? Se a sua meta à longo prazo é entrar no reino celestial e viver com nossos Pais Celestiais e com nossos amados familiares para sempre, então essa visão te levará mais longe do que você pensa que é possível. Recebemos a promessa: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem [ou mulher] são as que Deus preparou para os que o amam” (1 Coríntios 2:9).

Sabemos que é Sua “obra e [sua] glória: Levar a efeito a imortalidade” – que já se realizou pela Expiação e Ressureição do Salvador – “e vida eterna do homem” (Moisés 1:39). O Seu objetivo é que cada um de nós retorne ao nosso lar celeste, tendo melhorado os talentos e dons com que Ele nos tem abençoado, por meio de nossa obediência e perseverança durante essa vida mortal. Sabemos que não podemos fazer isso por nossa conta, mas que, atráves do amor do Pai Celestial e da graça do Salvador, podemos alcançar tudo que é requerido para a exaltação.

Esse pensamento me sustentou quando eu recebi esse chamado há apenas algumas semanas atrás. Mesmo sabendo que eu não tenho toda a sabedoria e habilidade para cumprir com tudo que me é requerido, recebo forças e tranquilidade por saber que Deus “tem toda a sabedoria e todo o poder, tanto no céu como na Terra” (Mosias 4:9), e se apenas tentarmos, apenas dermos o nosso melhor, por mais imperfeito que isso possa ser, o Senhor estará “à [nossa] direita e à [nossa] esquerda”, e “anjos (…) [nos sustentarão]” (D&C 84:88). Tudo que Ele requer é “o coração e uma mente solícita” (D&C 64:34), e à medida que formos obedientes aos seus mandamentos, seremos fortalecidos em tudo que precisamos fazer nessa vida e para entrarmos em Seu reino na vida pós-mortal. Essa escolha de nos tornarmos discípulas de Cristo nos dá a oportunidade de exercer uma influência mais-do-que-esperada naqueles ao nosso redor.

Cada uma de nós tem esse mesmo potencial e essa mesma promessa. Não importa onde vivemos, a origem de nossa família, o tamanho de nossa conta bancária, se somos experts de renome internacional em algum campo, ou há quanto tempo somos membros da Igreja, cada uma de nós pode ser uma poderosa influência para o bem. Viver com integridade em casa e na comunidade, demonstrar seus padrões pela sua modéstia no vestir, sair de sua zona de conforto ao fazer novas amizades com aqueles que vivem ao seu redor – há muitas coisas pequenas que podemos fazer que influenciarão outros a subirem à um nível mais elevado.

Cada uma de nós tem esse mesmo potencial e essa mesma promessa – podemos ser uma poderosa influência para o bem.

Minha história é comum. A de vocês talvez seja também. Mas Deus deu a cada uma de nós dons, oportunidades e experiências para nos ajudar a nos tornar “acima da média”.

Então, que coisa “acima da média” você vai escolher fazer? Escolha alguma coisa de acordo com sua disponibilidade de tempo e recursos. “Não corras mais depressa nem trabalhes mais do que te permitam as tuas forças e (…) meios (…) mas sê diligente” (D&C 10:4). Se o seu “trabalho de salvação” está sendo bem feito na sua casa hoje, ou se a sua influência é em escala global, ou em algum lugar entre esses dois, o Senhor está feliz com seus esforços quando você está focada em servir os filhos de Deus, e focada no objetivo eterno de voltar a Ele como uma versão nova e melhor de seu espírito. Como o Presidente Dieter F. Uchtdorf disse sucintamente: “A exaltação é nosso objetivo; o discipulado é nossa jornada”.

Enquanto seguimos nessa jornada do discipulado, que cada uma de nós busque, por coisas pequenas e simples, abençoar nossas famílias e outros de uma maneira “acima da média”.

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Do discurso “How Vast Is Our Purpose” (“Quão Vasto É Nosso Propósito”), realizado na Conferência de Mulheres da BYU, no dia 5 de Maio de 2017.

Artigo escrito por Jean B. Bingham, Presidente Geral da Sociedade de Socorro, em 1 de Junho de 2017, no blog do site LDS.org. Traduzido por Nathan Kutomi.