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Quando a Tolerância Implica Em Aceitação

Soldado guerraO dicionário define a palavra tolerância como, “a habilidade ou predisposição de tolerar alguma coisa, em particular a existência de opiniões ou comportamento que não necessariamente concordamos”. Tolerar alguma coisa, no sentido em que a palavra é definida acima, significa “permitir a existência, ocorrência ou prática (de algo que necessariamente não concordamos) sem interferência”. A palavra aceitação implica que uma pessoa aprova ou aceita alguma coisa. As duas palavras, “tolerância” e “aceitação”, deveriam ser consideradas sinônimas, mesmo que em determinadas situações, aparecem quase como se fossem sinônimos, especialmente nos casos em que se espera que uma pessoa tolere e aceite o que ele sabe ser imoral.

Em tais circunstancias, a “tolerância” deve ser redefinida como “aceitação” daquelas coisas que não são consideradas aceitáveis em outros casos, a fim de apaziguar aqueles que acham essas mesmas coisas aceitáveis (definição do autor). Este é o caso da revogação da lei “Don’t Ask, Don’t Tell” (não pergunte, não diga) que protegia os militares homossexuais de serem perseguidos ou indevidamente dispensados do serviço militar por causa de sua orientação sexual, enquanto ao mesmo tempo, permitia aos homossexuais que desejavam servir o exercito fazê-lo sem serem discriminados.

Até esta lei ser promulgada em 1993, cada pessoa que desejava servir o exército e declarava ser homossexual era imediatamente rejeitada. Até este momento os militares que tinham atração pelo mesmo sexo deveriam permanecer “no armário” por medo de represálias. A lei “Don’t Ask”, na verdade significava que os homossexuais não precisavam pelo menos mentir a respeito.

Embora a missão do Exército dos EUA seja lutar, proteger, e morrer para defender a liberdade, capelães de alto nível relatam que estão sendo continuamente negada a eles a liberdade de consciência e de expressão. O Coronel Ron Crews, diretor executivo da Aliança Capelão para a liberdade religiosa, durante seu discurso em um painel realizado em conjunto com capelães militares e ativistas pela liberdade religiosa durante a Conferência Nacional da Liberdade Religiosa de 2012, realizada em 24 de maio de 2012 em Washington D.C., afirma que a promessa que tinha sido feito para os capelães militares, à luz da revogação do “Don’t Ask, Don’t Tell”, não foi mantida.

A promessa a qual o coronel Crews estava se referindo era de que não haveria mudança, ou pelo menos, muito pouca mudança na forma como os capelães poderiam ministrar as tropas. O painel concordou que a revogação da lei e outras políticas têm tornado difícil para os capelães realizarem de modo eficaz as suas funções. De acordo com as novas políticas, um capelão pode ser punido se ler, por exemplo, uma passagem do livro de Levítico no Antigo Testamento, que diz, “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é”; (Levítico 18:22), orar em voz alta no nome de Deus no funeral de um soldado, ou até mesmo presidir serviços tradicionais.

Durante o curso de suas observações, o Coronel Crews falou de um intercâmbio que aconteceu em 2010 entre o almirante Mike Mullen, presidente do Chefe do Estado-Maior, e um capelão militar:

Enquanto o almirante Mullen foi informar às tropas o que mudaria com a revogação da lei, o capelão perguntou se aqueles que possuíam “a visão bíblica de que a homossexualidade [ainda] é um pecado seriam protegidos se expressassem suas opiniões”.

O almirante Mullen teria respondido, “Capelão, se você não pode seguir esta política, renuncie ao seu posto”.

Em essência, o que estava sendo dito ao capelão é que ele não apenas deveria tolerar que os homossexuais servissem no exército, mas que ele deveria estar em harmonia com o programa e aceitá-lo, sem qualquer restrição, ou então renunciar a sua posição. Este é um exemplo perfeito de tolerância que implica aceitação. É também um exemplo que a liberdade religiosa está sob ataque.

Em outra ocorrência, a promoção de um capelão foi anulada porque ele encaminhou um e-mail enviado por outro capelão que não concordava com a revogação da lei “Don’t Ask, Don’t Tell”. Foi dito a ele que seria submetido a uma “supervisão mais estreita”. Outro capelão expressou a idéia de que sua capela era um “lugar sagrado” e que não seria utilizada para oficiar casamentos do mesmo sexo. Ele foi informado que sua capela era considerada “território sexual neutro”. Em outro caso, um capelão (major-general) Douglas Carver, Capelão-Chefe do Exército dos EUA, pediu um dia de oração e jejum, e a Fundação Militar Religiosa (MRF) queria que ele fosse despedido, afirmando que seu pedido era ofensivo para o povo judeu. No entanto, os capelães militares não são os únicos a se sentirem pressionados.

Oficiais de uma organização de Veteranos disseram que as orações feitas nos funerais de veteranos não poderiam citar Deus. Isso levou a emissão de uma ordem de restrição temporária emitida pelo juiz norte-americano Lynn Hughes e quatro meses de litígio até que o nome de Deus voltasse a ser permitido.

Quatro meses não evitou o desgosto das viúvas dos veteranos. Lisa Ward, a viúva de um veterano de guerra, fez uma promessa a seu marido – em caso de sua morte, que ela faria o enterro do modo tradicional. Mas ao enterrar o marido e tentar cumprir sua promessa, foi dito a ela que o enterro tradicional era contra os regulamentos do governo federal, porque ele fazia menção a Deus.

“Eu não posso refazer o funeral do meu marido”, disse ela, com lágrimas nos olhos.

Por 237 anos (o enterro tradicional dos militares) tem sido considerado essencial para fornecer as tropas americanas apoio moral e espiritual. O general George Washington, falando dessa pratica, disse: “É necessário que possamos fornecer [aos militares] uma substância espiritual”. Mas agora, 237 anos depois a nossa fortaleza moral esta sendo colocada a prova, com a liberdade religiosa na linha de fogo. A questão que permanece é por quanto tempo os capelães que desejam defender aquilo que é certo, continuarão a conviver com uma tolerância que exige aceitação.

Kelly Shackelford, presidente e CEO do Instituto Liberty, o maior escritório de advogados sem fins lucrativos dos Estados Unidos, que é especializado em defender a liberdade religiosa, concluiu sua palestra durante a Conferência, afirmando: “Precisamos nos defender com uma atitude Cristã, não fazer nada não é mais uma opção”.

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