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Histórias da Construção do Templo de São Paulo

Templo de São Paulo - visitação pública

Templo de São Paulo - visitação pública em 1978

Enquanto eu pesquisava e lia sobre a construção do templo, me veio o desejo de saber mais das histórias que as pessoas tinham sobre aquele momento histórico. Eu nasci depois da dedicação do templo de São Paulo, portanto não passei por aquele momento. Mas decidi escrever algo a respeito daquilo.

Com um pequeno post nas redes sociais, recebi várias histórias de pessoas que de alguma forma foram afetadas com essa benção. Fiquei feliz que houvessem tantas pessoas afetadas positivamente pelo templo. Ouvi histórias de membros que ajudaram na construção do templo quando ainda eram crianças pequenas, recebendo responsabilidades simples. Ouvi que adultos arriscaram até mesmo o emprego para despender um dia trabalhando na construção do templo. Ouvi histórias de uma jovem mulher que estava sem esperança de conseguir se selar no templo, mas que conheceu o futuro marido no ano do anúncio da construção do templo. Histórias relacionadas a dedicação e à rededicação.

Também busquei ler coisas relacionadas à experiência dos membros que ajudaram na construção do templo de São Paulo. Muitos membros ofereceram suas joias e alianças para a construção do templo de São Paulo. Famílias inteiras reduziram seu orçamento para ajudar na construção do templo. Jovens economizavam na mesada ou mesmo caminhavam quilômetros até suas escolas para ajudar de alguma forma na construção. Um missionário em missão escreveu para sua família e pediu que vendessem o seu único bem de valor, um microscópio, que ele tanto amava. O dinheiro da venda foi doado à construção do templo. [1]

De alguma forma a construção do templo de São Paulo ficou marcada na vida de todos os que participaram daquele momento histórico. Em todas as histórias, vi como o templo trouxe esperança à vida das pessoas naquela época. Três delas me chamaram a atenção.

A semente plantada em alguém através da construção do templo

Oleci morava perto da Vila Sônia, e junto de seus amigos construiu um campo de futebol onde hoje se localizam os prédios administrativos da Igreja ao lado do templo de São Paulo.

Oleci não era membro da Igreja quando trabalhou na empresa de terraplanagem que aterrou o terreno do templo no início da construção. Durante o trabalho, ele ficou curioso com o templo (ou, como diriam naquele tempo, a igreja dos americanos), e disse a si mesmo que quando a construção ficasse pronta, ele iria visitá-la.

Mas a oportunidade veio somente 16 anos depois. Oleci e sua família se mudaram de São Paulo para o interior. Um de seus filhos, Átila, de 15 anos, conheceu um amigo mórmon, que lhe apresentou a Igreja. Quando Oleci perguntou qual era a Igreja e soube que eram os mórmons, pediu a seu filho que chamassem os missionários em sua casa. A família recebeu as palestras e todos eles, o pai Oleci, a mãe Lucia, e os filhos Átila e Guilherme, foram batizados em novembro de 1999. Quado receberam o evangelho, a família estava passando por uma fase difícil. Porém, ao cumprirem os compromissos deixados pelos missionários, eles foram abençoados. O Senhor cumpriu as promessas que fez. Curiosamente, a família se selou no templo em outro local, o belo templo de Campinas, em 2004.

O filho, Guilherme, ao contar a história, disse:

O templo foi e continua sendo uma benção na minha família, pois ele inspirou meu pai a ter o desejo de conhecer o evangelho restaurado.

Confirmação de bençãos aos antepassados

 

Ana Maria havia feito as ordenanças do batismo para seu falecido pai. Mas não sabia se a ordenança havia sido aceita. Ela estava orando sobre isso e desejava receber uma resposta. Ela e sua irmã, que não era membro, visitaram o templo durante a visitação pública na rededicação. Sua irmã então, ao entrar na sala celestial, viu seu pai, que era falecido. Aquilo foi uma resposta para Ana Maria.

Trabalho por um templo que não poderia entrar

Helvécio Martins era um respeitado empresário negro do Rio de Janeiro, e membro da Igreja. Ele havia sido nomeado para coordenar o trabalho de relações públicas para o templo. Na época, os membros de ascendência africana não podiam receber o sacerdócio ou entrar no templo. Mesmo assim Helvécio e sua família trabalharam diligentemente para que o trabalho de construção do templo avançasse, mesmo sabendo que eles nunca poderiam entrar e participar das ordenanças daquele edifício.

No entanto, poucos meses antes da dedicação, o presidente Kimball recebeu a revelação de que todos os homens dignos da Igreja poderiam receber o sacerdócio, e que todos os membros da Igreja poderiam receber as ordenanças, desde que fossem dignos. O presidente Kimball se emocionou ao ver o casal Martins na dedicação e disse “Eu não me lembro de quando fui tão tocado como ao ver esse homem e sua esposa na congregação enquanto estávamos dedicando o templo de São Paulo, e vê-los enxugarem as lágrimas por toda a sessão. Eles estavam tão encantados por poderem receber as bençãos”. O irmão Helvécio Martins foi chamado mais tarde como a primeira autoridade geral negra da Igreja. [2]

Você tem alguma história relacionada à construção do templo de São Paulo? Deixe nos comentários.

 


 

NOTAS

[1] “Este é o Templo de São Paulo”, Edição especial da Liahona de Novembro de 1978, página 2

[2] Milton V. Backman e Richard O. Cowan, “Revelation Continues,” Joseph Smith and the Doctrine and Covenants, páginas 148–150.

Gostaria de agradecer a ajuda de meus amigos na formação desse artigo. Agradecimento especial a Guilherme Vasques e Vinícius Garcia pela ajuda com algumas histórias.

| Templos
Publicado por: Esdras Kutomi
Formado em SI, mórmon, gosta de RPG e Star Wars, lê artigos científicos por diversão, e se diverte mais com crianças ou idosos do que com pessoas de sua idade.
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