fbpx

O Evangelho de Cristo e a Certeza de Vida Extraterrestre

Questões relacionadas à possibilidade da existência de vida extraterrestre tem por milênios atraído a atenção de filósofos e cientistas de todo o mundo para uma das perguntas mais intrigantes e relevantes no estudo científico: estamos sozinhos no universo?

De um ponto de vista teológico, a doutrina da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é clara na afirmativa de que vivemos em apenas um dos inúmeros mundos criados por Deus em seu propósito de “levar a efeito a vida eterna e imortalidade do homem.” (Moisés 1:39) A doutrina oficial do Evangelho provê não apenas a resposta direta para a questão mencionada, mas também detalhes adicionais que nos ajudam a compreender a imensidão do Plano de Salvação e natureza de Deus. As revelações apresentadas na Pérola de Grande Valor delineiam os seguintes pontos a respeito da vida fora da Terra:

1. Nossa Terra é apenas uma de um número incalculável de planetas criados (Moisés 1:35)
2. Inúmeros mundos receberam habitantes, também denominados “filhos e filhas de Deus” e que provavelmente também foram criados à imagem e semelhança de Deus. (D&C 76:24)
3. Cada um desses mundos possui suas próprias leis, sejam elas de natureza teológica ou física. (D&C 88:36-38)
4. Cristo é o Criador de todos esses mundos. (D&C 76:24; 93:9-10)

Tais passagens oferecem um vasto entendimento do propósito da criação do universo, mas ainda assim muitas questões permanecem sem resposta com relação aos “mundos incontáveis” criados por Deus e os métodos específicos utilizados. Poderia Deus ter criado vida ou outras civilizações não humanas? Se sim, que lugar ocupariam no Plano de Salvação? Poderíam tais civilizações—humanas ou não—desenvolverem-se ao ponto de, como nós, explorar o espaço e buscar fazer contato com as demais criações? Novamente, não há resposta detalhadas para cada pergunta levantada, mas o avanço da ciência e compreensão da doutrina do Evangelho nos ajuda a expandir nossas perspectivas com relação ao assunto.

Vida Extraterrestre e o Paradoxo de Fermi

Do ponto de vista da ciência atual, não há uma única partícula de evidência de que vida extraterrestre exista ou tenha existido, seja ela inteligente ou menos complexa, como bactérias. Diversas hipóteses científicas, entretanto, calculam as probabilidades da existência de vida fora da terra, conforme nosso entendimento do universo e requisitos da vida como conhecemos se expandem. Alguns números interessantes para que possamos apenas de maneira remota compreender as possibilidades:

A. Calcula-se que universo observável possui ao menos 90 bilhões de anos-luz (distância que a luz percorre em um ano) de diâmetro.
B. O universo possui ao menos 100 bilhões de galáxias. Cada galáxia possui ao menos 100 bilhões de estrelas iguais e diferentes do Sol.
C. Recentemente aprendemos que planetas orbitando estrelas são na verdade algo comum e dado o número de estrelas existentes teríamos possivelmente trilhões de planetas no universo, o que significa trilhões de oportunidades para o desenvolvimento da vida no universo.
D. Os materiais que formam a vida como conhecemos na terra são vastamente abundantes no universo e outras formas de vida poderiam existir baseadas em elementos químicos desconhecidos para nós.[1]

A vida humana na terra tem existido por “apenas” centenas de milhares de anos ou cerca de seis mil anos para os simpatizantes de conceitos mais literallistas a respeito da Criação.[2] O desenvolvimento de tecnologia, entretanto, tem se dado de maneira exponencial apenas nos últimos milênios e estima-se que nos próximos mil anos (se não causarmos a destruição da vida na terra) tenhamos tecnologia suficiente para colonizar outras estrelas, ou quem sabe nossa galáxia inteira.

A questão intrigante é que se as possibilidades de vida são numericamentes tão elevadas, onde estão as demais civilizações que deveriam, como nós, estar explorando o espaço e buscando fazer contato? Se outras civilizações existiram antes de nós, teriam em tese um avanço tecnológico muito superior ao nosso e teriam talvez rompido as barreiras das viagens intergaláticas. Ainda assim, não há até então uma única evidência da existência de tais civilizações. Esse conceito com ideias contraditórias é conhecido como o Paradoxo de Fermi e levanta questões intrigantes com relação às limitações das civilizações incontáveis criadas por Deus de acordo com o relato escriturístico.

Viagens no Tempo e Espaço

Retirando da discussão a ufologia, que não constitui ciência e não possui qualquer evidência de suas crenças, poderiam civilizações destes mundos criados visitar nosso planeta? Ao menos em parte a resposta é sim. Visitantes ilustres “espaciais” tem vindo à terra por milhares de anos com instruções e mandamentos aos filhos de Deus. Para Deus e seus anjos enviados, a barreira das enormes distâncias espaiciais parecem ser um mero detalhe, visto que utilizam meios para nós desconhecidos para deslocarem-se de pontos distintos do universo.

Quando Morôni retornou aos “céus” após uma de suas visitações, Joseph descreveu ter visto “por assim dizer, um canal aberto até o céu, e subiu até desaparecer completamente.”[3] Tal ideia de viagens instantâneas entre pontos opostos do universo está prevista na Teoria Geral da Relatividade de Einstein e é conhecida como Buracos de Minhoca, uma espécie de “túnel” no tecido do espaço que hipoteticamente permitiria acessar distantes áreas do universo um piscar de olhos.

Deus e o Tipo 4 de Civilização

Outro ponto interessante a se refletir entre as teorias científicas existentes e o que sabemos do Evangelho consiste no hipotético grau de evolução entre diferentes civilizações. A conhecida Escala de Kardashev visa classificar a possibilidade de vida no universo nas 3 seguintes categorias:

Tipo 1: Civilizações que alcançaram o desenvolvimento necessário para explorar todas as formas de energia de seu próprio planeta. Para se ter uma ideia, a raça humana seria considerada 0,72 nessa escala.
Tipo 2: Civilizações que alcançaram o desenvolvimento necessário para explorar toda a energia de sua própria estrela.
Tipo 3: Civilizações que alcançaram o desenvolvimento necessário para explorar todos os recursos e energia disponíveis em sua galáxia inteira.[4]

Embora não saibamos ao certo em que ponto dessa escala se encontram as demais criações de Deus, compreendemos que os seres exaltados constituem o que poderíamos chamar de “Tipo 4” de civilização. Em outras palavras, civilizações de seres que alcançaram todo o desenvolvimento que o universo pode suportar, todo o conhecimento sobre tempo e espaço e todo o poder ou “tecnologia” necessária para manipular a matéria existente no cosmos para criar novos mundos. Tal civilização ao chegar nesse ponto de desenvolvimento buscaria então elevar formas inferiores de vida ao estado que alcançaram, o que poderia ser chamado de Plano de Salvação.

O ex professor da BYU Kent Nielsen se referindo à ascenção da raça humana a tal estado de desenvolvimento declarou:

“Sendo co-herdeiros de tudo o que o Pai possui, talvez sigamos à diante utilizando estes poderes para organizar outros mundos através das matérias desorganizadas que existem na imensidão do espaço. Criando outros mundos, habitando-os com nossa própria posteridade eterna… e tornando conhecido a eles os princípios da salvação do Evangelho eterno, para que possam ter as experiências que agora temos e possam ser exaltados quando chegar a sua vez—isso é vida eterna.” [5]

Conclusão

Profetas também já se posicionaram a respeito do assunto. O Presidente Joseph Fielding Smith declarou:

“Não somos as únicas pessoas que o Senhor criou. Temos irmãos e irmãs em outras terras. Eles se parecem conosco porque também são filhos de Deus e foram criados em sua imagem, porque também são sua posteridade.”[6]

O apóstolo Neal A. Maxwell também sobre o tema declarou:

“Nós não sabemos quantos mundos habitados existem, ou onde se encontram. Mas certamente não estamos sozinhos… Tudo é mais do que podemos no momento compreender.”[7]

Embora especular sobre a existência de vida fora da terra não seja um tema vital para nosso desenvolvimento no Evangelho, compreender a imensidão da criação de Deus nos ajuda a entender um pouco mais sobre a natureza de Deus e seu propósito de elevar o homem ao estado e condição que hoje Ele se encontra. Tal entendimento já tem sido explorado por revalações antigas e modernas e avanço científico e torna animador os demais conhecimentos que nos aguardam, venham eles pela ciência, profetas ou ambos.

Artigo originalmente publicado no Intérprete Nefita.

Referências

[1] Keith B. Wiley; The Fermi Paradox, Self-Replicating Probes, and the Interstellar Transportation Bandwidth
[2] How Long Have Humans Been On Earth? – Universe Today
[3] JS—H 1:43.
[4] The Kardashev Scale – Type I, II and III of Civilizations
[5] People in Other Worlds, Kent Nielsen. Abril de 1971. lds.org
[6] Doutrinas de Salvação 1:62
[7] A Wonderful Flood of Light (p.25); Not My Will, But Thine; Neal A. Maxwell

| Para refletir
Publicado por: Luiz Botelho
Luiz Botelho serviu na Missão Santa Maria e atualmente mora em Provo-Ut. Estuda Antropologia na Utah Valley University e descobriu na Ciência, História, Filosofia e Teologia sua verdadeira paixão. Atualmente trabalha voluntariamente como Diretor Internacional da FairMormon, é autor do Interpretenefita.com e um dos Diretores da More Good Foundation no Brasil.
LDS Business College - novo presidente
Igreja SUD chama novo presidente da LDS Business College
Capela SUD - Anúncio de nova estaca em João Pessoa, PB.
Nova estaca criada em João Pessoa, PB

Comente

Seu endereço de e-mail não será divulgado. Os campos obrigatórios estão marcados com *