Um Convite à Reflexão: Quem Merece Nossa Compaixão?

Uma amiga me ligou para falar sobre um tio difícil. Ele é distante e irritadiço. Ela está cansada de tentar ser legal com ele, mas ele só demonstra grosseria. Eu sugeri que ela tentasse entender suas lutas e dores. Ela comentou que ele não merece sua compaixão.

Merece sua compaixão? Me ocorreu na hora que o caso não tem a ver com merecimento. Nenhum de nós merece compaixão. Todas somos mesquinhos e egoístas. Todos nós merecemos condenação.

Ainda assim, “Se exigimos olho por olho e dente por dente, todos em breve estaremos cegos e desdentados”.

Nós, seres humanos esperamos misericórdia e compaixão por nossos erros, oferecendo justiça e retribuição aos outros por seus erros. Reclamamos daqueles que enviam mensagens de texto enquanto dirigem. Mas, quando nós mandamos (ou verificamos qualquer outra coisa no celular) enquanto dirigimos, é somente para assuntos verdadeiramente vitais.

Nosso comportamento

Ficamos ressentidos quando somos desprezados pelas pessoas ao nosso redor. Mesmo assim ignoramos inúmeras pessoas todos os dias.

Todos sabemos que isso é errado, mas nossas ofensas tornam-se tão comuns que quase não percebemos. Tornamo-nos fariseus cantarolando Vinde, Ó Santos.

De vez em quando nossa consciência nos acusa. Sentimos desconforto por agir em desacordo com nossos valores. E temos uma escolha. Deixar a consciência de lado ou dar ouvidos a ela.

Vamos imaginar que damos ouvidos a ela. Para a mulher que lida com um tio de difícil, pode ser impossível ir diretamente da dor à compaixão. Ela pode precisar primeiro a sentir a compaixão de Deus por ela. Ele chora em seu sofrimento. Ele sente sua dor pessoal e profundamente. Quando nos permitimos ser preenchidos com Sua compaixão, torna-se possível para nós demonstrar compaixão. Quando temos um relacionamento vibrante e amoroso com Ele, torna-se possível sermos Seus mensageiros.

Como conseguimos isso?

E se nos sentimos como falhas espirituais? E se não conseguimos sentir o Seu amor, apesar de tentar a vida toda?

Não tenho respostas fáceis para essas perguntas. No meu caso, o Pai Celestial me pregou uma peça. Ele me mostrou o quanto Ele ama Seus filhos mais quebrados e desesperados. Como eu testemunhei o Seu amor por eles, finalmente parei de resistir o Seu amor por mim. Finalmente, cantei a canção do amor que redime de uma maneira pessoal.

Não sei como Ele vai achegar-se a você. Mas tenho certeza de que é sempre bom abandonarmos nossas defesas contra Ele. É bom implorar por uma manifestação de Seu amor. Não posso dizer qual será o seu caminho. Mas sei que Ele está ansioso para completá-lo, abençoá-lo, amá-lo, curá-lo e fazer parceria com você.

Se Deus chora com o sofrimento de seus filhos iníquos (Moisés 7), Ele certamente sofre com nossas lutas. Sentir Sua compaixão e devoção prepara-nos para agir como Ele. Assim, mostramos compaixão aos nossos companheiros de viagem.

Nossa natureza

Por estarmos em um mundo caído, somos todos feridos, quebrantados, danificados e fragmentados. Em vez de zombar das fraquezas uns dos outros, podemos ser gentis. Afinal, “todos que conhecemos estão enfrentando uma batalha difícil”. Podemos oferecer uma casquinha de pão e uma palavra gentil a todas as pessoas que encontramos. Podemos nos esforçar para perceber todos que Deus coloca em nosso caminho.

Quando estamos cheios do amor de Deus, voltamo-nos para as pessoas com curiosidade calorosa e amorosa: Que presente único Deus deu a essa pessoa? O que posso aprender com esse filho de Deus? O que talvez Deus quer que eu faça por essa pessoa?

A maneira mais segura de atrair o céu para nossa vida é mostrar compaixão — compaixão imerecida. “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lucas 6:38)

Convite para mostrar mais compaixão

Adoro o convite de Joni Hilton: “Da próxima vez que estiver na fila do mercado, posto de gasolina ou local de trabalho, observe as pessoas a seu redor e as conclusões rápidas que você é tentado a tirar. Perceba que está julgando injustamente e rebobine a fita. Agora veja essa pessoa como filho de Deus que é amado e em quem esperança é depositada. Saiba que uma bênção patriarcal espera por essa pessoa. Sabia que elas comemoraram no mundo pré-mortal, quando ouviram o plano de felicidade. Faça uma oração silenciosa para verificar se seu caminho foi destinado a cruzar o deles hoje para ajudá-los e trazê-los à verdade” (Joni Hilton, Meridian Magazine, Você Julga Mais do Que Imagina?)

Faz bem demonstrar amor.

Peça ao Pai Celestial o presente de realmente ver as pessoas — principalmente para vê-las como Ele as vê. Faça uma pausa para demonstrar compaixão e ore por elas. Se for o caso, pergunte-lhes como estão. Ouça com interesse e compaixão. Expresse gratidão. Ore por elas.

Escrito por Wallace Goddard e traduzido por Luciana Fiallo Alves

Fonte: ldsmag.com